Cruzeiro não colocará muitos empecilhos para saída de jogadores com salários mais altos (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O Cruzeiro facilitará negociações de jogadores que, porventura, não aceitarem reduzir os salários em 2020. Contratado pelo clube por indicação de Alexandre Mattos, o diretor de futebol Ocimar Bolicenho deu detalhes de como funcionará o processo.
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“A ideia é, da maneira mais honesta possível, chamá-los e chegar a uma conclusão em conjunto. Será estudado caso a caso. Aqueles que não quiserem reduzir ou chegar a um bom termo com o Cruzeiro atual, vamos facilitar uma negociação ou tentar uma saída para que todas as partes fiquem satisfeitas”.
Um caso com resolução avançada é o do zagueiro Fabrício Bruno, que cobrava R$ 3,5 milhões na Justiça do Trabalho por causa de atrasos em salários, direitos de imagem, FGTS, férias e outras verbas trabalhistas. A solução encontrada foi negociar o defensor com o Red Bull Bragantino por R$ 2,8 milhões. O Cruzeiro ficará com R$ 2 milhões, pagará ao atleta R$ 800 mil (referente às dívidas) e se livrará do processo judicial.
“Uma das primeiras coisas que tivemos foi uma conversa com os representantes do Fabrício Bruno. Foi uma conversa muito proveitosa. Muito provavelmente, teremos uma solução para o caso dele ainda esta semana”, frisou Bolicenho.
“São especulações. De oficial, absolutamente nada. Espero que amanhã (hoje) tanto Edilson quanto Dedé cheguem para conversar. Se tiver alguma proposta, vamos analisar e resolver a questão”, declarou Ocimar.
O dirigente espera chegar a um entendimento com o meia Thiago Neves, que não se reapresentou ao clube nessa segunda-feira. Também em razão de atrasos salariais, o camisa 10 cobra R$ 16 milhões do Cruzeiro na Justiça.
“Espero que o Thiago Neves venha para a sede, que a gente possa conversar e saber o que ele pensa. As pessoas que estão aqui não estavam há um mês. Thiago Neves é formado no Paraná. Quem sabe essa proximidade nossa não possa abrir uma conversação melhor do que foi conduzida até agora”, encerrou.
Thiago Neves ainda tem destino indefinido (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Por ora, o Cruzeiro ainda não encontrou soluções para pagar os salários atrasados. Ex-CEO do clube, Vittorio Medioli afirmou no dia 26 de dezembro que a dívida com jogadores correspondia a R$ 95 milhões, maior que o orçamento de R$ 80 milhões disponível para 2020. Por causa do momento difícil ocasionado pela gestão de Wagner Pires de Sá, o presidente em exercício da Raposa, José Dalai Rocha, evitou estipular prazos e pediu compreensão e paciência aos atletas.
“Reunimos com os atletas, mas não apresentamos solução. Pedimos compreensão a quem não pode mais esperar. Mas estamos pedindo. É o único caminho. O Cruzeiro, hoje, é uma terra arrasada, infelizmente. A administração passada agiu como se estivéssemos em uma filial da casa da moeda. As dívidas são astronômicas”.
O objetivo do Cruzeiro de momento é enxugar a folha de pagamento dos jogadores de R$ 15 para R$ 5 milhões. Também haverá redução no quadro de funcionários, de mais de 700 para cerca de 500.