“Se tiver que apontar algum responsável por essa eliminação do Cruzeiro, no banco de reservas, você vai encontrar a comissão técnica que saiu, acho que não a atual. Se alguém for criticar o Rogério (Ceni), convenhamos, nem me parece muito correto, nem me parece muito honesto do ponto de vista intelectual. Será que alguém acha que a culpa é do Rogério? O Rogério é que enfiou o Cruzeiro nessa situação? Isso aí tem assinatura dos que que estavam no clube antes e dos que comandam o clube hoje”, disparou Mauro Cezar.
Mano Menezes ainda era comandante do Cruzeiro no jogo de ida da semifinal, quando o time foi batido em pleno Mineirão por 1 a 0. Na visão de Mauro Cezar, o time mineiro tinha sim a obrigação de arriscar no Beira-Rio na tentativa de buscar uma classificação “improvável”.
De fato, Rogério Ceni mexeu na formação do Cruzeiro. Sem Orejuela na lateral direita e com Edilson fora de combate por quase quatro meses, o técnico cruzeirense escalou o volante Jadson no setor. No intervalo, o zagueiro Dedé pediu para sair e foi substituído pelo volante Ariel Cabral. A partir de então, volante Henrique foi deslocado para a zaga ao lado de Fabrício Bruno.
Em longa análise, Mauro defendeu as mexidas de Ceni na tentativa de deixar o Cruzeiro mais ofensivo.
“Não acho que alguém deva criticar o Rogério por arriscar depois de o time do Cruzeiro ter por tanto tempo um técnico que não arriscava nada. Então, você põe um que arrisca minimamente, numa situação limite, em que você está por um fio. O time que ele herdou, péssima fase. O clube, não preciso nem dizer toda bagunça que está o Cruzeiro, todo o escândalo que envolve essa diretoria, a anterior, tudo mais. De repente, vai a Porto Alegre, numa situação totalmente adversa, vai fazer o que? Vai ficar fechado, vai ficar cauteloso. Tentou, tentou algo que não deu certo, poderia ter dado certo”.
“Mas, convenhamos, o Cruzeiro não fez por merecer nada. Já lá atrás, contra o Fluminense (oitavas de final), já merecia ser eliminado. O Fluminense, com um time de moleques, 16 anos, 17 anos, empatou um jogo nos minutos finais, sem zagueiro, com um gol de bicicleta do João Pedro, e ganhou o Cruzeiro nos pênaltis. Ou seja, veio se arrastando na competição. Contra o Atlético, fez aquele 3 a 0 num jogo que tudo deu certo, foi estratégia boa, tudo correto, tudo bem. Mas quase tomou o mesmo placar de volta no Independência (2 a 0). O Cruzeiro vinha respirando por aparelhos na Copa do Brasil há muito tempo, e essa eliminação nada mais é que o óbvio acontecendo diante dos nossos olhos”, concluiu Mauro durante o Linha de Passe, da ESPN.