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Números e jogos marcantes de Pelé no Mineirão e em Minas Gerais

Embora tenha saído cedo de Três Corações e feito a carreira com a camisa do Santos, Pelé viveu momentos marcantes em Minas Gerais, especialmente no Mineirão

29/12/2022 16:32 / atualizado em 29/12/2022 21:36
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Pelé entre os cruzeirenses Dirceu Lopes e Tostão no Mineirão
foto: Arquivo EM

Pelé entre os cruzeirenses Dirceu Lopes e Tostão no Mineirão

O primeiro pênalti perdido como profissional, o encontro com seu maior ídolo, homenagem pelo milésimo gol, vitórias e derrotas com a Seleção Brasileira. Embora tenha saído cedo de Três Corações e feito a carreira com a camisa do Santos, Pelé viveu momentos marcantes nos gramados de Minas Gerais, especialmente no Mineirão, onde fez 17 partidas oficiais - três delas com a camisa verde-amarela. 

Entre 1957 e 1974, o Rei do Futebol (que morreu nesta quinta-feira, 29/12, em São Paulo) jogou 28 vezes em solo mineiro. Além dos jogos no Gigante da Pampulha, atuou em seis duelos no Independência e cinco no interior mineiro.

Aos 16 anos, em 9 de junho de 1957, Pelé jogou pela primeira vez em seu estado natal, em Lavras, distante 87 quilômetros de Três Corações. Marcaria quatro gols na fácil vitória do Santos sobre a equipe local, por 7 a 2, no Estádio Coronel Juventino Dias.

O debute na capital mineira, no entanto, não foi muito animador: não bastasse a derrota para o Atlético por 5 a 2, em 30 de janeiro de 1958, em amistoso no Horto, Pelé perderia um pênalti pela primeira vez nos profissionais. 

No fim daquele mesmo ano, já com um título mundial no currículo, voltou ao Independência para encontrar um de seus ídolos de infância, o meia-atacante Zizinho, que havia se desligado do São Paulo e aceitado o convite para seu único jogo com a camisa do Cruzeiro.

Na década seguinte, Pelé amargaria expulsão e goleada para o Cruzeiro, por 6 a 2, no primeiro jogo da final da Taça Brasil - no segundo, os mineiros venceram por 3 a 2 e sagraram-se campeões -, defenderia a Seleção em três amistosos preparatórios para a Copa do Mundo de 1970, e veria a homenagem no jogo seguinte ao milésimo gol, em 23 de novembro de 1969, terminar em expulsão aos 24min do primeiro tempo.

A última vez que o Rei pisou no gramado do Mineirão foi em 9 de junho de 1974. O Estado de Minas de dois dias depois (o jornal não circulava às segundas-feiras), descreveu que "a vibração do público aplaudindo Pelé em sua entrada tinha uma imagem de homenagem final. Pode até ter sido o último jogo de Pelé no Mineirão." E foi.

Jogos marcantes de Pelé em Minas Gerais


30/1/1958 - Primeira vez em BH


Em sua primeira partida oficial na capital mineira, Pelé marcou um gol na derrota do Santos para o Atlético, por 5 a 2, no Independência. Embora tenha balançado a rede, o jogo é lembrado pelo primeiro pênalti perdido pelo Rei, que teve o chute defendido pelo alvinegro Arizona. "Pelé atirou forte, mas não conseguiu converter. Saltou Arizona, rebateu a pelota e desfez o perigo", relatou o Estado de Minas no dia seguinte.

Pelé, do Santos, contra o Atlético



23/12/1958 - Brilho contra o ídolo


No fim do ano em que se sagrou campeão mundial, Pelé voltou ao Horto para enfrentar um de seus ídolos de infância, o meia-atacante Zizinho, no único amistoso em que o veterano jogou pelo Cruzeiro. O Santos venceu por 4 a 2, com três de Pelé. "Pelé realmente sensacional", reverenciou o Estado de Minas, em 25 de dezembro.

30/11/1966 - Engolido pela máquina azul


Em 1966, o Santos já havia conquistado duas Libertadores e dois Mundiais, mas foi atropelado pelo Cruzeiro, que se sagraria campeão da Taça Brasil. Na partida do Mineirão, vencida pelo Cruzeiro por 6 a 2, Pelé foi expulso e saiu disparando contra o árbitro Armando Marques. "(Ele) me expulsa para ganhar fama. Armando Marques é o que é hoje por causa da perseguição que sempre fez questão de alimentar contra mim."

Pelé em duelos com o Cruzeiro



3/11/1968 - Primeira vez com a amarelinha


Em seu primeiro jogo pela Seleção Brasileira no Mineirão, Pelé garantiu a vitória brasileira sobre o México, por 2 a 1. Ele cobrou falta com força e precisão. A bola bateu na barreira e entrou no ângulo direito de Ignácio Calderón. Na preparação antes do tricampeonato mundial, ele voltaria ao Gigante da Pampulha para perder para o Atlético (2 a 1, em 3 de setembro de 1969) e vencer a Seleção Mineira (3 a 1, em 19 de abril de 1970)

23/11/1969 - Homenagem e frustração


A festa estava armada. Quatro dias depois de marcar seu milésimo gol, Pelé enfrentaria o Atlético, pela Taça de Prata, no Mineirão. O Rei foi recebido por autoridades, crianças e até índios; deixou a marca do pé direito no cimento; homenageado com uma placa de bronze com a frase "ofereço estes mil gols às crianças pobres do Brasil", dita após o feito; abraçado pelos parentes que vieram de Três Corações. Em campo, no entanto, a festa durou apenas 24 minutos: após uma dividida de bola com Careca, ele foi expulso pelo árbitro Amílcar Ferreira - expulsão que irritou até os jogadores do Santos, do Atlético e, principalmente, a torcida. O Galo venceu por 2 a 0.

Em 1969, Pelé é coroado no Mineirão antes de jogo contra o Atlético



9/6/1974 - A última no Gigante


Perto de deixar o Santos, Pelé jogou no Mineirão pela última vez em derrota para o Atlético, por 2 a 1, pelo Brasileiro. "A presença de Pelé valorizou o jogo. O Mineirão recebeu um de seus melhores públicos do ano", registrava o Estado de Minas, de 11 de junho de 1974. O Atlético venceu por 2 a 1 e Pelé foi bastante aplaudido.

Pelé contra clubes mineiros


  • 36 jogos (28 em Minas)
  • 18 vitórias
  • 6 empates
  • 12 derrotas
  • 22 gols marcados (1 pela Seleção)

Contra Atlético


  • 19 jogos
  • 9 vitórias
  • 4 empates
  • 6 derrotas
  • 11 gols (1 pela Seleção)

Contra Cruzeiro


  • 11 jogos
  • 4 vitórias
  • 2 empates
  • 5 derrotas
  • 6 gols

Contra América


  • 1 jogo
  • 1 vitória

Clubes do interior


  • Lavras (7 a 2, em 1957)
  • Uberlândia (6 a 1, em 1961)
  • Atlético de Três Corações (2 a 1, em 1971)
  • Uberaba (2 a 0, em 1974)
  • Caldense (1 a 0, em 1974)

Pelé nos estádios mineiros


No Mineirão


  • 17 jogos
  • 7 vitórias
  • 2 empates
  • 8 derrotas
  • 5 gols (2 pela Seleção)

No Independência


  • 6 jogos
  • 3 vitórias
  • 1 empate
  • 2 derrotas
  • 8 gols

No interior


  • 5 jogos
  • 4 vitórias
  • 1 derrota
  • 5 gols



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