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Lisca insatisfeito, atrito e venda: Salum abre jogo de volta ao América

Dirigente revelou discordância na negociação de Messias e pedido de Alencar da Silveira, presidente do clube

13/05/2021 15:00 / atualizado em 14/05/2021 16:01
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Marcus Salum, coordenador de futebol clube-empresa do América
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Marcus Salum, coordenador de futebol clube-empresa do América

 
Marcus Salum, coordenador de futebol do América, explicou, nesta quinta-feira (13), as razões pelas quais decidiu retornar ao clube. Em entrevista ao canal do jornalista Jorge Nicola, o dirigente mencionou os atritos que cercaram o Coelho em março, envolvendo a venda do zagueiro Messias e a polêmica com o atacante Ademir - episódios que geraram insatisfação por parte do técnico Lisca.

Em março, Ademir, envolvido em negociações com o Palmeiras, se recusou a ir com a delegação americana para o jogo contra o Treze-PB, válido pela primeira fase da Copa do Brasil. O destaque da última edição da Série B do Campeonato Brasileiro permaneceu no hotel em Campina Grande, e a situação gerou grande desgaste. Alencar da Silveira, presidente do América, classificou a atitude como ‘molecagem’.

Poucos dias após o episódio, o zagueiro Messias - um dos pilares da equipe de Lisca - foi vendido ao Ceará. O clube mineiro embolsou R$ 2 milhões pela negociação de 50% dos direitos econômicos do jogador, mantendo um percentual por uma futura transferência.

Salum, que teve seu mandato na presidência do Coelho encerrado em 28 de fevereiro, discordou da venda. Àquela altura, o empresário acreditava que, mesmo com a ‘boa vontade’ da nova diretoria, ‘o carro estava saindo do trilho’ no América. Ele também disse ter notado um incômodo de Lisca com as situações, que geravam estresse no clube.

“Eu precisava descansar um pouco e fiquei cuidando do projeto do clube-empresa. Infelizmente, mesmo com toda a boa vontade, o carro estava saindo do trilho. Nós tivemos um problema com o Messias - uma venda que eu não concordo -, nós tivemos problema com o Ademir, nós tivemos problema com um, com outro… e eu estava percebendo uma insatisfação do Lisca. Aí, o presidente (Alencar) me chamou, depois de um jogo da Copa do Brasil, e falou: ‘Salum, nós precisamos dar uma mexida. Temos que fazer alguma coisa’. Aí, eu refleti muito. Conversei com minha esposa, conversei com meu sócio, e a conclusão que eu cheguei foi a seguinte: se o América começasse a piorar, eu teria que entrar no meio do projeto”, afirmou Salum.
 

Encontros decisivos 


O coordenador de futebol do América detalhou o pedido que ouviu de Alencar da Silveira, atual presidente do clube, para que retornasse ao clube. 

“Como eu estou cuidando do clube-empresa e está andando muito bem, eu falei: ‘Vamos entrar antes que aconteça alguma coisa e tentar colocar no eixo outra vez’. E as pessoas que estavam mexendo são ótimas, não tenho nenhuma crítica. O problema é que pega um trem em movimento, uma máquina pesada. Nós estamos trabalhando isso há seis anos, oito anos, e, de repente, você troca de mão assim. Não é fácil. E aí, nós tivemos uma reunião num hotel. Primeiro, fiz uma reunião na casa do presidente, e ele falou: ‘Salum, eu preciso que você volte. Pelo amor de Deus, volte. Nós somos um grupo só, você precisa voltar’. E acabaram me convencendo. Eu entendi que era melhor voltar antes que tivesse problema”, pontuou.
 

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Por fim, Salum revelou o acontecimento de uma segunda reunião, entre diretoria e comissão técnica. Nesse encontro, as partes ‘lavaram a roupa suja’ e amenizaram o estresse pelo qual o clube passava.

“Fomos para um hotel, conversar com a comissão técnica. Lavamos a roupa suja e, de lá para cá, graças a Deus, só vitória. Mas o futebol é isso. Daqui a pouquinho, vem outro problema (risos). De lá para cá, foi muito bom, porque foi um catalisador da reorganização do clube”, completou.

A negociação com o Palmeiras esfriou, e Ademir permaneceu no América. O ambiente positivo que marcou o ano de 2020 foi, aos poucos, recuperado. Desde então, o clube engatou uma sequência de bons resultados - alcançando a final do Campeonato Mineiro e a terceira fase da Copa do Brasil.

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