Justiça de MG absolve torcedores do Atlético acusados de injúria racial (Foto: Reprodução)


O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) absolveu, em segunda instância, dois torcedores do Atlético que haviam sido acusados de injúria racial contra um segurança do Mineirão. O episódio ocorreu em novembro de 2019, durante clássico com o Cruzeiro, pela Série A do Campeonato Brasileiro.



 
 

"Você pôs a mão em mim. Olha sua cor!", foi o que disse um dos torcedores do Galo ao profissional Fábio Coutinho. Na acusação de injúria racial, os desembargadores apontaram que Adrierre Siqueira da Silva e Nathan Silveira da Silva agiram em "crescente e justificável ira" contra o segurança, que os teria impedido de estar em um local mais seguro do Gigante da Pampulha, em meio à confusão generalizada após o clássico.

"Os acusados, a princípio, agiram revoltados, em uma crescente e justificável ira, eis que sob o efeito de gás de pimenta e temendo por sua integridade física, fato este que, em alguma medida, foi provocado pela própria vítima", descreveu o acórdão assinado pelos desembargadores Guilherme de Azevedo Passos, Jayme Silvestre Corrêa Camargo e Valéria Rodrigues Queiroz.

Não houve recurso do Ministério Público de Minas Gerais da decisão em segunda instância. De acordo com a defesa do segurança, os atleticanos teriam cuspido em direção a ele durante a briga. Além disso, teriam chamado o profissional de "macaco" em duas oportunidades.



 
Dugout
 

Indenização de R$ 15 mil dos torcedores


Após o acontecimento, o Atlético divulgou que excluiu ambos os torcedores do programa de sócios do clube. O Galo ainda moveu ação contra os dois no TJMG, requerendo condenação solidária ao pagamento de R$ 15 mil - valor ao qual a instituição foi condenada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo episódio.

A sentença, publicada em outubro de 2021, condenou os torcedores ao pagamento da quantia, com incidência de juros de mora de 1% ao mês. Entretanto, o recurso já está sendo julgado em uma instância superior.

Na ação, os atleticanos apresentaram contestação e requisitaram condenação do Atlético para pagamento de danos morais, sob argumento de que "não houve prática de crime de injúria racial, sendo que a discussão dos réus com o segurança se deu em atitudes desumanas dos próprios seguranças do estádio, gerando confusão generalizada, não havendo que se falar em culpa dos requeridos". O pedido foi negado.