
O presidente da BWA, Bruno Balsimelli, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, informou que o Independência poderia ter a capacidade ampliada para receber uma eventual final de Copa Libertadores. Segundo as exigências da Conmebol, o estádio teria que possuir 40 mil lugares para ser palco da decisão do torneio continental. Já no período da tarde, em contato com o Superesportes, o representante da BWA recuou e já não garantiu a realização da reforma, alegando que depende de um estudo de viabilidade para saber quantos lugares seriam acrescentados. Na verdade, a elevação da capacidade ainda precisa ser aprovada pelo América (proprietário do estádio) e pelo governo de Minas, que bancou a reconstrução e concedeu a autorização à BWA, por meio de licitação, para administrar o estádio por uma década.
“Está sendo feito um estudo de viabilidade com uma empresa que fica na Suíça. É uma empresa que faz complementos de arquibancada, como já fez em Wimbledon, para o Corinthians, para a Arena Fonte Nova e outras. Há um estudo de viabilidade para fazer isso no Independência. Quando chegar o estudo de viabilidade, que deve ser em 10 dias, a primeira coisa que eu vou fazer é apresentar ao América e ao governo, para ver se eles concordam. Se tudo por aprovado, eu vou oficializar e contratar o negócio”, disse Balsimelli ao Superesportes.
Incoerências
Pela manhã, por meio de sua assessoria, a BWA conversou com a reportagem e revelou que as mudanças possibilitariam abrigar 40 mil pessoas durante os jogos no Independência e que as obras começariam no primeiro semestre de 2013, o que não é mais confirmado.
Outra incoerência é sobre a capacidade da nova arquibancada, que fecharia o espaço acima dos vestiários. Para atingir os 40 mil lugares, seriam necessários mais 16.982 assentos. Mas esse número corresponde a 73% da carga atual (23.018), o que sugere uma desproporção.
Saiba mais
“A arquibancada é modular. Ela cabe em quantos módulos eu quiser, acho que dá para fechamento de 40 mil pessoas. Mas eu não sou engenheiro e a empresa me disse que a capacidade que eles estão levantando é entre 36 e 40 mil pessoas. Quando tiver o estudo de viabilidade formatado, eu vou dar uma entrevista para dizer o que será feito”, afirma Balsimelli.
Integrante da diretoria do América, Olímpio Naves considera complicado para o Independência comportar 40 mil pessoas. “Não entendo como eles vão aumentar a capacidade para esse público. Se a atual é de 23 mil e só existe o espaço atrás do gol para expandir, não sei se vai caber isso tudo. É meio estranho”, comentou.
América não foi consultado
“A primeira coisa é viabilizar o projeto e depois eu vou endereçar para a Secopa e ao América, para pedir aprovação e ponto de equilíbrio. Se eles concordarem, eu posso fazer a ampliação”, frisou.
O integrante do conselho gestor do América, Marcus Salum, negou a versão inicial de Balsimelli de que tinha sido consultado sobre as obras. “Vi algumas repercussões na imprensa e sei de tudo que se passa. Que fique bem claro. Enquanto não for apresentada uma proposta oficial para o América, não existe nenhuma possibilidade de ampliação. Não houve nenhum contato conosco até o momento”.
Investimento
Sobre os gastos do projeto, que ainda não estão calculados segundo Balsimelli, o presidente da Arena Independência admitiu que tudo será custeado pela BWA, sem a participação do Atlético, parceiro comercial no Independência.
“Quem vai arcar com tudo é a Arena Independência. Deixa primeiro eu aprovar a viabilização do projeto, preciso do aval do América e da Secopa, para depois conversar com a imprensa”.
O presidente da BWA não quis comentar se o contrato de concessão do estádio, assinado com o governo, seria alterado a partir da ampliação do Independência.