Hoje defendendo as cores do Cruzeiro, o volante Richard foi citado na Operação Penalidade Máxima II, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga participação de jogadores em esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A informação foi antecipada pela rádio Itatiaia, que teve acesso aos documentos da operação, nesta terça-feira (9/5).
O possível envolvimento de Richard foi no ano passado, quando ainda estava no Ceará. Segundo as provas do MP-GO, ele teria sido procurado por um intermediador do esquema criminoso em mais de uma ocasião.
Em uma delas, o volante afirma que recebeu contato de outros aliciadores, mas garante fidelidade ao grupo investigado.
"Durante a semana veio uns três nego querendo fechar algo comigo e não fecho com ninguém a não ser você, sou papo reto, bagulho não é brincadeira (sic)", diz em diálogo anexado pelo MP ao processo.
Ainda na mensagem recebida por Richard, aparece um comprovante de depósito enviado pelo aliciador. Não é possível indicar o valor adiantado ao jogador e nem o pedido que foi feito.
Jogadores do América
Na mesma denúncia estão outros dois atletas que hoje atuam no futebol mineiro. Dadá Belmonte e Nino Paraíba, ambos do América, são citados pelo órgão nas investigações.
Nino teve conversas interceptadas pelo MP por meio do celular do intermediário que buscou a confirmação para ele ser advertido com um cartão amarelo. O lateral-direito responde aos intermediários: "Qual foi a vez que eu fiz e não tomei?".
Já Dada Belmonte foi paga para ser expulso de campo, mas a quadrilha não teve lucro na operação. Isso porque o grupo criminoso fez uma aposta 'casada' com outras duas entradas - uma delas era a expulsão de Eduardo Bauermann, do Santos, que não ocorreu.
A partida em questão é a da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. A rodada tem outros jogos investigados: Botafogo x Santos (para Eduardo Bauermann ser expulso), e Palmeiras x Juventude (para que o lateral Moraes tomasse um cartão amarelo).
Quando foram contactados pelos criminosos, Dadá pertencia ao Goiás e Nino defendia o Ceará.
Posicionamento dos clubes
Procurado pela reportagem do jornal Estado de Minas, o Cruzeiro ainda não se manifestou sobre a situação de Richard. Já o América declarou que "vai aguardar para se posicionar (sobre Dadá Belmonte e Nino Paraíba), pois não foi comunicado formamente desse fato".
Dadá Belmonte e Nino Paraíba, respectivamente.
O Ministério Público de Goiás também informou que o processo corre em sigilo.