
Lionel Scaloni exaltou grupo da Seleção Argentina antes do último jogo de Messi em Copas
Lionel Scaloni não esconde a emoção. Aos 44 anos, o treinador foi de tapa-buraco a candidato a ídolo na Seleção Argentina. Iniciou a trajetória como interino, ganhou o grupo de jogadores - Messi, em especial - e tirou a equipe da fila de títulos com aquele 1 a 0 sobre o Brasil na Copa América de 2021, no Maracanã. Neste domingo (18), pode se tornar o comandante mais jovem a dirigir um time campeão mundial desde o compatriota César Luis Menotti, vencedor aos 39 em 1978. A possibilidade de viver o sonho lhe tira lágrimas dos olhos.
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Mais cedo, o mentor da Scaloneta falou com jornalistas de todo o mundo na coletiva oficial da Fifa. O tom das palavras do comandante foi exatamente o mesmo. Falou também sobre parte tática, o desafio de parar Kylian Mbappé e as possíveis escalações para a partida no Estádio Icônico de Lusail, às 12h (de Brasília). Nada, porém, foi capaz de ofuscar a emoção de Scaloni.
"A emoção faz parte da nossa cultura, na Argentina sentimos tudo o que está ao nosso redor. Temos os melhores torcedores do mundo. Eles estavam precisando de alegria, de desfrutar, e isso vem de nós. O futebol é um esporte, mas, na Argentina, embora seja difícil de entender, é mais do que um esporte", continuou.
A referência à torcida faz sentido. Desde o início do Mundial, há quase um mês, milhares de argentinos têm colorido as arquibancadas do Catar de branco e celeste. No jogo de domingo, não será diferente. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas saíram da Argentina e estão em Doha para a decisão. A eles, somam-se os milhares de imigrantes que vivem no país da Copa e escolheram Messi como o favorito.
Quem joga
Quando perguntado sobre estratégia e parte tática, os olhos de Scaloni brilharam - não por conta das lágrimas, mas pela clara obsessão por entender o adversário. Em seis partidas nesta Copa, o comandante argentino apresentou ao mundo um vasto repertório. Não repetiu o time titular em nenhuma partida, variou entre esquemas (4-4-2, 4-3-3, 5-3-2 e 3-5-2, principalmente) e tornou a imprevisibilidade uma arma.
Contra os franceses, o técnico escolheu o mistério e não revelou quem mandará a campo. A imprensa argentina aposta em um sistema com três zagueiros (Cristian Romero, Javier Otamendi e Lisandro Martínez), Nahuel Molina na lateral direita e Marcos Acuña na esquerda.
Uma outra opção é escalar o volante Leandro Paredes no lugar de Martínez e mudar o esquema para o 4-4-2. Em qualquer cenário, Ángel Di María ficaria no banco de reservas, apesar de estar recuperado da lesão que o tirou das últimas partidas.
"Já tenho decidido (o esquema) na minha cabeça. Vai ser opção que nos deixa mais cômodos. E a que cause mais danos a eles", despistou.
"Vocês (jornalistas) logo vão saber a escalação, até porque vocês sempre sabem antes (risos). Brincadeira à parte, posso jogar com as duas opções", completou, em referência bem-humorada ao episódio em que reclamou de ter as escalações vazadas durante a Copa.
A escolha também passa pela estratégia de como parar Mbappé, que marcou cinco gols e divide a artilharia da competição com Messi. Scaloni rasgou elogios ao atacante francês, mas preferiu alertar para a coletividade da equipe comandada por Didier Deschamps.
"É um trabalho do time, mais do que individual. E não é só Mbappé, mas a França num todo. É um grande jogador, mas os franceses têm outros jogadores que o ajudam, que fazem dele um jogador ainda melhor", pontuou.
Adeus de Messi
Não poderia ser diferente. A despedida às Copas do Mundo de um dos maiores da história do futebol foi tema das entrevistas dos argentinos na véspera da final. Scaloni crê que esta pode ser a coroação daquele a quem considera o maior de todos os tempos.
"Espero que ele possa ganhar a Copa do Mundo, que seja algo magnífico, que toda a seleção e os torcedores possam desfrutar com ele este momento. É o maior palco possível para ele se despedir", disse.
Outro entrevistado na coletiva, o goleiro Dibu Martínez demonstrou toda a deferência que o grupo tem em relação ao camisa 10.
"Quando fomos ao Brasil, todo mundo dizia que (o favorito) era o Brasil (no título da Copa América em 2021). Hoje em dia, podem dizer que é a França. Nós temos a vantagem de termos o melhor jogador do mundo", exaltou.