Róger Guedes teve papel de destaque na classificação do Corinthians (Foto: Iconsport )

Jogo decisivo é outro patamar. O caráter esportivo de uma partida eliminatória pertence a um universo diferente quando comparado ao de uma partida de pontos corridos. A distância técnica e tática que existe quando se mede regularidade muitas vezes evapora quando a definição está palpável em 90 minutos ou nas penalidades. A impressão que fica da classificação do Corinthians sobre o Atlético-MG é de que apenas uma equipe entrou para decidir: a paulista. Na Noite do Drama dos Pênaltis na Copa do Brasil, o grande destaque foi o despertar do Corinthians sobre a apatia do Galo.




Pode ser que sim, pode ser que não, mas a opção de Coudet em poupar sua grande estrela e mexer em posições-chave como as de Otávio e Patric pode ter passado a ideia de que a vantagem era suficiente diante de um time que vinha para o tudo ou nada.
 
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Fato é que o Corinthians jogou mais, lutou mais, sentiu mais uma partida daquelas que se jogam com alma. Os comandados de Luxemburgo sobraram na vontade e também jogaram bola, o que não tinham feito desde a chegada do veterano treinador. Houve futebol coletivo, aproximação, tabelas, volante entrando na área para definir, lateral fazendo ultrapassagem. O jovem zagueiro Murillo engoliu Hulk quando Coudet percebeu que não se poupa seu principal ativo. O melhor investimento corintiano, Renato Augusto, foi pro tudo ou nada, mesmo sem o ritmo ideal, e assumiu o controle do jogo, o que o Galo nunca teve.
 

Corinthians reunido antes do jogo contra o Atlético-MG (Foto: Iconsport)



Mas o lance que explica o resultado aconteceu aos 37 do segundo tempo. Uma disputa de bola que vale vaga entre Róger Guedes e Zaracho. O corintiano não ficou esperando a bola sair, não sentou na vantagem e terminou premiado com um golaço de garra e técnica.



 


Era tarde quando os atletas do Galo finalmente incorporaram o espirito de decisão. Paulinho ainda perdeu um gol daqueles que podem significar perder a vaga. O adversário tinha acordado de um sono profundo de mau futebol e jogava bem, passava a acreditar que podia.

Até nos pênaltis o alvinegro paulista estava mais ligado e inspirado. Quando Hulk bateu mal o primeiro diante de um Cássio gigantesco, que pegou o vigésimo-nono pênalti pelo Corinthians, estava se desenhando o clímax do roteiro. A vantagem numérica e a superioridade técnica mineiras foram anuladas pela frieza com que o time começou um duelo decisivo entre gigantes.
 

Vanderlei Luxemburgo durante Corinthians x Atlético-MG (Foto: Iconsport)



Palmeiras, América-MG, Bahia, Athletico-PR e Grêmio classificados 

 
Falta ao Galo de Coudet a confiança baseada em consistência do Palmeiras, que sabe resistir a pressões e confia em sua capacidade para administrar vantagens, como fez diante do Fortaleza. Resta saber como esse Corinthians de Renato (o significado do nome é emblemático para a noite corintiana) aproveitará a classificação emocionante.




Nos demais jogos, houve um vacilo no final do jogo que custou caro para o Inter de Mano Menezes diante do bravo América. Bahia e Santos foram equilibrados até a competência baiana nas penalidades decidir a vaga. O Furacão eliminou o líder do Brasileiro na mesma toada, e o Grêmio de Renato soube segurar a pressão de um Cruzeiro intenso, mas pouco inspirado.