América mantém 15% de Vitor Roque e pode lucrar com transferência

 

O América pode lucrar alto com uma possível transferência de Vitor Roque. Isso porque o clube se acertou com o Athletico-PR e manteve 15% dos direitos econômicos do atacante de 17 anos. Real Madrid, da Espanha, e a Juventus, da Itália, são alguns dos clubes de olho no jogador.

Conforme apurou o Superesportes nesta sexta-feira (16/12), a porcentagem cedida ao Coelho se deu pela boa relação entre Marcus Salum, presidente SAF do time mineiro, e Mario Celso Petraglia, presidente do Furacão.

Vitor Roque chegou ao Athletico-PR após polêmica saída do Cruzeiro, em abril deste ano. Na negociação, o América, que já detinha 35% dos direitos do jogador, recebeu 20% de R$ 24 milhões (valor total da transação), ou seja, R$ 4,8 milhões.

O clube celeste, por sua vez, embolsou R$ 12 milhões pela liberação do atleta. Já a família do jogador ficou com R$ 3,6 milhões (15%).

Com 15% dos direitos de Vitor Roque, o América observa de perto o interesse de gigantes europeus pelo jovem. Recentemente, o Real Madrid, da Espanha, e a Juventus, da Itália, sondaram a situação do atacante junto ao Athletico-PR.

Nesta semana, o site GOAL informou que o PSG, da França, monitora Vitor Roque. A multa para o exterior é de 100 milhões de euros, mas é improvável que ele seja vendido por essa quantia.

Ainda assim, a tendência é que o América receba mais com o atacante do que jamais arrecadou em qualquer negociação. Como exemplo, o clube mineiro ficaria com cerca de R$ 25 milhões em caso de venda no valor de R$ 169 milhões, equivalente a 30 milhões de euros.

Atualmente, a maior venda da história do Coelho é a de Richarlison para o Fluminense, em 2016, quando recebeu aproximadamente R$ 10 milhões.

Além disso, tanto América quanto Cruzeiro têm direito ao mecanismo de solidariedade, regulamento criado pela Fifa que garante 5% de qualquer transferência seja dividido entre os clubes formadores.

No caso, Roque atuou pelo América entre 10 e 13 anos, e dos 13 aos 16 pelo Cruzeiro. Como mecanismo só é válido a partir dos 12 anos, o Coelho ficará com cerca de 0,5%, enquanto o clube celeste terá direito a aproximadamente 1%.

Vitor Roque jogou nos times de base do América desde os 10 anos. Ao completar 14 - idade mínima permitida para a assinatura de contrato -, ele não se reapresentou ao clube em 4 de fevereiro de 2019. 

No fim daquele mês, o então diretor de futebol de base do Coelho, Paulo Bracks, foi informado de que o atleta estava integrado ao Sub-14 do Cruzeiro - em caso que envolveu até uma falsa peneira. 

Por conta da ida do atacante para a Toca, o América denunciou o rival ao Ministério Público do Trabalho. Paralelamente, o clube contou com o apoio do Movimento de Formação do Futebol de Base (MFFB), integrado por coordenadores de bases de clubes do futebol brasileiro.

América e Cruzeiro acabaram se acertando por meio de divisão dos direitos econômicos do atleta: a Raposa ficou com 50%, o Coelho com 35%, e a família do jogador com 15%.

Depois do imbróglio, Vitor Roque foi promovido ao profissional do Cruzeiro no fim do ano passado, pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, mas se destacou de vez no começo desta temporada. Foram seis gols e uma assistência em 11 jogos antes de uma nova polêmica: a transferência para o Athletico-PR.

Vitor Roque deixou o Cruzeiro rumo ao Athletico-PR em abril deste ano. O clube celeste tentou receber valor acima dos R$ 24 milhões, que corresponde à cláusula indenizatória baseada no salário de R$ 12 mil do atleta multiplicado por 2 mil.

A Raposa alegou que deu reajustes salariais a Vitor Roque e, por isso, a multa correta seria acima do valor citado. No entanto, em julho deste ano, a Justiça não aceitou o argumento do clube celeste e manteve os valores.

O atacante chegou ao Furacão como a maior contratação da história do clube. Logo em sua primeira temporada, marcou sete gols - um deles contra o Estudiantes, nas quartas de final da Copa Libertadores - e deu três assistências em 36 jogos.