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Hernanes revela qual técnico prefere na seleção: 'bom em todos os sentidos'

O ex-jogador também comentou sobre o que falta para o São Paulo voltar a brigar por títulos

24/06/2023 16:56 / atualizado em 24/06/2023 17:00
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Hernanes atuou pela Seleção Brasileira na Copa das Confederações em 2013 e na Copa do Mundo de 2014
foto: Iconsport

Hernanes atuou pela Seleção Brasileira na Copa das Confederações em 2013 e na Copa do Mundo de 2014

 
Bicampeão brasileiro e campeão paulista pelo São Paulo, Hernanes também deixou sua marca na seleção brasileira vencendo a Copa das Confederações de 2013 e participando da Copa do Mundo de 2014.

Ao Superesporteso ídolo do Tricolor Paulista compartilhou sua opinião sobre quem acha que seria o melhor treinador para a seleção. Sua escolha se baseia em achar que o técnico é “jovem, inovador e bom em todos os sentidos”.

— Continuo com a opinião de que o melhor treinador seria o Fernando Diniz. Por ser um cara jovem, inovador e bom em todos os sentidos, de entender o futebol e se comunicar. Sabe tratar os jogadores e é educado - afirma Hernanes.

Para o ex-jogador, que também passou por clubes da Itália, o atual técnico do São Paulo, Dorival Júnior, também seria uma boa opção, mas que para iniciar um novo ciclo, “escolheria o Diniz”.

No entanto, na época em que jogou sob o comando de Diniz no São Paulo, Hernanes chegou a dizer que não concordava com as escolhas dele dentro de campo. O ex-meia afirmou que mesmo assim acredita que é o nome ideal para treinar a amarelinha no próximo ciclo.

— Apesar de eu ser um jogador técnico, não gosto do estilo de jogo do Guardiola, do Diniz, do Maurizio Sarri aqui na Itália. É muito toque de bola. Porque eu sou um cara mais vertical e objetivo. Mas é uma questão particular minha. Quando estávamos no São Paulo, chegou um momento em que eu disse para ele: ‘Diniz, não quero nem saber o que eu penso sobre futebol. Vou me transformar num garoto, como se não tivesse feito nada até agora, e vou fazer tudo que você me disser para fazer'. E depois que eu tomei essa postura, foi o período que eu me dei melhor com ele. Por isso que falo que o estilo dele não combina comigo, devido à minha filosofia futebolística. Mas ele, com os jogadores certos, é um dos melhores que tem.

Hernanes ventilou nome de jogador do São Paulo no futebol italiano


O ex-jogador não poderia deixar de falar sobre o clube brasileiro onde mais fez história. Das suas três passagens pelo São Paulo, nas quais foi bicampeão brasileiro (2007 e 2008), salvou o time do rebaixamento (2017) e finalizou sendo campeão paulista (2021), Hernanes escolheu qual foi a mais marcante. 

— O momento mais especial foi em 2017, mesmo sendo a única passagem que eu não ganhei títulos. Meu irmão me falou uma coisa interessante: título é só o reconhecimento de algo importante que você realizou. Ali eu vivi o melhor momento da minha carreira, fisicamente, tecnicamente e mentalmente, e coroado com a permanência na primeira divisão e a lembrança do torcedor até hoje. Isso para mim é um título. 
 
 

Hernanes aproveitou para comentar sobre alguns jogadores específicos do atual elenco, com quem jogou na sua última passagem pelo time. Ele chegou a sugerir o nome do volante Luan em alguns clubes da Itália, país onde atuou entre 2010 e 2017 em Lazio, Inter e Juventus.

— (Luan) tem a parte que o italiano gosta, da marcação, mas quando joguei com ele também admirava muito a capacidade de construir o jogo e achar os passes, dar o ritmo do jogo. Era um cara que daria certo. Já falei isso para ele, ventilei o nome dele em alguns clubes. Se encaixaria em qualquer clube aqui, depende somente do interesse deles. Tem chance de jogar em alto nível na Itália.

Sobre o atual momento do São Paulo, Hernanes acredita que o clube precisa melhorar sua estrutura para voltar a brigar por títulos.

— Em 2005, era o clube referência do Brasil e parou no tempo. A matéria-prima é boa, pode ser competitiva, mas não está sendo no nível que precisa ser para jogar no São Paulo. Falta essa parte também.

— Acho que falta um cara mais cascudo. O time do São Paulo é muito jovem. Tem Calleri e Luciano, mas falta gente que já tenha ganhado. Quem ganha é quem sabe ganhar. Mais um cara do perfil do Rafinha, por exemplo. Quando fomos campeões paulistas, tinha o Miranda, gente que traz peso. Quando tem essa mescla, você consegue conquistar os títulos sonhados - afirmou o ex-jogador, sobre o tipo de reforço que o São Paulo precisa, em sua opinião.

‘Autossabotagem’: Hernanes opina sobre queda na Copa do Mundo de 2022


Nesta entrevista ao Superesportes, o ex-meia também falou sobre o histórico 7 a 1 da  Alemanha contra o Brasil, em 2014, e citou o que acredita que faltou para a seleção levar o hexacampeonato em 2022. Confira abaixo:

Foram 27 jogos em seis anos de seleção brasileira, com uma Copa do Mundo no currículo e dois gols marcados. Você acha que merecia ter ido para mais uma Copa?

 
Em 2010, poderia pelo menos ter sido convocado nos últimos jogos para ter um teste. Em 2018, pelo menos uma convocação eu merecia, porque estava no meu auge. Em seis meses ganhei vários prêmios individuais. Como o melhor jogador do Brasil para a mídia não teve uma convocação? (Hernanes foi eleito Craque da Galera pela CBF, e levou prêmios de melhor da posição no Brasileirão da CBF, Bola de Prata e Troféu Mesa Redonda). Mas o Tite não chegou nem a conversar comigo.
 
foto: Iconsport
 

Você entrou em campo durante três jogos do Mundial de 2014, mas ficou no banco durante o 7 a 1. Como enxerga esse jogo quase 10 anos depois?

 
Não tem nenhuma explicação lógica. Tem os fatos como a ausência do Neymar e Thiago Silva, que eram peças fundamentais. Mesmo assim, isso não é motivo para desandar. São dias em que tudo dá errado. Ficamos na expectativa de que seria um grande jogo, tomamos um gol muito cedo e ficamos emocionalmente abalados. Foi um estado de paralisia. No estado de alerta, ou você foge, ou luta ou paralisa. Ficamos paralisados com o choque inicial. Mas também não teria feito nada de diferente (se estivesse em campo). Fiquei em estado de choque no banco, em campo seria a mesma coisa. O ambiente estava condicionado.
  

Você trabalhou como comentarista do SporTV na Copa do Mundo de 2022. O que deu errado com o Brasil?

 
Para mim, o time estava desequilibrado, iria cair mais cedo ou mais tarde. O Tite foi traído pelo bom momento dos jogadores do Brasil. Não tinha como deixar fora o Vinicius Junior e o Neymar, mas não dava para jogar os dois com o Lucas Paquetá. Casemiro ficou sozinho no meio-campo. Foi isso: o desequilíbrio criado pelo bom momento dos jogadores ofensivos. Uma autossabotagem.

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