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"Ele (Tite) me ligou e disse: 'Eu não estou prometendo a você que vou te convocar, mas se eu fizer isso, você ainda estaria disposto a jogar pela seleção brasileira?'", contou Marcelo. "Aquele telefonema foi tudo para mim. Foi a primeira vez que eu recebi um telefonema de um técnico da seleção brasileira, e olha que faz 10 anos que eu jogo pela seleção. Eu mataria pelo Tite."
Com Marcelo e Tite, o Brasil passou a viver um de seus melhores momentos nos últimos anos e foi a primeira seleção das Eliminatórias a garantir vaga na Copa do Mundo. São 10 jogos de invencibilidade - nove vitórias e um empate - na competição desde a saída de Dunga, e o retrospecto deixa o lateral confiante sobre a possibilidade de título na Rússia no ano que vem.
"Na Copa do Mundo de 2018, a seleção brasileira está voltando. Escreva o que estou te dizendo. Coloque um selo e mande pelo correio para si mesmo. Com o Tite como nosso técnico, eu sinceramente acredito que podemos colocar a bandeira brasileira de volta ao posto mais alto. Eu posso te dizer que ele é uma pessoa fenomenal", escreveu.
A provável ida à segunda Copa da carreira será a consagração de uma carreira que explodiu muito cedo. Com apenas 18 anos, Marcelo deixou o Fluminense enquanto ainda buscava seu espaço entre os titulares e assinou com o Real Madrid. A transição não foi fácil e o clube chegou a tentar emprestá-lo para que adquirisse mais experiência, mas o lateral insistiu na permanência e teve em outro brasileiro o apoio necessário para se adaptar à nova realidade.
"O Roberto Carlos caminhou comigo no primeiro dia e disse: 'Aqui está o meu número de telefone. No caso de você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, você me liga'. No meu primeiro Natal em Madri, ele convidou minha esposa e eu para irmos à casa dele com toda sua família. O cara é meu ídolo e nós estávamos disputando a mesma posição. A maioria dos caras não teria feito aquilo para um moleque mais jovem, mas era o Roberto Carlos. Ele é confiante. Este é o sinal de um homem de verdade."
Marcelo também falou de importância de nomes como Ronaldo e Romário, seus ídolos, para a sua evolução no futebol e disse que quer repetir o gesto do herói do tetra e voltar da Rússia na janela da cabine do avião, com o hexa garantido, como Romário fez no retorno dos Estados Unidos em 1994.
Mas entre todos os seus heróis, o lateral falou da importância de um familiar para sua carreira. Marcelo contou que seu avô foi seu maior incentivador e chegou a vender o carro - só compraria outro após ganhar no jogo do bicho, segundo o lateral - para bancar as despesas dos treinamentos. O avô também foi fundamental para que o então jovem da base do Fluminense não desistisse de tudo.
"Um dia, eu disse a meu avô: 'Chega, eu vou desistir e voltar pra casa'. Ele disse: 'Você não vai fazer isso. Depois de tudo que nós lutamos?'", lembrou. "Então, ele começou a chorar: 'Marcelo, fique calmo. Você não pode desistir agora. Eu tenho que ver você jogando no Maracanã um dia'. Dois anos depois, eu entrei no gramado do Maracanã pelo time principal do Fluminense com meu avô assistindo nas arquibancadas. Ele sabia. Ele apostou em mim desde o começo, e ele simplesmente já sabia."