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AC/DC, Pink Floyd, U2: rock embala 'playlist' de Rogério Ceni, técnico do Cruzeiro

Gosto musical de ex-goleiro é diferente de grande parte dos boleiros

Rafael Arruda
Roger Waters, ex-Pink Floyd, ao lado do fã Rogério Ceni, então goleiro do São Paulo - Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Samba, pagode e sertanejo são estilos musicais predominantes no mundo dos boleiros. Da sala de imprensa da Toca da Raposa II, por exemplo, é comum ouvir canções do gênero quando algum jogador aumenta o volume da caixa de som durante as atividades na academia. Mas há quem tenha rock’n’roll nas veias. É o caso de Rogério Ceni, novo técnico do Cruzeiro. Ele é fã de bandas como AC/DC, Pink Floyd, U2, Guns N’Roses e Metallica.

Desde os tempos de goleiro do São Paulo, Ceni falava sobre sua preferência musical e mostrava, na prática, que mandava bem na parte instrumental. Em 2006, o então camisa 1 tricolor encerrou a entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, cantando Wish You Were Here, do Pink Floyd. Foi essa música, aliás, que o motivou a aprender a tocar violão.

Também em 2006, no mês de fevereiro, Rogério se disfarçou para acompanhar o show da banda irlandesa U2, no Estádio do Morumbi, casa do São Paulo. Com óculos escuros e peruca estilo ‘black power’, ele passou despercebido pela multidão até chegar a um local seguro.
O zagueiro uruguaio Diego Lugano, hoje dirigente são-paulino, estava ao lado do goleiro.


Em 7 de setembro de 2011, Rogério Ceni completou 1.000 jogos pelo São Paulo na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético, pelo Campeonato Brasileiro, diante de 60 mil torcedores. Como homenagem pela expressiva marca, ele foi o ‘DJ’ do Morumbi. De 20 músicas na playlist, cinco eram do AC/DC: Highway To Hell, Burnin’ Alive, You Shook Me All Night Long, Ride On e Hells Bells.

No embalo do rock, o São Paulo contou com o auxílio do cantor e compositor Nando Reis, torcedor tricolor, para presentear Rogério com uma guitarra Gibson SG - semelhante à usada por Angus Young, do AC/DC. A lembrança foi em função do centésimo gol do camisa 1 pelo clube, marcado em cobrança de falta na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, dia 27 de março de 2011, pelo Campeonato Paulista.

Por fim, em sua despedida dos gramados, em 11 de dezembro de 2015, Ceni cantou “Envelheço na Cidade” ao lado de Nasi, vocalista do Ira!. Antes, um jogo festivo dos campeões mundiais pelo São Paulo em 1992, 1993 e 2005 agitou o público no Morumbi.



Desenhos


Inspirado no colombiano Navarro Montoya, folclórico goleiro do Boca Juniors, Rogério Ceni customizou suas camisas com desenhos entre o fim dos anos de 1990 e o início da década de 2000. Nos modelos, o goleiro foi ilustrado dirigindo um carro com rodas gigantes, conduzindo uma locomotiva e até mesmo sobrevoando o Estádio do Morumbi de avião.

Rogério Ceni usava camisas personalizadas entre o fim dos anos de 1990 e o início da década de 2000 - Foto: Arquivo/São Paulo FC

Quando anunciou a aposentadoria dos gramados, em dezembro de 2015, Rogério recebeu homenagem do quadrinista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica. Assista abaixo ao episódio especial de Mônica Toy:



Números


A carreira de Rogério Ceni como técnico é curta. Pelo São Paulo, do qual é o maior ídolo como jogador, foram pouco mais de seis meses de trabalho, de dezembro de 2016 a julho de 2017. Em 37 jogos, obteve 14 vitórias, 13 empates e 10 derrotas.

No Fortaleza, Ceni conseguiu resultados expressivos na função de treinador. Contratado em novembro de 2017, ele conquistou a Série B de 2018, o Campeonato Cearense e a Copa do Nordeste, ambos em 2019. Em 94 partidas, contabilizou 51 vitórias, 18 empates e 25 reveses.

Se no Cruzeiro ainda fará o terceiro trabalho à frente de um clube, Rogério detém recordes mundiais como goleiro. De grande qualidade nas bolas paradas, ele marcou 132 gols - 61 de falta, 70 de pênalti e um com a bola rolando. O segundo da lista, o paraguaio José Luis Chilavert, balançou as redes 62 vezes (45 de pênalti, 15 de falta e dois com a bola rolando).

Com 1.237 jogos pelo São Paulo, Rogério Ceni é também o atleta que mais vestiu a camisa de um clube.
A serviço do tricolor paulista foram 18 títulos oficiais, sendo os principais um Mundial, duas Copas Libertadores e três Campeonatos Brasileiros. Já na Seleção Brasileira, o ex-goleiro conquistou a Copa das Confederações de 1997 e a Copa do Mundo de 2002.

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