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Brasileirão: técnicos estrangeiros passam de excluídos a protagonistas

Nas últimas décadas, os 'treinadores forasteiros' foram de marginalizados a queridinhos dos times da elite do futebol brasileiro; veja a relação de nomes

14/04/2023 08:00 / atualizado em 14/04/2023 08:26
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Eduardo Coudet, técnico do Atlético, e Pepa, treinador do Cruzeiro, estão entre os estrangeiros que iniciam o Brasileiro
foto: DOUGLAS MAGNO / AFP e GUSTAVO ALEIXO/CRUZEIRO

Eduardo Coudet, técnico do Atlético, e Pepa, treinador do Cruzeiro, estão entre os estrangeiros que iniciam o Brasileiro



O Campeonato Brasileiro começa neste fim de semana com diversos sotaques à beira do gramado. Ao todo, nove treinadores estrangeiros estarão no comando dos clubes da Série A - o número pode crescer já que Flamengo e Goiás estão à procura de novos técnicos. Nas últimas décadas, os forasteiros foram de excluídos a queridinhos dos times da elite do futebol brasileiro.

Os dois maiores clubes de Minas Gerais possuem comandantes estrangeiros: o argentino Eduardo Coudet dirige o Atlético, enquanto o português Pepa assumiu o Cruzeiro. 



Atual campeão, o Palmeiras terá no banco de reservas o multicampeão Abel Ferreira, que nasceu em Penafiel, Portugal. No Verdão desde outubro de 2020, ele já coleciona oito conquistas - duas Copas Libertadores da América (2020 e 2021), uma Copa do Brasil (2020), uma Recopa Sul-Americana (2022), dois Campeonatos Paulistas (2022 e 2023), um Campeonato Brasileiro (2022) e uma Supercopa do Brasil (2023).



Outro trabalho de destaque é feito pelo argentino Juan Pablo Vojvoda, que conseguiu levar o Fortaleza a três Campeonatos Cearenses (2021, 2022 e 2023) e uma Copa do Nordeste (2022), além de participações em duas Copas Libertadores. 

Novatos no Brasileirão, Renato Paiva, Pedro Caixinha e Ivo Vieira, todos portugueses, tentam fazer campanhas sólidas com Bahia, Bragantino e Cuiabá, respectivamente. 

A Série A ainda terá Luís Castro em mais um ano de Botafogo e António Oliveira em outro clube da elite, desta vez no Coritiba.

A contratação de treinadores estrangeiros deixou o mercado mais competitivo e alguns profissionais de renome ficaram sem mercado. Dorival Júnior, Cuca, Fábio Carille, Vanderlei Luxemburgo e Lisca, entre outros, estão desempregados no momento.

Técnicos portugueses na Série A do Campeonato Brasileiro



Mudança intensa na última década


Há exatos 10 anos, no início do Campeonato Brasileiro de 2013, não havia estrangeiros como treinadores da Série A. Os nomes do momento eram Cuca, no Atlético; Abel Braga, no Fluminense; Luxemburgo, no Grêmio; e Tite, no Corinthians.

Quem acabou levando a competição foi o mineiro Marcelo Oliveira, que chegou sob desconfiança ao Cruzeiro.

No ano seguinte, apenas um estrangeiro dirigia um clube na primeira rodada do Brasileirão: o espanhol Miguel Ángel Portugal estava à frente do Athletico-PR.
 
Em 2015, o uruguaio Diego Aguirre, então treinador do Inter, era o estranho no ninho no Brasileirão.

Em 2016, houve um salto para três estrangeiros: Diego Aguirre, no Atlético, o português Paulo Bento, no Cruzeiro, e o argentino Edgardo Bauza, no São Paulo.

No Brasileirão seguinte, os estrangeiros voltaram a ficar de fora da rodada inicial da Série A.

Nos torneios de 2018 e 2019, apenas um estrangeiro: Diego Aguirre, no São Paulo, no primeiro ano, e Sampaoli, no Santos, na temporada seguinte.

Em 2020, eram quatros: Sampaoli (Atlético), Doménec Torrent (Flamengo), Eduardo Coudet (Inter) e Jesualdo Ferreira (Santos).

Um ano depois, o número cresceu para cinco, com várias novidades naquele momento: o espanhol Miguel Ángel Ramírez (Inter), o argentino Hernán Crespo (São Paulo), o português Abel Ferreira (Palmeiras), o português António Oliveira (Athletico-PR) e o argentino Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza).

Em 2022, foram nove (Antonio Mohamed, Paulo Sousa, Abel Ferreira, Vítor Pereira, Luís Castro, Gustavo Moringo, Juan Pablo Vojvoda, Alexander Medina e Fabian Bustos).



Estrangeiros nas estreias do Brasileirão


  • Campeonato Brasileiro 2023
  1. Atlético: Eduardo Coudet (Argentina)
  2. Bahia: Renato Paiva (Portugal)
  3. Botafogo: Luís Castro (Portugal)
  4. Bragantino: Pedro Caixinha (Portugal)
  5. Coritiba: António Oliveira (Portugal)
  6. Cruzeiro: Pepa (Portugal)
  7. Cuiabá: Ivo Vieira (Portugal)
  8. Fortaleza: Juan Pablo Vojvoda (Argentina)
  9. Palmeiras: Abel Ferreira (Portugal)


  • Campeonato Brasileiro 2022

  1. Atlético: Antonio Mohamed (Argentino)
  2. Flamengo: Paulo Sousa (Português)
  3. Palmeiras: Abel Ferreira (Português)
  4. Corinthians: Vítor Pereira (Português)
  5. Botafogo: Luís Castro (Português)
  6. Coritiba: Gustavo Moringo (Paraguaio)
  7. Fortaleza: Juan Pablo Vojvoda (Argentino)
  8. Inter: Alexander Medina (Uruguai)
  9. Santos: Fabian Bustos (Argentino)


  • Campeonato Brasileiro 2021

  1. Inter: Miguel Ángel Ramírez (Espanhol)
  2. São Paulo: Hernán Crespo (Argentino)
  3. Palmeiras: Abel Ferreira (Português)
  4. Athletico-PR: António Oliveira (Português)
  5. Fortaleza: Juan Pablo Vojvoda (Argentino)


  • Campeonato Brasileiro 2020

  1. Atlético: Sampaoli (Argentino)
  2. Flamengo: Doménec Torrent (Espanhol)
  3. Inter: Eduardo Coudet (Argentino)
  4. Santos: Jesualdo Ferreira (Portguês)


  • Campeonato Brasileiro 2019

  1. Santos: Sampaoli (Argentino)

  • Campeonato Brasileiro 2018

  1. São Paulo: Diego Aguirre (Uruguai)

  • Campeonato Brasileiro 2017

  1. Nenhum estrangeiro

  • Campeonato Brasieiro 2016

  1. Atlético: Diego Aguirre (Uruguaio)
  2. Cruzeiro: Paulo BEnto (Português)
  3. São Paulo: Edgardo Bauza (Argentino)

  • Campeonato Brasileiro 2015

  1. Inter: Diego Aguirre (Inter)

  • Campeonato Brasileiro 2014

  1. Athletic-PR: Miguel Ángel Portugal (Espanhol)

  • Campeonato Brasileiro 2013

  1. Nenhum técnico estrangeiro

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