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Agora no Cruzeiro, Rogério Ceni revolucionou Fortaleza e foi comparado a Ferguson na forma de gerir futebol

Técnico exigiu melhoria da estrutura e reconduziu clube a títulos

postado em 13/08/2019 07:00 / atualizado em 13/08/2019 12:32

<i>(Foto: Fortaleza/Divulgação)</i>
Novo comandante do Cruzeiro, Rogério Ceni é um treinador obcecado pelo trabalho e ajudou a profissionalizar o Fortaleza, destacam jornalistas cearenses ouvidos pelo Superesportes. Segundo eles, o ex-goleiro demonstrou atenção e cobrou mudanças em quase tudo que cerca o clube, do alojamento dos jogadores ao gramado do centro de treinamento.

Pelo estilo e em função do poder que chegou a exercer no Leão do Pici, Ceni é comparado a Alex Ferguson, que marcou época no Manchester United como manager do clube, um treinador com amplas responsabilidades em outros setores da gestão.

“Guardadas as devidas proporções, o Rogério fez um trabalho aqui semelhante ao que Alex Ferguson fez no Manchester United. Era um trabalho de treinador e gestor ao mesmo tempo. Foi ele quem articulou com a diretoria a reestruturação dos dois centros de treinamentos, o Picci e o Ribamar Bezerra. Ele solicitou o mesmo gramado do Castelão no centro de treinamentos. E a diretoria sempre consultou ele para tudo, quase nenhuma decisão era tomada sem a anuência dele, havia um entendimento muito grande entre eles”, destaca o comentarista da TV Verdes Mares, Tom Alexandrino.

<i>(Foto: Fortaleza/Divulgação)</i>


O repórter Gerson Barbosa, do jornal O Povo, também destacou essa característica de gestão e liderança de Rogério Ceni. “Foi um período surpreendente. Desde o começo, ajudou a profissionalizar o clube. Tudo tinha um dedo dele. Ele viu que a estrutura não era das melhores, e auxiliou no processo de reconstrução dos locais de treinamento. Pediu para derrubar arquibancadas, construiu novas instalações, mudaram os campos. Então, ele tinha uma visão ampla do clube”, destacou.

<i>(Foto: Fortaleza/Divulgação)</i>


<i>(Foto: Fortaleza/Divulgação)</i>

Rogério Ceni assinou com o Fortaleza em novembro de 2017. A responsabilidade era grande, pois ele teria a missão de dirigir o Leão do Picci no ano do centenário, em 2018. O início foi um tanto quanto tumultuado. Ele perdeu os dois jogos da decisão do Campeonato Cearense para o Ceará, ambos por 2 a 1. Houve vaias, e ele enfrentou resistência.

“Naquele momento, o Fortaleza vivia dificuldade financeira, mas aumentou a arrecadação porque subiu para a Série B. Como precisa mudar a equipe para uma competição mais difícil, que era a Segunda Divisão, fez do Campeonato Cearense uma espécie de laboratório. Perdeu os dois jogos na final para o Ceará. A torcida não aprovou o começou e chegou a chamá-lo de burro. Em uma entrevista, ele disse que a torcida ainda ia chamá-lo de inteligente. E isso aconteceu na Série B. O time melhorou o desempenho e foi campeão”, afirmou Alexandrino.

Após o Estadual, Rogério conseguiu acertar o time. O Fortaleza conquistou a Série B de 2018, com 71 pontos, nove a mais em relação ao CSA, segundo colocado.

Formação em campo

Rogério Ceni se adaptou aos elencos que teve. Na Série B em 2018, o Fortaleza jogou no esquema 4-2-3-1. Nesta temporada, o time atua com quatro atacantes, numa espécie de 4-2-4 com a bola e 4-4-2 sem ela. No empate com o Atlético, por 2 a 2, no Independência, no dia 21 de julho, o Leão do Pici entrou em campo com quatro jogadores de ataque: Romarinho, André Luis, Kieza e Wellington Paulista.

“Ele joga sempre para frente, com um estilo bem agressivo. Mas consegue fazer o jogo com o elenco que tem. Ano passado, jogava com um centroavante em grande fase que era o Gustagol. Tinha um meia de armação que era o Dodô. Como perdeu esses dois nomes, montou um time que joga muito com os pontas abertos”, frisou Barbosa.

Avaliação do trabalho

Como treinador, Rogério Ceni ergueu com o Fortaleza a Série B (2018), o Campeonato Cearense (2019) e a Copa do Nordeste (2019). Para o comentarista Tom Alexandrino, Ceni é o maior treinador da história do futebol cearense.

“Em pouco tempo, podemos dizer que é o maior treinador do estado. Ninguém conseguiu esses títulos. Um título nacional de expressão, que é a Série B, e o maior torneio da nossa região, a Copa do Nordeste”, avaliou o jornalista.

Para Barbosa, ele deixa um legado para o clube. “Ele mudou o Fortaleza, é um cara visionário, obcecado pelo trabalho. Reestruturou o clube, demonstrou personalidade na cobrança com os jogadores e era uma liderança positiva, sendo muito respeitado por todos”, frisou.

<i>(Foto: Fortaleza/Divulgação)</i>

Números

Ceni comandou o Fortaleza em 94 jogos desde 2017, com 51 vitórias, 18 empates e 25 derrotas. O aproveitamento é de 60,63%. Ele é o quinto treinador que mais dirigiu o clube cearense.

Este ano, Ceni esteve à frente do Fortaleza em 38 jogos, com 18 vitórias, nove empates e 11 derrotas. O rendimento na temporada é de 55,25%. No Campeonato Brasileiro, ele deixa o clube em 14º lugar, com 14 pontos.

O Cruzeiro será o terceiro clube de Ceni como treinador. Antes de dirigir o Fortaleza, ele esteve à frente do São Paulo por seis meses em 2017. Em 37 jogos, teve 14 vitórias, 14 empates e dez derrotas. O aproveitamento foi de 49,5%.

No comando do Tricolor, Ceni foi eliminado pelo Corinthians nas semifinais. Na Copa do Brasil, caiu para o Cruzeiro na quarta fase. Na Copa Sul-Americana, foi eliminado para o modesto Defensa y Justicia da Argentina na primeira fase.

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