2

Tite sobre desrespeito a direitos humanos no Catar: 'Essa eu quero me ater'

Técnico do Brasil foi questionado sobre críticas ao país que sedia Copa por criminalizar comunidade LGBTQIAP e acusações más condições de trabalho de imigrantes

24/11/2022 20:11 / atualizado em 24/11/2022 20:43
compartilhe
Tite comandou a Seleção Brasileira na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia
foto: AFP PHOTO

Tite comandou a Seleção Brasileira na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia



O técnico Tite, da Seleção Brasileira, decidiu não se posicionar sobre as críticas ao Catar por desrespeito aos direitos humanos. O país que sedia a Copa do Mundo criminaliza a comunidade LGBTQIAP+ e é alvo de acusações de más condições de trabalho aos imigrantes.

Nesta quinta-feira (24), o treinador foi perguntado sobre o tema em entrevista coletiva após a vitória do Brasil por 2 a 0 sobre a Sérvia, no Estádio Icônico de Lusail, pela rodada de abertura do Grupo G do Mundial.

Tite afirmou que luta “para que haja igualdade” e que “não haja discriminação, qualquer que seja”, mas que quer se ater de comentar o tema. “Essa eu quero me ater. Sem alienação, sem alienação, uma escolha só", disse, no trecho final da resposta (leia a íntegra ao fim da matéria).

Veja, por todos os ângulos, o gol de voleio de Richarlison



"Meu posicionamento é ligado ao esporte, especificamente. Ele é que o esporte é um veículo de educação também, na medida que a lealdade, capacidade de superação... É a minha atividade, é aquela que eu tenho domínio e aquela que eu busco", iniciou.

"Eu quero ser um exemplo enquanto técnico, eu quero que os atletas sejam exemplo, eu quero que nós enquanto comissão técnica sejamos exemplos, mas entendo o contexto todo dela", prosseguiu o comandante.

"E quero sim e luto para que haja sim igualdade, qualquer que seja, que não haja discriminação, qualquer que seja, está certo, luto e busco também, mas tenho uma área específica onde que eu posso e a domino, e essa é do esporte", pontuou.

Capitães, treinadores e federações de diferentes países - especialmente na Europa - têm se posicionado em defesa aos direitos da comunidade LGBTQIAP.

As seleções de Inglaterra, País de Gales, Holanda, Bélgica, Suíça, Alemanha e Dinamarca planejavam o protesto intitulado "One Love" (Um Amor) durante todo o Mundial, mas voltaram atrás por conta de ameaças da Fifa.

Na manifestação, os capitães das equipes vestiriam uma braçadeira com o arco-íris. A Fifa, porém, ameaçou punir os jogadores com cartão amarelo e as federações com multa.

Nessa quarta-feira, a Seleção Alemã encontrou uma forma de se manifestar durante a Copa do Mundo contra as leis do Catar que criminalizam a comunidade LGBTQIAP.

Antes da estreia ontem (23) diante do Japão, os 11 titulares posaram para a foto oficial com a mão na boca, indicando que foram censurados pela Fifa no caso da braçadeira.

Leia a resposta completa de Tite

"Meu posicionamento é ligado ao esporte, especificamente. Ele é que o esporte ele é um veículo de educação também, na medida que a lealdade, capacidade de superação. É a minha atividade, é aquela que eu tenho domínio e aquela que eu busco. Eu quero ser um exemplo enquanto técnico, eu quero que os atletas sejam exemplo, eu quero que nós enquanto comissão técnica sejamos exemplos, mas entendo o contexto todo dela. E quero sim e luto para que haja sim igualdade, qualquer que seja, que não haja discriminação, qualquer que seja, está certo, luto e busco também, mas tenho uma área específica onde que eu posso e a domino, e essa é do esporte. Eu quero ser um exemplo na minha atividade para poder inspirar, principalmente a garotada. Nós, cascudos, a gente já tem os nossos princípios, nossa ética. Mas tem uma série de garotada com que a gente pode exemplificar. Essa eu quero me ater. Sem alienação, sem alienação, uma escolha só".

Compartilhe