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Advogado de vítima de Robinho diz que confia na Justiça brasileira

Pedido de execução de pena do jogador e de Falco foi mandado ao Brasil no final do mês passado; Para o advogado, muito depende da sensibilidade dos juízes

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Nesta quinta, Justiça determinou o início do processo para julgar o pedido da Justiça italiana
foto: AFP

Nesta quinta, Justiça determinou o início do processo para julgar o pedido da Justiça italiana


Jacopo Gnocchi considerou positiva a rápida resposta que o Brasil deu diante do pedido da Itália para que o atacante Robinho e seu amigo Ricardo Falco cumpram suas penas de prisão no país. Advogado da vítima, uma mulher que hoje tem 32 anos, disse confiar na Justiça brasileira.

"Estamos absolutamente satisfeitos", afirmou Gnocchi, ressaltando que este é mais um passo importante no processo. "Embora a Justiça italiana tenha feito o que tinha de fazer, isto é, processá-los com todas as garantias e condená-los pelo crime, o que temos até agora é impunidade. Eles continuam circulando livremente pelo país. Agora é a vez do Brasil dar esse passo em busca de justiça", disse o advogado em uma conversa por telefone com o UOL.

O pedido de execução de pena do jogador e de Falco foi mandado ao Brasil no final do mês passado. Na quinta-feira (23), a assessoria de comunicação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou uma nota afirmando que a presidente do Tribunal, ministra Maria Thereza de Assis Moura, determinou o início do processo para julgar o pedido da Justiça italiana.

"Para nós é irrelevante o país onde a sentença será executada, seja na Itália ou no Brasil, basta que seja cumprida", afirmou. "O Brasil é um grande país e sabe que precisa proteger as vítimas, não pode ser o paraíso da impunidade. Eles foram condenados em todas as instâncias, 15 juízes os consideraram culpados. Espero que o judiciário brasileiro dê um parecer favorável ao pedido da Itália e que execute definitivamente ambas as penas", disse Gnocchi.

Para o advogado, muito depende da sensibilidade (dos juízes e opinião pública). Ele lembra que este é um caso piloto de execução de pena no país de brasileiros que cometeram crimes no exterior. "Trata-se de uma proteção. Não só para as mulheres, mas para todas as pessoas que sofrem qualquer tipo de violência", alega.

Gnocchi falou com a vítima, mas não entrou em detalhes sobre a conversa. Apenas disse que o seu posicionamento é sempre o mesmo, ou seja, até que haja a execução da sentença, não vai dizer nada.

Entenda o caso


Robinho e Falco foram condenados pela Justiça italiana a nove anos de prisão por estupro em grupo ocorrido em 2013, em uma boate de Milão.

Outros quatro brasileiros também foram denunciados pela vítima, mas o processo contra eles está parado, pois deixaram a Itália durante a investigação e não puderam ser notificados.

Gnocchi disse que espera que o Tribunal italiano reabra o caso e fará de tudo para que isso aconteça.

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