
“Respeito todas as opiniões. Apenas explico: sou um ser humano, que tem emoções e gratidão. E tenho gratidão ao Corinthians e pelas pessoas com quem estava naquele momento (dirigentes do clube). Se fosse assim com o Santos, eu faria exatamente a mesma coisa”, justificou Tite, nesta segunda-feira, acrescentando que telefonou para Modesto Roma Júnior, presidente santista, e para o técnico Dorival Júnior com a intenção de se desculpar. “Queria que eles interpretassem aquilo como um ato humano, de quem não é máquina, de quem sente e vibra.”
Seja como for, Tite passou a agir de forma maquinal após comandar dois treinamentos da Seleção Brasileira em Itaquera. O treinador evitou como pôde externar a sua sensação de liderar o time nacional, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, no mesmo estádio onde se habituou a comandar o Corinthians.
Inicialmente, Tite também se controlou quando ouviu que já recebeu críticas por privilegiar jogadores com quem trabalhou no Corinthians. As convocações do volante Paulinho, autor de três gols na contundente vitória por 4 a 1 sobre o Uruguai, e do lateral direito Fagner, que substituirá o suspenso Daniel Alves contra o Paraguai, foram algumas das contestadas.
“Não posso responder. Tenho que respeitar as opiniões e mostrar o meu trabalho. Acompanhamos 56 jogadores, e a Seleção está aberta a todos. O momento do Fagner é bom. Se vocês não acham, podem criticar. Se querem colocar outro lado, vou fazer o quê?”, lamentou, antes de abdicar do conformismo. “Podem criticar um monte de coisas, mas, quando o cara fala para mim que convoquei porque o atleta é queridinho, não sabe o quanto me dói. Isso não é legal. É privilégio, e tenho muita responsabilidade para não dar privilégio para ninguém”, bradou, minutos mais tarde, o ídolo do Corinthians.