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CAMPEONATO MINEIRO

Presidente da URT explica escolha por Mineirão e nega inversão de mando contra Atlético

Primeiro jogo entre as equipes será no Mineirão, às 11h do próximo domingo

Guilherme Macedo
Roberto Túlio Miranda, presidente da URT, explicou por que clube resolveu mandar jogo para o Mineirão - Foto: Adamar Gomes / AG Esportes
Na tarde desta segunda-feira, a Federação Mineira de Futebol confirmou que o primeiro jogo entre URT e Atlético, pelas semifinais do Mineiro, será às 11h de domingo, no Mineirão. O fato de o jogo ser em Belo Horizonte acendeu uma polêmica sobre a possível inversão de mando de campo. Em entrevista ao Superesportes, Roberto Túlio Miranda, presidente do clube de Patos de Minas, explicou a opção do clube em jogar na capital.
"Quando há o arbitral, os clubes têm que indicar dois campos para poder jogar caso cheguem à fase final. Nós optamos por colocar o Bernardo Rubinger de Queiroz (estádio do Mamoré) como primeira opção e o Mineirão como segunda. Mas o gramado do Bernardo não passou na vistoria, então, por isso, jogaremos em Belo Horizonte. Não é uma inversão de mando. Eles (o Atlético) mandam os jogos no Independência", argumentou.

O estádio do Mamoré, citado por Roberto, estava sendo usado pelo rival da URT na disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro. Entretanto, o Sapo foi eliminado ainda na primeira fase da competição, realizando a última partida no estádio Bernardo Rubinger em 1º de abril. O laudo do estádio, concedido pela FMF no início da temporada, venceu no último dia 7, sendo assim, o local não está autorizado a receber jogos.

Roberto Túlio esclareceu, ainda, o fato que fez a direção do clube rechaçar a possibilidade de jogar em alguma outro município próximo a Patos de Minas, cidade do Alto Paranaíba. "Nós teríamos o estádio de Uberlândia, que é mais próximo de Patos, mas o time de lá tem rivalidade grande com os times da nossa cidade, então a torcida não iria a campo ver nosso jogo. Em Belo Horizonte também teremos mais torcida contrária, mas com a oportunidade de fazer caixa para o clube".

Apesar de citar a oportunidade de renda que o jogo oferecerá para a URT, a porcentagem de ganhos do clube no jogo ainda não foi definida. Segundo Roberto, o clube está negociando parceria com uma empresa que assumiria a operação do estádio no dia do jogo, repassando ao clube uma cota pela partida.

"Não fechei ainda o contrato para o jogo, então sequer posso citar qual a empresa envolvida. Estamos conversando desde a manhã desta segunda, então a definição deve sair nos próximos dias, mas é bem provável que a gente feche essa parceria. Nesse caso, receberíamos um valor fixo da empresa e uma porcentagem da renda da partida", esclareceu.

O jogo de volta entre URT e Atlético ainda não tem data e local definidos pela FMF. Diante do time de Patos de Minas, o Galo, líder da primeira fase do Estadual, terá a vantagem de dois empates ou de vitória e derrota pelo mesmo saldo de gols para avançar à final da competição.

Atlético se beneficia de algo que combateu no Brasileiro

Com a realização do primeiro jogo no Mineirão, mesmo com mando da URT, o Atlético se beneficia de expediente que combateu com veemência no Brasileirão. Em fevereiro, na reunião do Conselho Técnico da CBF, o Atlético sugeriu a proibição da "venda e inversão de mandos" nas Séries A e B do Brasileiro. A sugestão acabou aprovada a partir da edição deste ano.

Na ocasião, ao ser ouvido sobre a mudança no regulamento, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, alegou que o grande problema é que alguns clubes passaram a se beneficiar tecnicamente com a venda de mandos em fases decisivas do Brasileiro. Por isso, a maioria votou a favor da proibição.

“A ideia de levar o time para jogar em outras praças é linda, mas o que aconteceu na prática foi que clubes que não tinham mais o que disputar venderam o mando por questão financeira e inverteram o mando. Isso é contra qualquer fair play. Empresários apareceram para comprar os mandos. Santa Cruz e América venderam o mando não com a intenção de levar público. Acaba gerando inversão de mando. Isso que somos contra”, argumentou Daniel Nepomuceno ao lembrar, por exemplo, dos jogos entre América e Palmeiras, em Londrina-PR, em 9 de outubro, e Santa Cruz e Corinthians, em Cuiabá-MT, em 12 de outubro, já na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Nas duas ocasiões, os visitantes tiveram mais torcedores.