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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Marcha, Pelé!

postado em 27/02/2014 08:47 / atualizado em 27/02/2014 08:49

Em fevereiro de 1959, Pelé, aos 18 anos, já havia sido campeão mundial pela primeira vez com a Seleção Brasileira, na Copa da Suécia (no ano anterior). Mesmo assim, não escapou da obrigação militar como qualquer jovem brasileiro. O Estado de Minas do dia 28 daquele mês trouxe a notícia de que o craque do Santos havia se apresentado ao 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizada (6º GAC), em Santos.

Arquivo EM


“Grande curiosidade despertou a apresentação de Pelé ao 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizada para prestação do serviço militar, tendo mesmo a polícia dificuldade de conter a multidão de curiosos. Depois de apresentar-se ao oficial do dia, Pelé, o recruta Edson Arantes do Nascimento, recebeu sua farda. Ao apontar no pátio fardado, provocou risos de oficias e praças. Parecia um estranho dentro do fardamento aquele que é tão conhecido dentro dos gramados. Mas Pelé, orgulhoso de sua farda, chegou até ao capitão Aurino de Araújo Pereira, fez a devida continência e colocou-se à sua disposição”, publicou o jornal.

Em sua autobiografia, Pelé confessa que procurou dois dirigentes do Santos que eram militares para tentar se livrar do serviço obrigatório, mas não conseguiu. Mesmo assim, tem boas recordações da época de militar: “No Exército, aprendi a importância de ter disciplina e a valorizar o quanto o meu país significa para mim”. Durante o período, Pelé teve de conciliar as obrigações militares com as de atleta profissional. “Fui o recruta número 210 do 6º GAC. Servi sob o comando do coronel Osman, um grande sujeito e um verdadeiro amante do futebol, mas muito exigente”, recordou o ex-jogador. “Felizmente, não exigiam muito trabalho de mim no quartel. Eu era um atleta, afinal, e tinha certas regalias, certos privilégios.”

NA SELEÇÃO MILITAR
Claro que Pelé fazia parte do time de futebol do quartel. Mas havia outros jogadores profissionais, citados pelo craque em sua biografia: Lorico, ex-Portuguesa e Vasco; Célio, do Jabaquara; e Lara, também do Jabaquara, que morreria de ataque cardíaco no jogo contra o Comercial, na Vila Belmiro, em 12 de julho de 1961. Em novembro de 1959, Pelé foi convocado para jogar pelo Brasil no Campeonato Sul-Americano das Forças Armadas – na decisão, contra a Argentina (Brasil 2 a 1), em General Severiano, Pelé foi expulso pela primeira vez na carreira.

Hoje, Romário e Túlio são criticados por suas contagens dos mil gols, mas na lista de Pelé estão incluídos os que marcou em sua passagem pelo Exército: foram seis partidas e 11 gols pelo time do 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizada e quatro jogos e três gols pela Seleção Brasileira das Forças Armadas, no período de agosto a novembro de 1959.