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CLÁSSICO MINEIRO

Cruzeiro x Atlético: entenda a diferença na contagem de clássicos

Quase 100 anos depois do primeiro duelo, clubes ainda não chegaram a um consenso quanto ao número de confrontos

Rafael Arruda Roger Dias
Cruzeiro e Atlético se enfrentaram na final do Mineiro de 1958 - Foto: O Cruzeiro/EM/D.A Press
Quase 100 anos desde a realização do primeiro clássico, Cruzeiro e Atlético não chegaram a um denominador comum quanto ao número de confrontos. As estatísticas alvinegras indicam que o duelo deste domingo, às 16h, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Mineiro, será o 515º. Nos cálculos celestes, as equipes estão a caminho do 497º jogo.



Os rivais apontam critérios distintos no cômputo de diversas partidas, sobretudo das décadas de 1920 a 1940, em que não havia registro em súmula oficial. Existem ainda os casos peculiares em que os jogos não tiveram 90 minutos ou um ou outro time optou por uma escalação com reservas ou aspirantes.

Atlético x Cruzeiro: fotos históricas do grande clássico

Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Rivalidade entre Cruzeiro e Atlético cresceu a partir nos anos 1940 - Arquivo Estado de Minas
Clássico disputado em 1960 - Arquivo Estado de MInas
Zagueiro Procópio, do Cruzeiro, em clássico de 1961 - Arquivo EM
Clássico no Estádio Independência em 1962 - Arquivo EM
02/12/1963. Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no estádio Independência. O jogo terminou empatado em 1 a 1 - Arquivo EM
02/12/1963. Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no estádio Independência. O jogo terminou empatado em 1 a 1 - Arquivo EM
02/12/1963. Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no estádio Independência. O jogo terminou empatado em 1 a 1 - Arquivo EM
02/12/1963. Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no estádio Independência. O jogo terminou empatado em 1 a 1 - Arquivo EM
16/11/1964 O jogador de futebol do Cruzeiro, Wilson, e os jogadores do Atlético, Bueno e Grapete, em lance do jogo realizado no estadio do Independencia - Arquivo EM/D.A Press
30/05/1965 - O jogador de futebol do Atlético, Mario de Sousa, e o jogador do Cruzeiro, Sinval, num lance do clássico realizado no Independência - Arquivo/EM D.A Press
24/10/1965 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, onde acontece a primeira briga no estádio. A partida terminou aos 34 minutos do segundo tempo, quando o juiz assinalou um pênalti na grande área do time alvinegro e os jogadores protestaram. O jogo terminou em 1 a 0 para o Cruzeiro. - Arquivo/EM D.A Press
24/10/1965 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, onde acontece a primeira briga no estádio. A partida terminou aos 34 minutos do segundo tempo, quando o juiz assinalou um pênalti na grande área do time alvinegro e os jogadores protestaram. O jogo terminou em 1 a 0 para o Cruzeiro. -
24/10/1965 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, onde acontece a primeira briga no estádio. A partida terminou aos 34 minutos do segundo tempo, quando o juiz assinalou um pênalti na grande área do time alvinegro e os jogadores protestaram. O jogo terminou em 1 a 0 para o Cruzeiro. - Arquivo/EM D.A Press
24/10/1965 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, onde acontece a primeira briga no estádio. A partida terminou aos 34 minutos do segundo tempo, quando o juiz assinalou um pênalti na grande área do time alvinegro e os jogadores protestaram. O jogo terminou em 1 a 0 para o Cruzeiro. - Arquivo/EM D.A Press
11/12/1966 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, no Mineirão, em Belo Horizonte. A partida ficou empatada em 1 a 1. - Arquivo EM D.A Press
07/03/1967 - Lance do jogo de futebol entre Atlético e Cruzeiro - Arquivo EM D.A Press
27/10/1967 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, no Mineirão. No detalhe, Vanderlei é observado por Hilton Oliveira e Zé Carlos. A partida terminou empatada em 3 a 3. - Arquivo EM D.A Press
26/11/1967 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, válido pela final do Campeonato Mineiro, no Mineirão. - Arquivo EM D.A Press
03/02/1968 - O jogador de futebol do Cruzeiro, Tostão, comemora gol contra o Atlético - Arquivo O Cruzeiro/EM
17/09/1968 - O zagueiro Procópio, do Cruzeiro, num lance do jogo contra o Atlético, no Mineirão - Arquivo Estado de Minas
27/10/1968 - Lance do jogo entre Atlético e Cruzeiro, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte. No detalhe, Piazza cobra o pênalti do terceiro gol do Cruzeiro e fecha o placar em 3 a 3. - Arquivo Estado de Minas

Em 2007, os clubes se reuniram para tentar padronizar os dados, mas não houve acordo. Em vários estados, os números são considerados de forma igual pelos rivais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, Internacional e Grêmio se enfrentaram 430 vezes, com 157 vitórias coloradas, 137 tricolores e 136 empates. No Ba-Vi, o Bahia ganhou 186 dos 494 jogos, enquanto o Vitória triunfou em 156 ocasiões. Houve ainda 153 empates.

O levantamento do Atlético inclui todos os eventos em que os adversários entraram em campo com uniformes, tendo árbitro e um campo determinado. Ainda assim, alguns dados não são precisos. Dos 514 clássicos, 16 estão sem identificação (10 vitórias alvinegras, quatro celestes e dois empates).


Há outros impasses, como um amistoso que marcou a inauguração do estádio Ipatingão, em 1987. O Cruzeiro não inseriu esse compromisso em suas estatísticas por ter enviado uma equipe de aspirantes. Diferentemente do Atlético, que contabilizou a vitória por 4 a 1.

Em 1934, quando o futebol profissional ainda engatinhava no Brasil, dois amistosos entraram nas contas do Atlético, porém são desconsiderados pelo Cruzeiro. No primeiro, uma forte chuva antes do apito inicial deixou todo o campo alagado, mas mesmo assim o jogo, que terminou 0 a 0, foi iniciado – as equipes combinaram de se enfrentar por 55 minutos. No segundo, com vitória do Palestra Itália por 4 a 3, o estádio não recebeu público, porém o evento contou com times uniformizados, arbitragem e tempos definidos.

Os critérios adotados pelo Cruzeiro descartam os jogos sem identificação do Atlético, além de refutar encontros entre times de aspirantes. Existe também uma divergência no número de clássicos pelo Campeonato Mineiro: 271, segundo o clube celeste (92 vitórias, 70 empates e 109 derrotas), e 281, conforme a contagem atleticana (117 vitórias, 71 empates e 93 derrotas).


Jornais noticiam primeiro Atlético x Cruzeiro, em 1921

Em 15 de abril de 1921, o 'Diário de Minas' já noticiava o festival da 'Associação Mineira dos Chronistas Desportivos'. Foi a A.M.C.D que organizou o primeiro embate entre 'Athletico' e Palestra Itália, antigo nome do Cruzeiro, dois dias depois. Na ocasião, o jornal destacava o prêmio para o vencedor do duelo: uma medalha de ouro. O evento também receberia o encontro entre Lusitano e América, cujo ganhador receberia um 'artistico bronze'. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
No dia seguinte, o mesmo 'Diário de Minas' voltou a noticiar os duelos do festival da A.M.C.D. Desta vez, o destaque foram as escolhas dos árbitros para a preliminar Athletico x Palestra e o jogo principal Lusitano x América. O texto segue ao exaltar os times: 'As partidas prometem o maior brilhantismo, dadas as forças cobtendoras'. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Maior jornal da época, o 'Minas Geraes' de 17 de abril de 1921 abriu exceção ao dar espaço ao futebol. O esporte tinha pouca importância para o periódico, que relegava o tema às páginas finais - tradicionalmente destinadas às notícias menos lidas. Naquele domingo, no entanto, o Athletico x Palestra Itália ganhou destaque. O problema? O autor do texto escreveu 'Palestina' ao invés de 'Palestra' na chamada para a partida. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Os jogos do festival não chamaram tanto a atenção da imprensa do interior. Nos jornais 'Mucury' (Teófilo Otoni) e 'Cidade de Barbacena' (Barbacena), o futebol não ganhou espaço em 17 de abril de 1921. O 'Sul Mineiro', da antiga Villa Nepomuceno (chamada atualmente de Nepomuceno), até citou a partida do tradicional América. Athletico x Palestra Itália, no entanto, não ganhou destaque. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
O 'Diário de Minas' também noticiou o jogo em 17 de abril. O jornal cita que o festival da A.M.C.D. daria 'uns rebates de vibração na vida sportiva horizontina'. O texto cita também que o América era favorito para o duelo contra o Lusitano, mas que o resultado de Athletico x Palestra despertava 'curiosidade e interesse'. Afinal, desde os anos 1920, clássico é clássico! - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Ainda em 17 de abril, o 'Diário de Minas' exalta o recém fundado Palestra, que só havia disputado um jogo antes de encarar o tradicional Athetico: 'Club que vem surgindo com todos os requisitos para conquistar os melhores louros'. O time alvinegro também recebe elogios: 'Não é preciso dizer sinão que a sua tradição e as glórias que lhe cobrem o pavilhão exigem sempre esforço e vontade'. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Em 19 de abril de 1921, o 'Diário de Minas' publicou o resultado: vitória por 3 a 0 do Palestra sobre o Athletico. O jornal também elogiou os jogos do 'sport bretão' realizados no Prado Mineiro. No confronto principal, o América venceu por 6 a 0. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
O 'Diário de Minas' segue o texto de 19 de abril com a ficha técnica do jogo, que começou às 14h06. Na sequência, o texto descreve o primeiro 'ponto' da história dos clássicos. Attílio balançou as redes do Athletico logo aos 2 minutos. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Na sequência, o 'Diário de Minas' relata os outros dois 'goals' do Palestra, marcados por Attílio e Nani. Há ainda críticas à linha de ataque do Athletico, classificada como 'medíocre'. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
O 'Diário de Minas' encerra o relato do jogo com uma análise crítica dos times. Na sequência, avalia a atuação do árbitro. Fim de jogo: Athletico 0 x 3 Palestra Itália. - Reprodução/Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa

Retrospecto


Em 496 clássicos, o Cruzeiro venceu 169, empatou 132 e perdeu 195, com 636 gols marcados e 696 sofridos. Por sua vez, o Atlético informa ter ganhado 207 dos 514 jogos, além de 137 empates e 170 reveses. Foram 727 gols pró e 647 do adversário. No Mineirão, palco do compromisso deste domingo, a vantagem é azul: 89 vitórias, 79 empates e 77 derrotas em 245 jogos, com 288 gols a favor e 263 contra.