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Alex recorda montagem do Cruzeiro vencedor de 2003: 'Maior time que joguei'

Ídolo da torcida e maestro do time que ganhou a 'tríplice coroa', ex-armador exaltou a formação do grupo comandado por Vanderlei Luxemburgo

29/07/2022 08:01
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Atual técnico do time sub-20 do São Paulo, Alex relembra 'tríplice coroa'
foto: Reprodução/FDP98

Atual técnico do time sub-20 do São Paulo, Alex relembra 'tríplice coroa'


Em entrevista ao programa FDP98, da Rádio 98FM, o ex-armador Alex, ídolo da torcida e grande líder do Cruzeiro que faturou a chamada 'triplice coroa', em 2003, relembrou momentos marcantes da épica temporada. Segundo ele, aquele time foi o maior que ele já defendeu, até pela forma com que o então técnico Vanderlei Luxemburgo montou a equipe que ganhou o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e o Mineiro daquele ano. 

Alex, apelidado pela torcida de 'Talento Azul', citou o fato de ter atuado no poderoso Palmeiras do fim da década de 1990, com patrocínio da Parmalat, e também o Fenerbache, da Turquia, onde ele foi ídolo. Mas o ex-armador disse que o Cruzeiro de 2003 foi time mais marcante na carreira. 

"O Cruzeiro é maior time que eu joguei. A maneira como se montou aquele Cruzeiro, e depois a gente passeou e ganhou de todos os times do Brasil, realmente é algo que me marcou muito", declarou o ex-camisa 10, revelado na base do Coritiba em 1995 e que logo despertou a atenção do Palmeiras, onde teve três passagens (1997 a 2000, 2001 e 2002) e conquistou quatro títulos: Libertadores de 1999, Copa do Brasil de 1998, Copa Mercosul de 1998 e Torneio Rio-São Paulo, em 2000. 

"A gente via as pesquisas, quem vai ser campeão e tal, quem vai para Libertadores e tal, a gente aparecia lá em 11º, 12º. Lembro que quando a gente foi ao Morumbi e tocamos quatro no São Paulo, os caras falaram que era um acaso, que isso não era assim e tal. E isso durou um tempinho, até a gente provar jogo a jogo que era o melhor time do país e dentro de campo conseguimos mostrar. A montagem do time fortaleceu", exaltou.

Atacante nordestino 


Alex fez um elogio especial ao técnico Vanderlei Luxemburgo, que o trouxe para o Cruzeiro depois que o ex-jogador entrou em litígio com o clube celeste na Justiça e foi desligado, em 2001. No ano seguinte, quando assumiu a Raposa, o treinador convenceu o ex-meia a retornar a BH. Foi o começo da montagem de um grupo vencedor, que brilhou na temporada de 2003 com a 'tríplice coroa'.
   
"No cruzeiro, quando a gente fala e eu faço questão de lembrar disso, eu vim para cá em 2001, a coisa não acontece, estava na briga na Justiça, joguei 15 jogos (na verdade foram 19) e o Cruzeiro me mandou embora. E eu prometi a mim mesmo que nunca mais voltaria a BH para jogar no Cruzeiro. O Luxemburgo me convence a voltar e eu volto em 2002", relembrou.

"No fim de 2002, já sabendo do calendário de 2003, que o campeonato seria diferente, em pontos corridos, o Vanderlei começa a falar com a gente como seria o ano de 2003. E me lembro como se fosse hoje, o Vanderlei me punha no carro, a gente ia para Toca olhar jogo de juniores e juvenil. E eu era meio que auxiliar do Vanderlei nessa história", recordou. 

O Talento Azul disse que o treinador também teve mérito ao apostar em jogadores em início de carreira e ainda pouco conhecidos, já que o clube não dispunha de muito poder financeiro para investimento pesado. "O Vanderlei foi buscar jogadores pontuais, mas o Cruzeiro não tinha dinheiro. Se não engano, a contratação cara que o Cruzeiro fez foi a do Deivid, que era artilheiro do Corinthians. Mas ele pegou o Maldonado em uma brecha do São Paulo, Martinez e Edu Dracena, que eram jovens do Guarani, Maurinho em uma brecha do Santos", exemplificou. 

"Na época, eram meninos. O grande nome que já tinha reconhecimento em nível nacional era o do Aristizábal, que tinha jogado no Santos e no São Paulo e que tinha acabado com o nosso time no ano anterior, pelo Vitória. A maneira como o Vanderlei construiu o time, se buscarem a escalação da final da Copa do Brasil, o meio-campo era Augusto Recife, Jardel e Wendell. Os três eram dos juniores. Atrás jogavam Luizão e Maicon, quando não era o Maurinho. O Leandro era a mesma coisa, revelação do Vitória quando trouxeram", pontuou.

Alex considera que o caso mais emblemático foi a contratação do atacante Mota. O ex-armador disse que o clube foi até motivo de gozação por ter apostado em um jogador desconhecido, enquanto o Atlético, grande rival, tinha a dupla formada por Marques e Guilherme. "O Mota, quando chegou, era chacota. E aquilo deu força para nosso time, pois a gente o via no treino. O Marcelo Ramos até disse no treino - esse cara sabe jogar", comentou.

"A gente ligava TV e era chacota atrás de chacota, porque o ataque do Atlético era Guilherme e Marques. Um ataque pesado, com dois caras reconhecidos. E de repente o Cruzeiro pega um menino do Nordeste, que ninguém sabia quem era, e que desandou a fazer gols", frisou.

Grande ídolo do Fenerbahce, com direito a estátua, Alex disse que o clube tinha muito dinheiro e nunca teve problema para contratar jogadores. O mesmo, segundo ele, vale para o Palmeiras da chamada 'era Parmalat'. "Na Turquia a gente tinha um bom time, joguei no Palmeiras com bons times, mas com dinheiro, era uma época boa com a Parmalat, a diretoria não se preocupava com dinheiro. E na Turquia era mecenas atrás de mecenas que queria aquele cara, vai lá e compra. É por isso que o Cruzeiro é maior time que já joguei", comentou. 

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