
Nosso Lisca 'para lá de sóbrio' é o técnico mais longevo entre todas as equipes da Série A
Nada é tão fácil para o América, como nunca foi. O gramado sintético é a primeira armadilha. O Athletico do Paraná, um dos times mais fortes do Brasil jogando no seu terreiro, é a segunda barreira. Como esquecer também que o Coelho vem com a carga da perda do título para o maior rival com aquela velha desconfiança de ter sido prejudicado pela arbitragem?
Haverá sempre a opção de pensar com essas variáveis negativas. E eu entendo o torcedor. Só que, neste caso, temos a escolha em lamuriar ou seguir em frente. É o ingrediente desta virada de chave que separa os médios dos excelentes. Ademais, os fatos acima podem ser vistos como um amargo limão que se transforma em doce limonada. Explico:
Nosso time é extremamente bem treinado e assessorado por uma comissão técnica e departamento médico competentes para se adaptar ao gramado da Arena da Baixada. Na Copa do Brasil, provamos também que jogar fora de casa, mesmo contra gigantes como Corinthians e Internacional, não nos mete medo. Aprendemos a ganhar fora com propriedade.
Sobre a final do Mineiro, encaramos de igual para igual um Galo de Libertadores que precisou cozinhar o final do primeiro jogo para não tomar um gol, após ter tido jogador expulso. Empatamos os dois jogos e chegamos até o último lance dos 180 minutos com a possibilidade de sermos campeões. Os tempos são outros.
Eu insisto que o América precisa pensar maior, principalmente agora. Perdemos o título talvez porque não conseguimos aproveitar o primeiro pênalti marcado. Culpa nossa, sim. Mas domingo começa uma nova história, com outro Athletico (infelizmente sem transmissão pela TV).
Se quiserem mais afagos, a gente já entra com moral sim. Nosso Lisca “para lá de sóbrio” é o técnico mais longevo entre todas as equipes da Série A (1 ano e 4 meses). Para quem gosta, tem também o retrospecto favorável. Em 11 jogos contra os paranaenses, vencemos cinco e eles quatro.
Cá para nós, não há muitas razões para deixarmos o papel de vítima e optarmos por protagonizar? Sorte ao Decacampeão. Que a Série A vire rotina anual e o desafio comece com o pé direito, digo, com o pé de coelho. Um pouco mais de sorte contra esse Athletico com H também é bem vinda. Na hora H, que os deuses do futebol estejam conosco. Vamos torcer?
Rodrigo Scapolatempore é o novo colunista do América no Estado de Minas e no Superesportes. Seus artigos serão publicados às terças-feiras nas versões impressa e on-line. A estreia oficial será em 1º de junho.