2

Atlético: a contratação de Saravia, e a conta que não fecha

O Atlético tem uma folha salarial compatível às de Palmeiras e Corinthians, na casa dos R$ 20 milhões por mês, com faturamento bem menor

10/02/2023 14:40 / atualizado em 10/02/2023 14:47
compartilhe
Jorge Nicola, colunista do Superesportes, fala sobre o impacto da contratação de Renzo Saravia pelo Atlético
foto: Jorge Nicola/Superesportes

Jorge Nicola, colunista do Superesportes, fala sobre o impacto da contratação de Renzo Saravia pelo Atlético

Preciado, Gilberto, Hugo Mallo... depois de várias tentativas frustradas, o Atlético enfim acertou com um novo lateral-direito: Renzo Saravia. O argentino mal chegou e já causou decepção no torcedor.

A contratação menos badalada/desejada reflete algo que não é dito publicamente, mas faz toda a diferença: o Galo passa por um momento financeiro extremamente difícil. Com prêmios, direitos de imagem e comissões a empresários atrasados há bastante tempo. 

A verdade é que o Atlético de hoje concorre com o Flamengo, que fatura três vezes mais, e com o Palmeiras, cuja arrecadação é duas vezes maior.

"O fato de o Galo ter conseguido montar um elenco como esse, com muito menos dinheiro, já é um enorme feito", avalia uma fonte atleticana.

Hulk, Paulinho, Vargas, Pedrinho, Zaracho, Patrick, Edenílson... só que a conta não fecha. Porque o Atlético tem uma folha salarial compatível às de Palmeiras e Corinthians, na casa dos R$ 20 milhões por mês, com faturamento bem menor.

É aí que entra a necessidade de o clube virar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF ). Somente com o aporte externo, o Galo será capaz de equalizar receitas e despesas. Caso contrário, terá de recuar vários passos, abrindo mão de jogadores importantes e caros. 

Os impactos de um time menos qualificado seriam gigantes. A começar pela Arena MRV, estádio cuja inauguração está prevista para maio, e que teria mais dificuldade de encher. O programa Galo na Veia certamente perderia alguns milhares de sócios sem uma equipe que brigue por títulos. O poder de negociação com patrocinadores também diminui.

Isso sem falar na queda de receita com os prêmios por títulos, algo fundamental para os grandes clubes brasileiros.

Só a vitória na final da Libertadores valerá em 2023 o equivalente a US$ 18 milhões ou R$ 94 milhões. Na Copa do Brasil, o prêmio ao primeiro colocado será de R$ 70 milhões.

Resumo da ópera: o Atlético montou um elenco incompatível impagável. A menos que se torne uma SAF. E para ontem!

Compartilhe