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Tríplice Coroa: veja comparativo entre Cruzeiro de 2003 e Atlético de 2021

Times de Belo Horizonte conquistaram o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro em uma só temporada

16/12/2021 18:00 / atualizado em 16/12/2021 19:09
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Vanderlei Luxemburgo e Cuca conduziram Cruzeiro e Atlético à conquista da Tríplice Coroa em 2003 e 2021
foto: Paulo Filgueiras/EM D.A Press e Pedro Souza/Atlético

Vanderlei Luxemburgo e Cuca conduziram Cruzeiro e Atlético à conquista da Tríplice Coroa em 2003 e 2021

O Atlético de 2021 igualou o feito do Cruzeiro de 2003 ao conquistar na mesma temporada o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Nas campanhas, os times treinados por Vanderlei Luxemburgo e Cuca demonstraram supremacia contra os adversários, marcaram mais de uma centena de gols e contaram com grande apoio das arquibancadas. Veja o comparativo com base nos dados coletados pelo Superesportes.

Aproveitamento geral


O Cruzeiro de 2003 disputou 73 jogos - dois amistosos, 12 no Campeonato Mineiro, 11 na Copa do Brasil, 46 no Campeonato Brasileiro e dois na Copa Sul-Americana. O retrospecto geral apontou 52 vitórias, 13 empates e oito derrotas, com 77,16% de aproveitamento. Se excluir os dois triunfos dos compromissos não oficiais, o índice cai para 76,52%.

O Atlético de 2021 encerrou a temporada com 75 partidas - 15 no Campeonato Mineiro, 10 na Copa do Brasil, 12 na Copa Libertadores e 38 no Campeonato Mineiro. O time ganhou 52 confrontos, empatou 14 e perdeu nove, com 75,55% de aproveitamento.

Desempenho por competição


O Cruzeiro faturou o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil sem perder uma partida sequer. A eliminação na fase preliminar da Copa Sul-Americana também ocorreu de forma invicta (saldo de gols inferior ao do São Caetano, que foi às oitavas de final). No Brasileirão com 24 clubes, a Raposa somou 100 pontos.

Cruzeiro somou 100 pontos no Brasileirão de 2003
foto: Juarez Rodrigues/Estado de Minas

Cruzeiro somou 100 pontos no Brasileirão de 2003



Campeonato Mineiro

12 jogos
10 vitórias
2 empates
35 gols marcados
7 gols sofridos
88,88% de aproveitamento

Campeonato Brasileiro

46 jogos
31 vitórias
7 empates
8 derrotas
102 gols marcados
47 gols sofridos
72,47% de aproveitamento

Copa do Brasil

11 jogos
8 vitórias
3 empates
29 gols marcados
12 gols sofridos
81,81% de aproveitamento

Copa Sul-Americana

2 jogos
1 vitória
1 empate
2 gols marcados
1 gol sofrido
66,66% de aproveitamento 

No Atlético chama a atenção para a invencibilidade no único torneio não conquistado: a Copa Libertadores. O time caiu nas semifinais ao empatar duas vezes com o Palmeiras: 0 a 0, no Allianz Parque, em São Paulo, e 1 a 1 , no Mineirão, em Belo Horizonte. O Verdão avançou à final - e posteriormente para o título - graças ao gol como visitante.

Atlético contabilizou 84 pontos em 38 rodadas no Brasileirão de 2021
foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press

Atlético contabilizou 84 pontos em 38 rodadas no Brasileirão de 2021



Campeonato Mineiro

15 jogos
10 vitórias
3 empates
2 derrotas
27 gols marcados
8 gols sofridos
73,3% de aproveitamento

Campeonato Brasileiro

38 jogos
26 vitórias
6 empates
6 derrotas
67 gols marcados
34 gols sofridos
73,6% de aproveitamento

Copa do Brasil

10 jogos
9 vitórias
1 derrota
22 gols marcados
6 gols sofridos
90% de aproveitamento

Copa Libertadores

12 jogos
7 vitórias
5 empates
20 gols marcados
4 gols sofridos
72,2% de aproveitamento

Gols


O Cruzeiro encerrou 2003 com 179 gols, incluindo amistosos. Do total, 67% se concentraram em quatro jogadores: Alex, 39; Deivid e Aristizábal, ambos com 28; e Mota, 25. Abaixo apareceram os zagueiros Edu Dracena e Thiago Gosling e o atacante Márcio Nobre, todos com seis gols.

O Atlético contabilizou 136 gols, dos quais 36 saíram em finalizações de Hulk. Dividiram a segunda colocação o chileno Eduardo Vargas e o argentino Matías Zaracho, com 13. A sequência da lista conta com Nacho Fernández (10), Keno (9), Savarino (7), Guilherme Arana (5) e Diego Costa (5).

Destaques


Alex foi o destaque individual do Cruzeiro em 2003. Além dos 39 gols em 63 partidas, o ex-camisa 10 contribuiu com 39 assistências graças à ótima visão de jogo para efetuar lançamentos e excelência em cobranças de falta e escanteio.

Alex marcou 23 gols em 38 jogos no Campeonato Brasileiro de 2003
foto: Auremar de Castro/Estado de Minas

Alex marcou 23 gols em 38 jogos no Campeonato Brasileiro de 2003



Apesar de ter vivido o ano mais goleador da carreira - 40, incluindo um pelo Brasil na Copa das Confederações -, Alex não foi artilheiro de nenhuma competição em 2003. Ele marcou nove no Campeonato Mineiro, seis na Copa do Brasil e 23 no Brasileirão.

Guilherme, do Atlético, terminou o Mineiro de 2003 como artilheiro, com 13 gols. Nonato, do Bahia, balançou a rede nove vezes na Copa do Brasil. Já Dimba, do Goiás, anotou 31 gols no Brasileirão, um a mais que Renaldo, do Paraná (30), e três de vantagem sobre Luís Fabiano, do São Paulo (28).

Hulk foi o artilheiro da Copa do Brasil, com oito gols em 10 jogos
foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press

Hulk foi o artilheiro da Copa do Brasil, com oito gols em 10 jogos



Hulk, do Atlético, garantiu a dobradinha ao ser goleador do Brasileirão de 2021, com 19 gols, e da Copa do Brasil, com oito. O camisa 7 também deixou sua marca na Copa Libertadores (7) e no Campeonato Mineiro (2).

Alex e Hulk foram eleitos, respectivamente, os melhores jogadores do Campeonato Brasileiro de 2003 e 2021. Em várias circunstâncias, os dois agitaram os torcedores celestes e alvinegros com gols em toques por cobertura.

Campeões de um só torneio

Maldonado, do Cruzeiro, e Nathan Silva, do Atlético, foram campeões somente do Brasileirão
foto: Jorge Gontijo/EM D.A Press e Pedro Souza/Atlético

Maldonado, do Cruzeiro, e Nathan Silva, do Atlético, foram campeões somente do Brasileirão



Ambos os elencos tinham atletas que se firmaram como titulares no Brasileiro, porém não participaram do estadual e da Copa do Brasil. No Cruzeiro, o volante Maldonado jogou 29 partidas na Série A, e o zagueiro Cris 30. No Atlético, Nathan Silva entrou em campo 28 vezes na elite nacional de 2021.

Maldonado não pôde atuar pela Raposa na Copa do Brasil de 2003 por já ter representado o São Paulo, enquanto Cris estava emprestado ao Bayer Leverkusen, da Alemanha. Por sua vez, Nathan participou do torneio pelo Atlético-GO no primeiro semestre de 2021.

Base do ano anterior e reforços


O Cruzeiro iniciou 2003 com uma boa base da temporada 2002, na qual esteve perto de se classificar às quartas de final do Campeonato Brasileiro - terminou em nono, com 39 pontos, em desvantagem no saldo de gols para o oitavo Santos, que viria a ser campeão nos mata-matas.

A diretoria manteve jogadores como o goleiro Gomes, o zagueiro Luisão, o lateral-direito Maicon, o lateral-esquerdo Leandro, os volantes Augusto Recife e Wendel, o meia Alex e o atacante Marcelo Ramos, além do técnico Vanderlei Luxemburgo.

Dos 28 gols de Aristizábal pelo Cruzeiro, 21 foram no Campeonato Brasileiro
foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas

Dos 28 gols de Aristizábal pelo Cruzeiro, 21 foram no Campeonato Brasileiro


Ao longo de 2003, o clube se reforçou com o lateral-direito Maurinho, o zagueiro Edu Dracena, os volantes Maldonado e Felipe Melo, os armadores Martinez e Zinho e os atacantes Deivid, Aristizábal, Mota e Márcio Nobre.

Já o Atlético teve como divisor de águas os vexames no começo de 2020, quando foi eliminado pelo Afogados, de Pernambuco, na segunda fase da Copa do Brasil, e pelo Unión de Santa Fe, da Argentina, na primeira fase da Copa Sul-Americana.

Atlético investiu mais de R$32 milhões pela compra dos direitos econômicos de Nacho Fernández, ex-River Plate-ARG
foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press

Atlético investiu mais de R$32 milhões pela compra dos direitos econômicos de Nacho Fernández, ex-River Plate-ARG



A partir dos fracassos, o clube passou a contar com investimento dos empresários bilionários Rubens e Rafael Menin (MRV Engenharia), Ricardo Guimarães (banco Bmg) e Renato Salvador (hospital Mater Dei) na montagem da equipe e terminou o Brasileiro em terceiro lugar, com 68 pontos.

Para 2021, a diretoria trocou o técnico Jorge Sampaoli por Cuca, além de segurar peças importantes de 2020 - como o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o volante Jair e o atacante Keno - e buscar contratações pontuais - o lateral-esquerdo Dodô, o volante Tchê Tchê, o armador Nacho Fernández e os atacantes Hulk e Diego Costa.

Média de público


Diferentemente dos 62 mil lugares em 2021 - todos com assentos -, o Mineirão comportava mais de 80 mil torcedores em 2003, quando tinha quase todo o anel superior sem cadeiras e a geral quase no nível do gramado na parte inferior.

Em 2003, Mineirão comportava mais de 80 mil torcedores
foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press

Em 2003, Mineirão comportava mais de 80 mil torcedores


Assim, o Cruzeiro pôde receber públicos expressivos em partidas importantes, como na final da Copa do Brasil, em que venceu o Flamengo por 3 a 1 (79.614), e no jogo do título do Brasileiro, com triunfo por 2 a 1 em cima do Paysandu (73.141).

De acordo com o Cruzeiropedia, a média de público em toda a temporada fechou em 25.003. No Campeonato Brasileiro, o número foi de 26.109. Em 35 partidas em casa, a Raposa ganhou 28, empatou seis e perdeu uma.

Capacidade atual do Mineirão é de pouco mais de 62 mil torcedores
foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press

Capacidade atual do Mineirão é de pouco mais de 62 mil torcedores



O Atlético também atraiu sua massa assim que as autoridades liberaram a presença de torcedores nos estádios após o aumento da população vacinada contra a COVID-19. Inicialmente, apenas 30% da capacidade do Mineirão foi utilizada. Em seguida, o percentual aumentou para 50% e 100%.

Em 14 jogos no Gigante da Pampulha, o Galo registrou uma média de 37.862 torcedores em 2021. O recorde foi na vitória por 4 a 3 sobre o Bragantino, pela 37ª rodada do Brasileiro, em 5 de dezembro: 61.573, para uma arrecadação bruta de R$8.818.854,25. Como mandante, o alvinegro venceu 32 jogos, empatou cinco e perdeu um.

Outras curiosidades


Maiores goleadas

Cruzeiro - 7x0 (duas vezes)
Corinthians-RN, pela segunda fase da Copa do Brasil
Bahia, pelo Campeonato Brasileiro

Atlético - 4x0 (cinco vezes)
Uberlândia, pelo Campeonato Mineiro
Cerro Porteño, pela fase de grupos da Libertadores
Deportivo La Guaira, pela fase de grupos da Libertadores
Fortaleza, pela semifinal da Copa do Brasil
Athletico-PR, pela final da Copa do Brasil

Invencibilidade

Cruzeiro, 31 jogos (24 vitórias e 7 empates)
Início da temporada a 25 de maio de 2003

Atlético, 17 jogos (11 vitórias e 6 empates)
8 de agosto a 17 de outubro de 2021

Jogadores premiados no Campeonato Brasileiro

Cruzeiro
Maurinho (melhor lateral-direito)
Maldonado (melhor volante)
Alex (melhor meia e craque)

Atlético
Éverson (melhor goleiro)
Mariano (melhor lateral-direito)
Alonso (melhor zagueiro)
Arana (melhor lateral-esquerdo)
Jair (melhor volante)
Nacho (melhor meia)
Hulk (melhor atacante e craque)

Escalações

Cruzeiro de 2003: Gomes; Maurinho, Cris (Thiago), Edu Dracena e Leandro; Augusto Recife, Maldonado, Wendel e Alex; Aristizábal e Deivid (Mota)

Atlético de 2021: Éverson; Mariano, Nathan Silva (Réver), Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair, Zaracho e Nacho Fernández (Diego Costa); Hulk e Keno


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