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Análise: Cruzeiro quer trocar pneu com o carro em movimento

Tropeço diante do Coritiba é reflexo das constantes mudanças realizadas no clube desde 2020, sem que se dê tempo para a consolidação de trabalho

06/07/2021 22:09 / atualizado em 06/07/2021 22:56
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Aírton e Lucas Ventura se esforçaram, mas tiveram muitas dificuldades durante empate do Cruzeiro com o Coritiba, no Mineirão
foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Aírton e Lucas Ventura se esforçaram, mas tiveram muitas dificuldades durante empate do Cruzeiro com o Coritiba, no Mineirão

Trocar o pneu com o carro andando é uma expressão bem comuns para explicar o quão difícil é executar determinada tarefa. Levada ao pé da letra, é praticamente impossível de ser realizada, assim como parece ser encontrar alguém que faça o Cruzeiro reencontrar o bom caminho

Por mais que o técnico Mozart e os jogadores se esforcem, parecem incapazes de fazer o time apresentar algo que possa ser chamado de futebol, ao menos aquele praticado no clube celeste em outras épocas. Há uma completa incapacidade na hora de criar jogadas e ainda mais em finalizá-las. Já a defesa conseguiu passar dois jogos sem ser vazada, mas muito pelas fracas atuações dos ataques de Brasil-RS e Coritiba, além de algumas boas intervenções do goleiro Fábio. É muito pouco para quem quer voltar para a Série A do Campeonato Brasileiro. 

A expectativa é que, a partir de domingo, quando terá dias livres para trabalhar e descansar os atletas, Mozart consiga finalmente dar o mínimo de padrão à Raposa. Não importa se vai escalar três zagueiros, dois laterais, quatro volantes, cinco atacantes. A torcida quer ver um time que ao menos execute movimentos coordenados e envolva os adversários. As vitórias serão consequência disso.

Mas para que as coisas saiam bem em campo, precisam estar organizadas fora dele. É muito difícil para dirigentes ou mesmo comissão técnica cobrar atletas quando os salários estão atrasados, inclusive dos mais humildes funcionários. O quando o clube se vê punido pela Fifa pelo não pagamento de dívidas contraídas há mais de seis anos.

Que a diretoria comandada pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues apresente um plano de recuperação de longo prazo e que seja executável. Só assim a China Azul poderá voltar a sonhar com dias melhores.


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