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Em alta com Tite, Brasil encara Venezuela em busca da liderança das Eliminatórias para Copa

Com melhor desempenho entre treinadores da Seleção nos jogos iniciais de Eliminatórias, gaúcho tem missão de manter os 100% em arrancada rumo ao Mundial

postado em 11/10/2016 10:20 / atualizado em 11/10/2016 10:27

AFP

Há pouco mais de um ano, a Seleção Brasileira deixava o gramado do Estádio Nacional de Santiago sob vaias depois de perder para o Chile, na estreia nas Eliminatórias Sul-Americanas. Em seguida, a equipe amargou resultados ruins, ficou fora da zona de classificação e ainda foi eliminada na primeira fase da Copa América, culminando na demissão de Dunga. Com Tite no comando, o astral é totalmente diferente e os resultados contribuíram muito para isso: três vitórias em três jogos. Pela primeira vez, o time verde-amarelo pode assumir a liderança destas Eliminatórias, caso vença a Venezuela hoje, às 21h30 (de Brasília), em Mérida, e o Uruguai tropece diante da Colômbia, em Bogotá.

Apesar de seu trabalho ainda estar no início, Tite vem sendo muito elogiado devido à postura tática de seus jogadores. Estreante em Eliminatórias, o gaúcho tem desempenho muito superior ao de seus antecessores. Em suas três primeiras partidas em 2001, por exemplo, o pentacampeão Luiz Felipe Scolari obteve apenas um triunfo (33,3% de aproveitamento). Em 1994, Carlos Alberto Parreira também só conseguiu vencer um dos duelos. Emerson Leão, em 2001, ganhou uma, empatou uma e perdeu outra. Vanderlei Luxemburgo (2001) e Dunga (2009) ao menos não foram derrotados nas três primeiras rodadas da competição – ambos conquistaram um resultado positivo e dois empates.

Tite afirma que jogar bonito é tão importante quanto conquistar os resultados satisfatórios: “É necessário ter um bom nível de atuação, pegar a bola e ir jogar, independentemente do que aconteça. Quando o resultado vem com bom desempenho, isso é muito forte, dá confiança ao grupo. Acho que, com 54% de aproveitamento, nós vamos nos classificar para a Copa. Mas é preciso ter um nível bom de desempenho”.

O treinador é a estrela numa equipe que estará sem Neymar, suspenso por causa do terceiro cartão amarelo. Em Natal, onde o Brasil goleou a Bolívia por 5 a 0, ele foi bastante exaltado pelos torcedores. No hotel da delegação, foi o mais procurado para fotos e autógrafos. “É injusto dizer que sou o maior responsável pela retomada dos resultados positivos. É um excesso de elogio. A idade me trouxe a lucidez para saber que trabalhamos em conjunto. É uma sequência de trabalho em que os atletas, a comissão e a torcida dão a condição de um grande jogo. Apenas faço parte disso”, afirma o comandante.

O Brasil fez ontem o único treino em Mérida. Foi uma atividade mais leve, já que os atletas estavam cansados. A viagem de Natal até a cidade venezuelana durou nove horas, com escala em Roraima – a aeronave precisou parar para reabastecimento. A equipe está definida. O volante Paulinho ocupa o lugar de Giuliano, depois de cumprir suspensão contra a Bolívia. E Willian será o substituto de Neymar, fazendo a função pela direita. Nesse caso, Philippe Coutinho mudará de lado, tal como atua no Liverpool. Oscar, que ficará na reserva, herdou a camisa 10 do atacante do Barcelona.

O atacante Gabriel Jesus, que já marcou três vezes na era Tite, entende que a força do grupo fará com que a Seleção não sinta a falta de Neymar: “A Seleção é muito coletiva hoje. Quando o coletivo aparece, o individual vai aparecer também. Temos de dar sempre preferência para o coletivo. Temos de jogar para o Brasil. Ninguém é protagonista. Temos de fazer o que a gente vem fazendo”.

MORAL BAIXO
Não bastasse o retrospecto ruim contra o Brasil – uma vitória, dois empates e 20 derrotas –, a Venezuela faz campanha inexpressiva, com 2 pontos. Por isso, o cenário não é muito otimista para esta noite. O técnico Rafael Dudamel espera ao menos repetir a atuação apresentada contra a Argentina, quando chegou a abrir 2 a 0 e empatou por 2 a 2, em Mérida. A equipe terá duas suspensões: o zagueiro Vizcarrondo e o lateral González.

Venezuela x Brasil


Venezuela: Hernández; Roseles, Ángel, Velázquez e Villanueva; Rincón, Figueroa, Juanpi e Guerra; Peñaranda e Rondón. Técnico: Rafael Dudamel


Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Fernandinho; Paulinho, Renato Augusto, Willian e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus. Técnico: Tite


Estádio: Metropolitano de Mérida
Horário: 21h30
Árbitro: Victor Carrillo (PER)
Assistentes: César Escano e Jonny Bossio (PER)

A primeira trinca
A sequência inicial dos últimos treinadores da Seleção nas Eliminatórias


Carlos Alberto Parreira (1993)

0 x 0 Equador (f)
0 x 2 Bolívia (f)
5 x 1 Venezuela (c)
44,4% de aproveitamento

Vanderlei Luxemburgo (2000/2001)
0 x 0 Colômbia (f)
3 x 2 Equador (c)
1 x 1 Peru (f)
55,5% de aproveitamento

Emerson Leão (2001)
1 x 0 Colômbia (c)
0 x 1 Equador (f)
1 x 1 Peru (c)
44,4% de aproveitamento

Luiz Felipe Scolari (2001)

0 x 1 Uruguai (f)
2 x 0 Paraguai (c)
1 x 2 Argentina (f)
33,3% de aproveitamento

Dunga (2007/2008)
0 x 0 Colômbia (f)
5 x 0 Equador (c)
1 x 1 Peru (f)
55,5% de aproveitamento

Tite (2016)

3 x 0 Equador (f)
2 x 1 Colômbia (c)
5 x 0 Bolívia (f)
100% de aproveitamento