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Presidente do PSG é investigado por suspeita de sequestro e tortura

Nasser Al-Khelaifi é acusado pelo lobista franco-argelino Tayeb Benabderrahmane de sequestro, tortura e cárcere privado; caso teria acontecido em 2020, no Catar

28/02/2023 12:38
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Acredita-se que as informações em posse de Benabderrahmane possam estar armazenadas em um celular pertencente a Al-Khelaifi
foto: FRANCK FIFE / AFP

Acredita-se que as informações em posse de Benabderrahmane possam estar armazenadas em um celular pertencente a Al-Khelaifi

 
O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, está sendo investigado na França por acusações de envolvimento em crimes de sequestro e tortura, no Catar, contra o lobista franco-argelino Tayeb Benabderrahmane. Nessa segunda-feira (27), três juízes de investigação do tribunal de Paris foram nomeados para investigar o caso. 

Conforme informado por veiculos de comunicação franceses, Tayeb Benabderrahmane, de 42 anos, apresentou uma denúncia com ação civil - para a qual a lei francesa permite que uma investigação judicial seja realizada em relação aos supostos crimes - por tortura, sequestro e prisão forçada. 


Os advogados de Benabderrahmane, Maïtres Romain Ruiz e Gabriel Vejnar, disseram estar "muito satisfeitos" com o andamento do processo depois de passarem meses tentando levar o caso ao conhecimento da justiça francesa, que foi duramente criticada por sua lentidão e falta de ação.

"Estamos muito felizes que o arquivo desta história seja finalmente objeto de uma investigação pela justiça francesa", declararam à AFP os advogados. 

A denúncia


Segundo o jornal AS, o lobista Tayeb Benabderrahmane afirma ter sido torturado no Catar por estar em posse de documentos contendo informações comprometedoras sobre Al-Khelaifi. 

Benabderrahmane teria sido preso em janeiro de 2020, no Catar, onde havia se instalado há três meses. Ele afirma ter passado seis meses encarcerado e sendo torturado. Tayeb relatou à polícia que recebeu autorização para sair em novembro do mesmo ano, após ter assinado um protocolo de sigilo no qual se comprometia a não divulgar documentos "sensíveis" sobre o presidente do PSG. 

Acredita-se que as informações em posse de Benabderrahmane possam estar armazenadas em um celular pertencente a Al-Khelaifi. 

Para o periódico francês L'Equipe, os documentos de Benabderrahmane podem estar relacionados a irregularidades em relação à atribuição da Copa do Mundo de 2022 ao Catar ou mesmo à concessão de direitos televisivos para o Oriente Médio para as copas de 2026 e 2030 para a BeIN Media. 

Investigações posteriores


Essa não é a primeira investigação do presidente do PSG. Nasser Al-Khelaifi já foi investigado e absolvido por envolvimento com o ex-secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke. Eles eram suspeitos de terem negociado direitos de transmissão por fora dos trâmites necessários. 

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