O escândalo de corrupção em torno dos Jogos Olímpicos de Tóquio viveu um novo capítulo nesta quarta-feira (19/10) com a detenção, pela quarta vez, de um ex-dirigente da organização do evento, no marco de uma investigação sobre possíveis subornos.
Segundo documentos da Promotoria de Tóquio, Haruyuki Takahashi, de 78 anos, é acusado de receber 54 milhões de ienes (cerca de 360 mil dólares) em propinas pagas por uma grande agência de publicidade e por um fabricante de "produtos licenciados".
Os promotores o acusam de ajudar a ADK Holdings a conseguir um contrato de publicidade vinculado aos Jogos e de ter recebido em troca 47 milhões de ienes "consciente de que se tratava de una compensação".
Takahashi também teria recebido 7 milhões de ienes de uma empresa identificada pela imprensa japonesa como Sun Arrow, fabricante de pelúcias encarregada de produzir os mascotes dos Jogos Olímpicos.
Outras três pessoas, entre elas, o presidente da ADK, Shinichi Ueno, também foram detidas nesta quarta.
Takahashi foi detido pela primeira vez em agosto, suspeito de receber mais de 320 mil euros da rede de vestuário Aoki Holdings, após a assinatura de um contrato entre sua empresa e o grupo, que se tornou patrocinador oficial dos Jogos.
Ele é acusado de receber propinas em um valor total de 196 milhões de ienes (1,3 milhões de euros) de empresas como o grupo editorial Kadokawa e a agência publicitária Daiko.
Suspeitas de corrupção também rondam o processo de escolha de Tóquio como sede dos Jogos, realizados em 2021 devido à pandemia de covid-19.