Fred Melo Paiva
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DA ARQUIBANCADA

"Tem que manter isso aí"

OK, a solução mais fácil era botar o Oswaldo, num grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo, e delimitava onde está

postado em 28/10/2017 12:00

Gladyston Rodrigues/EM/DA Press
Faz algum tempo sugeri ao atleticano que fizesse pacto com o diabo. Já que o homem lá em cima parecia ter nos abandonado, que fechássemos acordo com o homem lá embaixo. Levaram umas tantas rodadas até que o cramulhão negociasse suas condições, acertasse contrato e reconhecesse firma. Depois dos trâmites burocráticos que tal pacto enseja, taí o resultado: só não vê quem não quer.

O pacto com o demo é a estratégia mais eficiente que tem no Brasil. Veja o caso do Temer: este pactua com o demônio desde sempre, tá na cara – a cara do Bela Lugosi, do Drácula, a fuça de mordomo de filme de terror. Não torce pra time nenhum, o que, segundo o Xico Sá, denota que ali não há coração. E sua mãozinha da Família Addams? Que nervoso aquilo, parece uma entidade autônoma inserida num corpo que não lhe pertence.

É, mas desde o porto de Santos, Temer só surfa a buena onda, pegando as novinha e também as verdinha, uma beleza. Nessa joint venture com o capeta, suas ações subiram mais que as da Microsoft, aposto, e até pro Michelzinho já sobrou algum. Na semana em que tudo poderia ter ido por água abaixo, seu maior problema, veja só, foi uma ziquizira que lhe deu no pinto. Ou seja, nada, já que pinto de Temer, dizem as boas línguas, é como apêndice nosso – não tem função, e só lembramos dele em caso de doença.

Evidentemente que um dia a conta vai chegar, e Temer terá de prestá-la tão logo atravesse a porta do Inferno. Mas isso não será problema, porque contas podem ser resolvidas com pedaladas fiscais desde que você esteja #FechadoComOCapeta. Importante, para nós atleticanos, é verificar que Temer não cai, aconteça o que acontecer mesmo somado ao já acontecido. Quando propus o pacto com o cramulhão (esse da lava de Guimarães Rosa), era só isso que eu mirava: evitar a queda, assim como o Incaível.

Vendo agora que viramos o jogo, metemos o ferro no Crüzëirö e estamos a poucos pontos da zona de classificação à Libertadores, sou novamente obrigado a recorrer ao Michelzão: “Tem que manter isso aí”. Manter o pacto, mesmo que a sangria já tenha sido estancada. OK, a solução mais fácil era botar o Oswaldo, num grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo, e delimitava onde está. Acontece, Pai Jucá, que agora nós queremos mais, queremos a Libertadores! E quem vai pagar o pato não é a Fiesp, é o Botafogo. Ah, Botafogo, nossa vingança será maligna!

Na coluna anterior, cantei a bola óbvia e ululante (atenção seguidores do Partido sem Escola, essa palavra não contém elogio ao Lula): se a gente ganhasse do Crüzëirö, safava-se de vez e podia beliscar a vaga na Liberta. Toda vez que eu tirei uma onda com o Crüzëirö antes do clássico, acabamos derrotados. Uma coisa da metafísica, impressionante. Por isso fiquei pianinho, limitando-me às tremas que o meu corretor automático insiste em incluir, e que eu, analfabeto digital, já desisti de desabilitar. Pelo visto, já consta do Houaiss.

Agora que o jogo passou, peço licença ao freguês, ops, ao Cliente Prime, pra exercer o sagrado direito de rir melhor. Afinal, tô rindo por último, eu mereço. Meus amigos, o que foi aquela ejaculação precoce na bandeirinha de escanteio, por ocasião do primeiro gol? Hahahaha. Deve ser aquilo que diz o Zé Simão: nóis sofre mas nóis goza! E aquele crüzëirensë que aparece num vídeo na torcida do Crüzëirö pagando pau pra Galoucura? Meu Deus, esse tímido povo não existe... Hahahaha.

“Atura ou surta, frangas”, disse um Diogo Barbosa, de quem eu, sinceramente, nunca tinha ouvido falar, por certo um lapso da minha parte. Fui no Google procurar, e ele tava desaparecido: ao que parece, foi encontrado no bolso do Robinho. Ah, meu Pai, salve o Crüzëirö, meu Pai – o que seria de nós sem esses seis pontinhos e nosso eterno saco de risadas?

PS: A Fifa reconheceu o Mundial do Flamengo em 1981. Na ocasião, a Toyota premiou Zico com um carro da marca. Devolve, Zico, você sabe que esse Toyota é do Wright!

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