
Imagine ir a um estádio de futebol e não ter plena visão do campo por causa de um guarda-corpo? Pelo menos para o presidente da BWA, Bruno Balsimelli, isso não é problema. Em entrevista nesta quarta-feira, o representante da concessionária que administra o Independência declarou que a arena tem uma visão privilegiada para quem ocupa o setor superior. Com isso, ele desconsiderou a falta de visibilidade no espaço, fato comprovado pelas autoridades e alvo de estudos do Ministério Público.
Ao comentar sobre as chances de o setor sofrer alguma alteração para a próxima temporada, Balsimelli desdenhou do problema e elogiou as condições oferecidas no Independência. Ele ressaltou que os seis mil torcedores que ocupam o anel superior, cerca de 24% da capacidade, têm visão privilegiada.
“Não faremos nenhuma modificação no anel superior. O anel ficará como está. Aliás, é o primeiro setor a lotar, só para vocês saberem. E qualquer um que quiser assistir a um jogo lá de cima verá como é fantástica a visão. E é o lugar mais barato. Então, está privilegiado quem está nesse setor. Isso já passou. Vejo como definitivo e não há nada a se fazer”, disse Balsimelli.
Sem mudanças
Antes de descartar alguma intervenção no espaço prejudicado pelo guarda-corpo, Balsimelli afirmou que pretendia retirar as cadeiras do anel superior, mas que foi desencorajado pelo Ministério Público.
Saiba mais
O problema da falta de visibilidade provocada pelo guarda-corpo do Independência foi alvo de estudos do Ministério Público no decorrer de 2012. Depois que o estádio foi reinaugurado, em abril deste ano, o órgão interveio e pediu um prazo de 120 dias para apontar uma solução para o imbróglio. Expirado o período, o MP alegou que uma comissão de especialistas foi consultada e chegou à conclusão de que a falta de visibilidade não tinha solução. Foi alegado erro de engenharia no estádio. A saída encontrada após as análises foi manter o local com preços mais baixos e destacar nos ingressos comercializados as dificuldades encontradas no espaço.