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Cicinho relembra dura de Kalil no Atlético: 'Isso me ajudou muito'

'Ele colocou o dedo na minha cara e falou que eu era um jogadorzinho', conta o ex-atleta

08/06/2021 09:10 / atualizado em 08/06/2021 10:13
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Cicinho é comentarista do SBT
foto: Divulgação / SBT

Cicinho é comentarista do SBT



O ex-lateral-direito Cicinho teve uma passagem conturbada pelo Atlético entre 2001 e 2003. Durante o programa 'Arena SBT', nessa segunda-feira (7), o ex-jogador relembrou um episódio no qual tomou uma dura do então diretor Alexandre Kalil, que depois viria a se tornar presidente do clube e prefeito de Belo Horizonte.

"Não foi ligação, ele foi apontando na minha cara dentro do centro de treinamentos, mas não de uma maneira pejorativa, e sim para me alertar. Porque eu tinha problema com baladas e ele colocou o dedo na minha cara, falou que eu era um jogadorzinho, não tinha ganhado nada, estava acompanhando pessoas que não eram para acompanhar. Falou 'se for preciso eu piso na cabeça de mãe e pai que vierem aqui, mas aqui precisa me respeitar'. Isso me ajudou muito na carreira. É uma responsabilidade do diretor", afirmou Cicinho.

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Cicinho e Atlético


Com a camisa do Atlético, Cicinho disputou 96 partidas e marcou sete gols. Ele saiu do clube via Justiça.

"Com o Atlético e com torcida, não (tenho mágoa). Com os dirigentes que estão lá, sem sombra de dúvida, até porque eu joguei três anos lá e, depois que voltei da Europa, tive que pagar uma multa, sendo que a dívida era do Atlético com o banco Axial. Eu não tinha essa dívida", afirmou o ex-jogador.

"Não torço para o Atlético. Sou muito fã dos torcedores, sou muito fã do clube, mas para mim é igual, até porque paguei para jogar neste time", completou.

No ano passado, o então vice-presidente do Galo, Lásaro Cândido da Cunha, explicou o processo que o Atlético moveu contra o ex-jogador para quitar uma dívida com o banco Axial. Em 2003, Cicinho entrou na Justiça e conseguiu liberação do Galo por falta de pagamento de FGTS. Por causa disso, a empresa ajuizou uma ação contra clube e atleta, já que perdeu os 50% dos direitos econômicos que detinha.

Anos depois, o Atlético começou a negociar com o banco Axial e conseguiu desconto na ação, que já chegava a R$ 18 milhões. Como Cicinho não se posicionou, o clube precisou acioná-lo na Justiça. A dívida total atingiu cerca de R$ 9 milhões. Cicinho pagou R$ 2,9 milhões ao Galo e R$ 250 mil de honorários advocatícios.



"Cicinho jogou no Atlético até 2003. Entrou na Justiça e conseguiu a liberação. Só que Cicinho e Atlético tinham contrato com a Axial. Era uma empresa de São Paulo que tinha direito a 50% dos direitos do jogador. A empresa processou Atlético e Cicinho conjuntamente e ambos foram condenados. Valor total em 2016 foi de R$ 18 milhões. Nós pegamos esta negociação no fim, e nós temos um advogado, o Raul Ribeiro, que representou o Atlético. Nós coordenamos uma tentativa de composição. Conseguimos com a Axial reduzir um valor que era mais de R$ 18 milhões para R$ 9 milhões", destacou Lásaro.

"Mas o Cicinho não participou deste acordo. Ele ficou lá escondido e não quis participar inicialmente. O que o Atlético fez? O processou. Valor da dívida dele no pacote era pouco mais de R$ 10 milhões. Nós oferecemos para ele uma oportunidade: fizemos o mesmo desconto que a empresa fez ao Atlético. E ele pagou ao clube R$ 3,2 milhões (Atlético e advogado). E ele deve agradecer ao Atlético porque o Atlético facilitou a vida dele, pois negociou com ele em condições excepcionais. O advogado na época, o Raul, obviamente recebeu os seus honorários, porque ele atuou corretamente e merece isso. Portanto, pare de falar besteira, Cicinho. O Atlético tem péssima recordação de você. Você deu prejuízo ao Atlético e deveria agradecer ao Atlético", acrescentou.

Cicinho pagou o Atlético em três parcelas em 2018 e 2019: uma no valor de R$ 1.450.000 e três de R$ 500 mil.
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