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Morre Silvestre, campeão mineiro com Siderúrgica em 1964

'Artilheiro da Alegria' faleceu nesta quarta-feira, aos 88 anos

16/06/2021 16:39 / atualizado em 16/06/2021 20:41
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Ícone do Siderúrgica, Silvestre também atuou por América e Atlético
foto: Arquivo/Estado de Minas

Ícone do Siderúrgica, Silvestre também atuou por América e Atlético

O futebol mineiro deu adeus a mais uma grande estrela. Faleceu, nesta quarta-feira (16/6), Silvestre Martins Fernandes, ou simplesmente Silvestre, aos 88 anos, de causas naturais. Apelidado de 'Artilheiro da Alegria', o ex-atacante foi campeão mineiro com Siderúrgica, em 1964. Ele foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Belo Horizonte.
 
O apelido se explica pelo fato de Silvestre ter sempre jogado sorrindo. Fazia um gol e saía pulando, de braços erguidos, com um largo sorriso no rosto. Essa era a sua marca registrada. Era, aliás, humilde quanto a fama de goleador. Quando perguntado quantos gols tinha feito na carreira, respondia: “Uns 50, um pouco mais”.
 
Silvestre foi parar em Sabará e jogar no Siderúrgica por acaso. Natural de Itabirito, era muito conhecido por suas peripécias e gols no futebol de várzea local. Sua fama foi longe, a ponto de um conterrâneo seu, Telê Santana, tê-lo indicado para o Fluminense. Chegou a ir para o Rio, mas sua namorada, Anita, fez com que ele desistisse, fazendo-o retornar a Itabirito.
 
No retorno à terra natal, acabou se transferindo para Sabará, pois amigos lhe conseguiram um emprego na Belgo Mineira. Logo, ele chamou a atenção nas peladas que jogava. Foi então chamado para a Siderúrgica. Pela manhã, estava na empresa e, à tarde, treinava no clube. Era o ano de 1963.

Sempre sorridente, Silvestre era conhecido como 'Artilheiro da Alegria'
foto: Arquivo/Estado de Minas

Sempre sorridente, Silvestre era conhecido como 'Artilheiro da Alegria'

 
Neste ano, vestiu a camisa do Atlético apenas uma vez, num amistoso contra o Santos. Silvestre substituiu Nilson, que estava sem contrato, contra o Santos. Que venceu por 3 a 1. Ele não ficou no clube, mas tinha orgulho dessa partida, pois além de cumprimentar Pelé, contava que o “Rei do Futebol” o mencionara aos companheiros: “Cuidado com o Silvestre, cuida”, não cansava de repetir.

Mas seu primeiro ano como profissional não foi como ele desejava. No entanto, com a chegada de 1964 e do técnico Yustrich, tudo iria mudar. O Siderúrgica conquistou o título de campeão mineiro, em 1964. Silvestre foi um dos destaques do time.
 
Pouco depois, no ano de 1965, Silvestre se transferiu para o América, onde jogou ao lado de José Carlos Mérola, Dirceu Alves, Samuel e Caldeira. Pelo América, chegou à Seleção Mineira e atuou ao lado de Tostão, Dirceu Lopes, Bugleaux, entre outros. Ao deixar o Coelho, se transferiu para o Democrata de Governador Valadares e encerrou a carreira no Aluminas, de Ouro Preto.

A vida de Silvestre não se ateve somente aos campos de futebol. Em 2000, retornou a Sabará, para participar de um programa humorístico da TV local, a TVI. Era um dos integrantes da trupe humorístico “O Barracão - Nós Somos da Farra”, onde tinha outros nove parceiros. O programa era exibido diariamente, no período da tarde.
 
Silvestre era um símbolo de Itabirito, sua cidade-natal, onde voltou a morar. Era figurinha carimbada nos carnavais. sempre fantasiado e muito animado. 

Siderúrgica, do artilheiro Silvestre, é recebido com festa em Sabará após o título estadual de 1964
foto: Arquivo/Estado de Minas

Siderúrgica, do artilheiro Silvestre, é recebido com festa em Sabará após o título estadual de 1964


 

A final de 1964

 
América 1 x 3 Siderúrgica
 
Competição: Campeonato Mineiro/1964
Estádio: Otacílio Negrão de Lima (Alamêda).
Gols: Ernani (21min do 1º), Noventa (24 min do 1º), Aldeir (44 min do 1º) e Jair Bala (33min do 2º.
Público: 8.970 pagantes
Renda: Cr$ 4.245.250,00 
Árbitro: Doraci Jerônimo (MG)
 
América: Davi; Luisinho (Robson 15 do 1º), Klebis, Zé Horta e Catocha; Zé Emílio e Nei; Geraldo, Jair Bala, Dario e Sérgio. Técnico: Moacir Rodrigues.
 
Siderúrgica: Dejair; Geraldinho, Chiquito, Zé Luis e Dawson; Édson e Paulista; Ernani, Silvestre, Noventa (Aldeir 45 do 1º) e Tião. Técnico: Yustrich.

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