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JUDÔ

No Grand Slam de Brasília,Teddy Riner conquista o ouro e amplia invecibilidade

O peso-pesado conquistou a medalha de ouro após vitória na final contra o brasileiro David Moura

postado em 09/10/2019 14:24

<i>(Foto:  AFP / EVARISTO SA)</i>
Bicampeão olímpico, 10 medalhas de ouro no Mundial e nove anos de invencibilidade. Esse é o currículo de Teddy Riner, que conquistou o título na categoria +100kg, ontem, no terceiro e último dia do Grand Slam de Judô, realizado em Brasília. Com a vitória, o francês aumentou a série invicta para 152 lutas. Na final, enfrentou o brasileiro David Moura, na reedição da decisão do Mundial de 2017, disputado em Budapeste, na Hungria, onde também se sagrou campeão.

Apesar de invicta, a caminhada de Riner até o ouro não foi fácil. Em ano sabático, o francês não competiu em 2018 e retornou aos tatames apenas no Grand Prix de Montreal, em julho deste ano. Com aparente falta de ritmo, não convenceu na primeira luta diante do japonês Kageura Kokoro e saiu com a vitória no golden score, após quase seis minutos de combate. Nas quartas de final, venceu o russo Inal Tasoev com um waza-ari. Para chegar à final, enfrentou o tcheco Lukas Krpalek, atual campeão mundial da categoria pesado, em um dos combates mais esperados do torneio. O francês avançou após três shidos (punições) para Krpalek, configurando um ippon e o fim da luta.

Do outro lado da chave, também sonhando com o ouro na competição, David Moura, bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, teve de enfrentar na semifinal o compatriota e duas vezes medalhista olímpico Rafael Silva, o Baby. Venceu após três punições contra o adversário e se classificou para a final, na expectativa de conquistar o ouro em casa e, de quebra, desbancar o aparentemente invencível Teddy Riner.

Não aconteceu. Mesmo com o apoio da torcida brasileira para David, o francês mostrou por que é uma lenda viva e o maior nome do judô mundial na atualidade. Em apenas 20 segundos de combate, Teddy Riner aplicou um ippon e faturou mais uma medalha para a vasta coleção. Na saída do tatame, o campeão pediu aplausos para o brasileiro.

O francês, que conquistou o Mundial e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, se sente em casa quando luta em solo brasileiro. Após a luta, destacou a ambição por conquistas e pela classificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. “Estou feliz. Foi um grande dia. E é importante ter um dia assim para as Olimpíadas, porque eu quero a medalha de ouro. Não quero o bronze ou a prata. E quando se luta assim, é bom para o futuro”, pontuou.

Mesmo derrotado na final, David encontra aprendizado nas adversidades e destaca os pontos conquistados na corrida olímpica graças à prata na competição. “Toda derrota é aprendizado. Graças a isso, a gente procura evoluir. Judô é um xadrez que a gente joga com o corpo”, amenizou. “Foi um dia muito importante na busca pela vaga olímpica. Entrei com atitude de campeão e estou feliz com isso. Pretendo continuar lutando assim até o pódio olímpico, se Deus quiser.”

Na disputa do bronze na categoria peso-pesado, Rafael Silva perdeu para o russo Inael Tasoev por submissão e não conseguiu medalha.

152 lutas - Série invicta do fenômeno francês Teddy Riner nos tatames do judô.
 
 

Brasil ganha mais três medalhas


Mais três brasileiros chegaram ao pódio no terceiro dia de Grand Slam. Na categoria peso-pesado feminino (acima dos 78kg), teve dobradinha verde-amarela na final. A jovem Beatriz Souza, 21 anos, encarou a veterana Maria Suelen Altheman, 31, duas vezes vice-campeã mundial. E quem levou a melhor na decisão foi Beatriz, que nunca havia vencido a adversária em confrontos diretos e chegou ao primeiro ouro em Grand Slam.

No masculino, o brasileiro Rafael Buzacarini foi quem abriu as conquistas de medalhas no terceiro e último dia do Grand Slam de Brasília. O paulista de Barra Bonita, 28 anos, ficou com a prata na categoria meio-pesado. Ele perdeu para o japonês IIda Kentaro, 21, na final. “Um adversário duro, eu queria sair com o ouro, tem um gosto amargo, mas felizmente peguei uma medalha. É uma pontuação alta na corrida olímpica, sigo batalhando”, comentou.

Com isso, o Brasil somou 17 medalhas no Grand Slam de Brasília. Foram quatro ouros (Beatriz Souza, Ketleyn Quadros, Allan Kuwabara e Daniel Cargnin), nove pratas (Maria Suelen, David Moura, Rafael Buzacarini, Alexia Castilhos, David Lima, Eric Takabatake, Gabriela Chibana, Larissa Pimenta e Ketelyn Nascimento) e quatro bronzes (Maria Portela, Eleudis Valentim, Willian Lima e Rafaela Silva). Por ter sediado a competição, o Brasil teve direito a até quatro judocas por categoria.


*Estagiário sob a supervisão de Fernando Brito