Arena MRV: faça um tour com o Superesportes (Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


Na última quinta-feira (26/1), o Atlético convidou jornalistas para um tour pela Arena MRV, futuro estádio do clube mineiro, localizado no bairro Califórnia, em Belo Horizonte. Agora, você pode "entrar" neste passeio clicando nas fotos da galeria abaixo e conhecendo, no texto a seguir, novos detalhes envolvendo as obras.




Quem passa pela Via Expressa a caminho de Contagem, na altura do bairro Califórnia, se depara com uma imponente construção dividida entre o cinza e o branco. É praticamente impossível que os 51 metros de altura da cobertura externa da Arena MRV passem despercebidos.

A visita deste 26 de janeiro, no entanto, já revelou um dos desafios envolvidos na construção do estádio do Galo: a otimização do trânsito nos arredores. Às 14h30 de uma quinta-feira, as proximidades da nova casa do Atlético estavam muito congestionadas - cenário que deve ser realidade também nos dias de jogos.
 

Obras viárias no entorno do estádio


As obras viárias prometem melhorar a situação, mas foram prejudicadas pelo início das chuvas mais intensas no último mês de outubro. Sem a viabilidade ideal para o acesso à Arena MRV, o clube mineiro só deve sediar seu primeiro jogo oficial no local no mês de agosto.



 
"Dentro da Arena, a gente não tem mais previsão de atraso. Vai estar tudo pronto para o dia 25 [de março]. Ou quase tudo pronto. Depende talvez da tecnologia, com atraso dos equipamentos de tecnologia. A questão viária pode ser que aconteça [atrasos], porque a gente começou no pior período possível, em outubro, no período chuvoso. São muitas contenções, muitas movimentações de terra. Isso, de fato, a gente não consegue trabalhar. E choveu muito", disse Bruno Muzzi, CEO do Atlético, aos jornalistas.

"A gente está projetando, então, que pelo menos o entorno da Arena fique pronto até esse período. Obviamente, vão ter várias obras viárias que a gente não vai conseguir fazer a tempo e vai negociar com a Prefeitura para poder fazer ao longo de 2023 e eventualmente 2024. Mesmo porque a gente não tem o recurso para fazer tudo o que precisa e vamos conversar e costurar isso com a Prefeitura. Mesmo com essas obras que ficam para trás, a gente está entregando pelo menos mais de R$ 150 milhões em contrapartidas até esse período de inauguração", acrescentou.

O torcedor na Arena MRV


Uma vez nos arredores da Arena MRV, a experiência de entrada promete ser um diferencial, a partir da possibilidade de reservar uma vaga (são cerca de 2.400) no estacionamento com antecedência e do grande volume de catracas tecnológicas para facilitar o acesso. Os corredores de chegada aos setores mais populares são largos, e a passagem às arquibancadas é rápida - como você pode ver no vídeo abaixo.




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Dentro do estádio (nos corredores), predominam as cores cinza e preto. A tonalidade mais escura, inclusive, foi inspirada no Mercedes-Benz Stadium, casa do Atlanta Falcons, time de futebol americano que disputa a NFL. Os banheiros são de fácil acesso e, diferentemente do Mineirão, todos os bares terão vista direta para o campo.

Em todos os setores do Arena MRV, chama atenção a boa condição de visibilidade para o torcedor. Nos assentos mais próximos, os atleticanos ficarão muito próximos ao gramado: a distância mais curta para as linhas será de 10,5 metros.
 

Arquibancada inferior do setor Norte na Arena MRV (Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

 
Em termos de capacidade, o Superesportes obteve acesso a alguns dos números. O único setor sem cadeiras do estádio, que deve acomodar a torcida organizada mais popular do Atlético, comporta 2.800 pessoas. A área destinada aos visitantes (parte no setor Oeste e parte no Norte) será voltada para 4.600 torcedores. Por fim, o setor Leste superior, que receberá exclusivamente os atleticanos nas partidas, tem 15.000 lugares.




O Galo já comercializou 4.800 cadeiras cativas. Um novo lote será aberto, com valores na casa dos R$ 45 mil. Nesta nova cota, o clube mineiro subiu os preços e diminuiu as opções de parcelamento.

"A gente desenhou a jornada do fã, desde a entrada até o pós-jogo. Um estacionamento facilitado, como chegar na Arena, aqui dentro facilitar a compra do ingresso, alimentos e bebidas, conectividade. E pós-jogo uma resenha, gamificação. A gente adotou o coração central da tecnologia que é toda a parte de conectividade. Nós estamos com mais de 800 access points, que a gente comprou. A ideia era que tivéssemos isso tudo pronto na inauguração, mas como estamos enfrentando atrasos... A empresa parceira tem passado a gente na frente como prioridade", detalhou Bruno Muzzi.

"Essa é uma parte muito central. Com conectividade, estamos desenvolvendo o super app, que está super avançado. Tudo vai ter uma gravidade em cima da conectividade e do super app com a Arena. A gente está avaliando a questão de ter uma antena 5G aqui, toda a parte digital, com painéis de última geração, ring led (painel que circula), nas bocas de campo também... Essa é a parte da tecnologia que estamos avaliando. Tipo de catraca também, de fácil utilização", complementou o CEO.



Camarotes: Hulk "privilegiado"


Os espaços mais luxuosos da Arena MRV são surpreendentemente menores do que o esperado, mas oferecem vista privilegiada do campo. Em média, 17 pessoas ocuparão cada um dos 112 cômodos, em preços que variavam de R$ 800 mil a R$ 1,8 milhão (há capacidades maiores).

O Atlético usará alguns dos camarotes para promover ações especiais com patrocinadores e outras finalidades. Jogadores importantes na história do clube, como o lateral-direito Marcos Rocha (hoje no Palmeiras), adquiriram espaços.
 

Os luxuosos banheiros dos camarotes da Arena MRV (Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

 
Quem também quis garantir um lugar na Arena MRV foi Hulk, nome máximo da atual geração atleticana. O camisa 7 tem direito a um camarote até o fim do vínculo com o Atlético, por cláusula prevista em contrato, mas já manifestou o interesse em comprar o local por 15 anos após o fim deste período.




Das curiosidades do tour pelo estádio alvinegro: os camarotes podem ser personalizados de acordo com o gosto de cada comprador. A direção da Arena MRV já tem em mãos, inclusive, os projetos de alguns deles. Uma das regras é a impossibilidade, é claro, da utilização da cor azul nas paredes - o clube mineiro não fará qualquer referência ao maior rival, Cruzeiro.
 

Um dos camarotes de 17 lugares da Arena MRV (Foto: Lucas Bretas/EM/D.A Press)

 

Obras da Arena MRV


Com a cobertura totalmente pronta e 94% do espaço interno concluído, a fase de acabamento é a que, visivelmente, mais demanda atenção. Há uma força-tarefa dos funcionários da Arena MRV para concluir também a construção da área reservada para logística, que não será acessada pelos torcedores.

Para finalizar as obras, o Atlético vendeu naming rights, antecipou recebíveis e comercializou diversos espaços do estádio com antecedência. O custo total rondará a casa de R$ 1 bilhão, e o BH Festival (sequência de eventos de inauguração) ainda deve fornecer o montante necessário para a conclusão dos trabalhos.



"A gente deve bater em torno de R$ 1 bilhão, porque as coisas vão acontecendo e temos aditivos. Os recursos estão praticamente captados. Ainda falta uma boa arrecadação do BH Festival - esse é o ponto um pouco mais defasado. Além das indefinições que a gente vem enfrentando: do artista internacional, do time. A gente está trabalhando muito duro para definir isso tudo, mas tudo isso vai se acomodar e vamos completar as receitas para seguir com a Arena dentro do prazo financeiro", enfatizou Muzzi.

Desafios para a inauguração


Ainda com muitas indefinições a respeito de datas, todo o cronograma de inauguração pode ser mudado. O CEO do clube mineiro estimou, por exemplo, que a primeira partida oficial da Arena MRV deve ocorrer somente no mês de agosto, e não mais em junho, como estava previsto.

Enquanto isso, o Atlético segue à procura de um artista internacional para um dos eventos de abertura e também de um adversário de fora do Brasil para o primeiro amistoso. Bruno Muzzi acredita que essas definições devem ocorrer dentro dos próximos 30 dias.




"Ainda não tem nada definido. A gente tem dificuldade pelo calendário de todos os times para poder definir essa data certa. Também estamos enfrentando muita dificuldade na definição do artista internacional. Quando você tem turnês internacionais, é muito mais fácil encaixar na agenda. Com uma data específica, muito difícil. Dentro de mais uns 30 dias... A gente está com várias propostas circulando nos agentes para ver o que a gente consegue encaixar. É difícil ter retorno da turma também, teve férias. Uma vez definido, a gente vai remodelar as datas", explicou.
 

Os detalhes finais da parte interna da Arena MRV (Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

 
"Para o dia 25 [de março], estou mantendo [o primeiro evento]. As outras datas, em função das dificuldades, estou avaliando. Quando a gente tiver a data de artista, eu quero priorizar essa data para acomodar as demais. Isso pode sofrer alterações. Está na cláusula contratual que as datas podem mudar, o line up de artistas pode mudar. A gente deixou bem transparente porque a gente já imaginava as dificuldades do pós-pandemia", encerrou.

Mesmo com todas as dificuldades, a Arena MRV é, por óbvio, a realização de um sonho dos atleticanos. É o caso do vice-presidente José Murilo Procópio, que, ao longo da visita, demonstrou muita satisfação ao ver as obras em estágio avançado.  "A gente se sente em casa. Uma emoção muito grande. A sensação de ter o nosso lugar", pontuou.
 

José Murilo Procópio, vice-presidente do Atlético, na Arena MRV (Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)