As partidas entre Atlético e River Plate, pela Copa Libertadores, e Cruzeiro e Confiança, pela Série B do Campeonato Brasileiro, nesta semana, no Mineirão, vão marcar a volta do torcedor ao estádio em Belo Horizonte. No entanto, mesmo com a liberação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a pandemia de COVID-19 ainda exige cuidados. O Superesportes conversou com o médico infectologista Adelino Melo, que deu dicas e falou sobre os protocolos que devem ser seguidos pelas torcidas.
O jogo entre Galo e River, pela rodada de volta das quartas de final da Libertadores, será disputado nesta quarta-feira, às 21h30. O Mineirão poderá receber 30% de sua capacidade: cerca de 18 mil torcedores.
Já a primeira partida da Raposa com torcida após a liberação será na sexta-feira, às 21h30. A equipe recebe o Confiança, pela 20ª rodada da Série B.
A última vez que um estádio de BH recebeu torcedores foi em 11 de março de 2020, na derrota do Cruzeiro para o CRB, pela Copa do Brasil. O duelo foi disputado no Mineirão.
A Prefeitura de BH liberou a volta do público aos estádios apenas em 27 de julho deste ano. Outras cidades em Minas Gerais já tinham autorizado a volta de torcedores anteriormente.
A Prefeitura de BH liberou a volta do público aos estádios apenas em 27 de julho deste ano. Outras cidades em Minas Gerais já tinham autorizado a volta de torcedores anteriormente.
Veja, na íntegra, a entrevista com Adelino Melo, infectologista da Target e do Hospital Felício Rocho:
Quais os principais cuidados os torcedores devem tomar na volta ao estádio?
Todos os cuidados que comentamos sempre. O uso de máscara o tempo inteiro, se possível, higienizar as mãos e o distanciamento entre as pessoas. Manter o espaço de dois metros. Ter um distanciamento maior nos ambientes fechados. Isso tudo ajuda na prevenção. Quem está com sintoma gripal não deve ir ao jogo, mesmo com resultado negativo para COVID-19.
Com a máscara, os torcedores podem se abraçar em uma eventual comemoração de gol?
Se as pessoas forem do mesmo convívio, da mesma família, tiverem ido ao estádio no mesmo carro, eu não vejo nenhum problema. A questão é o toque, o encontro e a proximidade com as pessoas que não são do seu convívio. Pessoas que você não conhece, que podem estar com algum sintoma ou ter tido o contato com alguém que teve COVID-19 recentemente.
O torcedor pode tirar a máscara se estiver bem afastado das outras pessoas?
O melhor é manter a máscara o maior tempo possível, tirar apenas para beber água. É uma forma melhor de se comunicar, manter a regra. É melhor usar a máscara o tempo todo.
Quais dicas você pode dar para reforçar a segurança dos torcedores?
Se puder levar álcool em gel em sachê, em uma quantidade pequena, ajuda. Não adianta levar o frasco muito grande, que não vai poder entrar. Levar mais de uma máscara, uma reserva, se possível. Sempre se certificar que as pessoas ao seu redor estão de máscara quando for tirar a sua. Comer e beber em ambientes que as outras pessoas estão com máscaras. Se as máscaras estiverem úmidas, molhadas, elas devem ser trocadas. A pessoa pode ficar no máximo 5h, 6h sem trocá-la, mas também pode gritar e pular em 30 minutos e precisar trocar. No calor do estádio, a pessoa deve suar, então é importante ter uma reserva.
A preocupação com o vírus é menor por ser em um ambiente aberto?
São tratamentos diferentes. Faz muita diferença estar em um lugar aberto. É muito mais seguro. É muito mais difícil a transmissão em lugares abertos. Mesmo assim, não deixa de ser importante todos os cuidados necessários.
Com a chegada variante Delta a Belo Horizonte, você acredita que seria mais prudente continuar vetando a torcida?
Vamos precisar acompanhar de perto os resultados destes jogos e dos próximos para entender o quanto este movimento é seguro. É difícil adivinhar. Estamos com os indicadores mais controlados. Se começar a mudar para pior, temos que rever essa abertura. Não sei se vai dar certo ou não, mas precisamos ficar atentos. Se o impacto de transmissão acontecer, tem que ser revertida (a liberação).