O Corinthians pretende recorrer da punição que recebeu do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por cantos homofóbicos no clássico contra o São Paulo.
O clube foi punido com um jogo de portões fechados, enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito”. O clássico em questão foi paralisado por manifestações homofóbicas da torcida.
Corinthians vai recorrer no STJD
– É uma decisão injusta e exacerbada, e o clube pretende recorrer. O Corinthians não pode ser punido desta forma, porque fez tudo o que tinha ao alcance, seguiu toda a cartilha com ações para prevenir este episódio, no sistema de som, no telão, e também se posiciona frequentemente contra todo tipo de preconceito – argumenta o advogado do Corinthians, Daniel Bialski, em entrevista ao Superesportes.
O clube aguarda a publicação do acórdão para entrar com um recurso e tentar, pelo menos, transformar a pena em multa. Desta forma, não há qualquer previsão de qual partida seria sem torcida se a punição for mantida.
Coletivo LGBT cobra ações do Corinthians
O principal coletivo de torcedores LGBTQIA+ do Corinthians, o Fiel LGBT, espera que a punição seja uma virada de chave e que o clube adote “postura firme” para evitar que casos deste tipo se repitam.
– Esta decisão é um marco importante no combate à discriminação no nosso futebol. É uma mensagem clara do STJD de que a homofobia não será aceita no futebol e que os clubes têm a responsabilidade de criar um ambiente inclusivo e respeitoso – diz Railson Oliveira, porta-voz do coletivo.
– O Corinthians poderia adotar uma postura firme para lidar com esses casos, aplicar sanções a quem tiver esse comportamento, como a proibição de acesso aos estádios ou exclusão do Fiel Torcedor. Precisa de ações concretas – sugere Oliveira.
Por que o Corinthians foi punido
O clássico em questão foi disputado na Neo Química Arena, em 14 de maio, pelo Brasileirão. Na ocasião, o jogo foi paralisado no segundo tempo porque corintianos cantavam uma música com insulto homofóbico (assista abaixo). O árbitro Bruno Arleu de Araújo (Fifa-RJ) relatou a situação na súmula.
— Paralisei a partida por dois minutos devido gritos homofóbicos da torcida, “Vamos, Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar”. Foi informado no som e no telão do estádio para que os gritos parassem, mesmo assim a torcida continuou gritando efusivamente. Após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada.