A final da Copa do Mundo entre Argentina e França foi assunto para os jornalistas do programa "Em Pauta", da GloboNews, nesta sexta-feira (16/12). Enquanto Ariel Palacios, correspondente da emissora em Buenos Aires, explicava superstições dos “hermanos” no futebol, Demétrio Magnoli perguntou se o colega “torce ou não” pelo país vizinho.
“Não! Sou brasileiro. Torço para o Brasil”, respondeu Palacios, que nasceu em Buenos Aires, na Argentina, mas foi criado no Brasil desde pequeno. Ele morou nas cidades de São Paulo, Governador Valadares (MG) e Londrina (PR) - onde se formou em jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1987.
Inclusive, Ariel fez alusão ao Londrina, clube do coração, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro e ficou em nono lugar em 2022, com 53 pontos. O jornalista frequentemente é questionado se torce por outro time além da agremiação paranaense.
"Torço para o Londrina Esporte Clube. Me criei em Londrina, para quê vou torcer para um time de São Paulo, 'da cidade grande’?”, disse, aos risos.
Ao cobrar de Palacios a preferência pela Argentina em vez de uma posição neutra, Demétrio Magnoli brincou que o colega era “traidor da Pátria Grande”, conceito que se refere a uma ideia de integração de nações da América do Sul.
Ariel se considerou um “cosmopolita” - ou seja, aquele que vê o mundo como a sua pátria. Em seguida, elencou aspectos esportivos e políticos para Argentina ou França ganhar a Copa do Mundo, sem, contudo, declarar torcida para alguma das seleções.
“Seria útil para a sociedade argentina que a seleção ganhe neste domingo, pois isso exaltaria a figura de um cara legal como Messi, para deixar de lado a figura de um sujeito racista, homofóbico, espancador de mulheres e apoiador simultaneamente de ditaduras de direita e esquerda como era Maradona”.
“Seria útil para a sociedade argentina que a seleção ganhe neste domingo, pois isso exaltaria a figura de um cara legal como Messi, para deixar de lado a figura de um sujeito racista, homofóbico, espancador de mulheres e apoiador simultaneamente de ditaduras de direita e esquerda como era Maradona”.
“Mas também seria útil para a sociedade da França que a seleção vença, já que é um time multiétnico, composto por filhos e netos de imigrantes, tantas vezes discriminados. Por isso, para calar a boca dos racistas, também seria útil uma vitória dos imigrandes dos 'bleus'. Em resumo: uma vitória seria útil para qualquer das duas sociedades”.
Filho de argentinos, nacionalidade brasileira
Filho de argentinos que se mudaram para o Brasil nos anos de 1960, Ariel Palacios nasceu em Buenos Aires por um desejo da mãe, que retornou ao país de origem tão logo descobriu a gravidez. O idioma português com sotaque espanhol pode até induzir o telespectador a pensar de outra forma, porém o comunicador tem nacionalidade brasileira.
“Eu sou brasileiro. Sempre torço pelo Brasil, não nessa Copa América, que sempre fui contra a realização não só aqui, mas como em qualquer país da América do Sul. Colômbia, Argentina, depois Brasil. Achava absurdo promover um torneio desses em plena pandemia. Assim como condenei a aglomeração na Argentina para celebrar a vitória”, destacou o jornalista, em entrevista à coluna Splash, do portal UOL, em agosto de 2021.
Decisão da Copa
Argentina e França se enfrentam neste domingo (18/12), às 12h (de Brasília), no Lusail Stadium. As seleções buscam o terceiro título da Copa - a Albiceleste venceu em 1978 e 1986, e Les Bleus ganharam em 1998 e 2018.
Os destaques da competição são os respectivos camisas 10. O argentino Lionel Messi tem cinco gols em seis partidas na Copa, mesmo número do francês Kylian Mbappé. Eles jogam juntos no Paris Saint Germain, da França.