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Julgamento do lateral Rafael Ramos por injúria racial é adiado pelo STJD

Julgamento estava marcado para esta terça-feira (30/8); ainda não há nova data agendada

29/08/2022 13:43 / atualizado em 29/08/2022 13:49
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Edenilson, do Internacional, acusou Rafael Ramos chamá-lo de macaco
foto: Reprodução/Premiere

Edenilson, do Internacional, acusou Rafael Ramos chamá-lo de macaco

 
O julgamento do lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians, por injúria racial praticada contra o volante Edenílson, do Internacional, foi adiado. A sessão aconteceria nesta terça-feira (30/8), às 10h (de Brasília), mas saiu temporariamente do ar a pedido advogado do atleta. A informação foi divulgada inicialmente pelo UOL e confirmada pela Gazeta Esportiva.
 
A denúncia foi liberada pela Procuradoria do STJD após a conclusão do inquérito conduzido pelo auditor Paulo Sérgio Feuz, que destacou que o conjunto probatório elaborado e, principalmente a Perícia Labial contratada pelo órgão, demonstraram que existem indícios fortes com ofensas de cunho racial praticada por Rafael Ramos e direcionadas a Edenílson. Ainda não há nova data agendada para o julgamento do caso.

Conforme apurou esta reportagem, o advogado da defesa, Daniel Bialski, alegou que não poderia comparecer à sessão por uma série de compromissos pessoais antes marcados, em Brasília, e também porque pediu diversas providêncas.

O episódio ocorreu na partida realizada no dia 14 de maio, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro, que terminou empatada por 2 a 2. Aos 31 minutos do segundo tempo, Edenílson informou ao árbitro que o atleta adversário havia dito a ele as seguintes palavras: "fod*-se macaco".

Repudiando qualquer tipo de ato discriminatório e reforçando que a injúria racial é crime, a Procuradoria do STJD destacou que a conduta praticada por Rafael Ramos está tipificada no artigo 243-G do CBJD: "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

Caso seja condenado, uma suspensão do lateral do Timão pode ser de cinco a 10 partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente. Além desta pena esportiva, Rafael Ramos ainda pode ser submetido a uma multa financeira, que varia entre R$ 100,00 e R$ 100.000,00.

Apesar do risco de punição, Daniel Bialski, advogado do lateral corintiano, já se mostrou confiante em comprovar a inocência do português. "As perícias existentes respaldam a negativa veemente do Rafael de que ele não praticou qualquer ofensa de cunho racial contra o outro jogador. Independentemente dos encaminhamentos formais da Justiça Desportiva, a inocência do Rafael será comprovada", disse em entrevista à Gazeta Esportiva há cerca de 20 dias, quando o STJD manifestou interesse em denunciar o jogador.

Relembre o caso


O Internacional recebeu o Corinthians no Beira-Rio, em partida válida pela sexta rodada do Brasileirão. Na ocasião, durante uma disputa de bola, Edenílson alegou ter ouvido a palavra "macaco" proferida pelo atleta português Rafael Ramos.

O meia colorado abriu um boletim de ocorrência relatando o fato, e Rafael acabou preso em flagrante pela Polícia dentro do estádio pelo crime de injúria racial. O clube paulista pagou a fiança de R$ 10 mil e ele foi solto para responder em liberdade. 

Rafael Ramos afirmou que tudo não passou de um "mal-entendido" e foi até o vestiário do Internacional para conversar com Edenílson. O meia, por outro lado, reafirmou, mais tarde, que ouviu a palavra "macaco". O Corinthians ainda contratou uma perícia, que confirmou que ele não havia cometido o crime.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou que não foi possível identificar o que foi dito pelo jogador alvinegro ao colorado. Após o episódio, Rafael Ramos voltou a entrar em campo e tem atuado regularmente pelo Timão.


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