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Sorín, ex-Cruzeiro, critica suspensão de Brasil e Argentina: 'Papelão'

Ex-lateral, hoje com 45 anos, lamentou suspensão do jogo em São Paulo pelas Eliminatórias

05/09/2021 22:40
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Ex-capitão da Argentina, Sorín lamentou desfecho de clássico com o Brasil
foto: AFP PHOTO DANIEL GARCIA

Ex-capitão da Argentina, Sorín lamentou desfecho de clássico com o Brasil



Ex-capitão da Argentina e ídolo histórico do Cruzeiro, Juan Pablo Sorín manifestou indignação neste domingo com a suspensão do clássico entre a seleção do seu país e o Brasil, em São Paulo, pelas Eliminatórias da Copa de 2022. O jogo foi paralisado aos quatro minutos do primeiro tempo a partir da entrada em campo de funcionários da Anvisa e policiais federais. Eles determinaram que três jogadores argentinos deixassem o campo por terem infringido o protocolo sanitário da COVID-19 quando desembarcaram no Brasil, na sexta-feira (3/9).

"#Vergonha. Todos os jogadores querendo jogar...todos os torcedores do mundo querendo ver o jogo...que papelão!! Perde o futebol...outra vez", escreveu Sorín em sua página no Instagram.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia emitido uma oficial antes da partida para alertar que quatro jogadores da Seleção Argentina haviam descumprido regras sanitárias para entrar no Brasil. De acordo com o comunicado, Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero deveriam ter sido colocados em quarentena e mandados de volta ao país de origem, pois mentiram na hora de desembarcar em território brasileiro.  

Emiliano Martinez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero foram escalados entre os titulares pelo técnico Lionel Scaloni. Buendia ficou fora da lista de suplentes e assistiu ao jogo da arquibancada.

A Argentina enfrentou a Venezuela na última quarta-feira, na casa dos adversários, e desembarcou em Guarulhos na sexta-feira, para enfrentar o Brasil neste domingo, na Neo Química Arena. No aeroporto, os jogadores foram questionados se tiveram passagem por Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia nos últimos 14 dias. Desde junho, passageiros que visitaram esses países no período de duas semanas são impedidos de entrar no Brasil, como precaução contra a disseminação da variante delta do coronavírus.
A resposta dos atletas foi negativa, mas os quatro atuaram em partidas do Campeonato Inglês entre os dias 28 e 29 de agosto. Martinez e Buendía jogam pelo Aston Villa, enquanto Lo Celso e Romero integram o elenco do Tottenham. Por isso, a entrada deles no país foi considerada ilegal, e a Anvisa notificou a Polícia Federal orientando medidas que impeçam a circulação dos argentinos.
 
Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, deu entrevista e foi taxativo ao comentar o episódio. "São quatro jogadores. Eles, ao chegarem em território nacional, apresentam a declaração de saúde do viajante. Neste documento não falava que eles passaram por um dos três países que estão restritos, justamente para a contenção da pandemia. Mas depois foi constatado que eles passaram pelo Reino Unido", disse.
 
"Chegamos nesse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou, desde o primeiro momento, não foi cumprido. Eles tiveram orientação para permanecer isolados para aguardar a deportação. Mas não foi cumprido. Eles se deslocam até o estádio, entram em campo, há uma sequência de descumprimentos", completou Barra Torres.
 
A Polícia Federal acompanhou a Anvisa até o hotel onde estava a seleção argentina, em São Paulo A delegação já havia deixado o local. Os policiais federais e a agência foram, então, para o estádio do Corinthians. No local, os jogadores foram notificados por infração sanitária, como está previsto em lei. A questão está sendo acompanhada pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Justiça.
 
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que apoia as recomendações da Anvisa em relação aos jogadores argentinos. "O Ministério da Saúde informa que apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país."

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