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Carol Solberg classifica fala de Wallace sobre presidente como criminosa

Atleta foi julgada por tribunal esportivo por ter gritado 'fora, Bolsonaro' após vencer torneio; ela afirma que ação do jogador foi 'grave e criminosa'

31/01/2023 22:09 / atualizado em 01/02/2023 09:48
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Em setembro de 2020, a jogadora foi denunciada ao STJD do vôlei por protestar contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL)
foto: Divulgação/CBV

Em setembro de 2020, a jogadora foi denunciada ao STJD do vôlei por protestar contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL)

 

A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg classifica como "grave e criminosa" a atitude do jogador de vôlei Wallace Souza de fazer uma enquete no Instagram perguntando se "alguém daria um tiro de 12 na cara do [presidente] Lula [PT]". O atleta apagou a postagem e se desculpou posteriormente.

 

"Além de ser muito grave e criminoso, é totalmente irresponsável incitar a violência contra qualquer pessoa e, principalmente, contra um presidente eleito democraticamente", diz ela à reportagem. Carol está em Doha, no Catar, onde participou de um torneio de vôlei.

 

Em setembro de 2020, a jogadora foi denunciada ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do vôlei por protestar contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, Carol gritou "fora, Bolsonaro" durante uma entrevista ao vivo, após uma partida do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Saquarema (RJ).

 

Na época, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) também emitiu uma nota de repúdio contra a manifestação feita por Carol.

 

"Eu fui perseguida, julgada e vivi coisas horríveis apenas por me manifestar contra o ex-presidente, por não me calar vendo um genocídio acontecer propositadamente ou ver ele agir como agiu durante uma pandemia", diz a atleta à reportagem. Carol foi absolvida meses depois pelo plenário do STJD.

 

"É muito grave o que aconteceu agora, e acho que a CBV precisa ser responsável em avaliar esse caso e não deixar que coisas como essa aconteçam novamente", completa.

"Posicionamento político é muito diferente de ameaça à vida", diz. "E o atleta é um cidadão como outro qualquer e deve responder às leis como os outros", conclui.

 

Sobre a atitude de Wallace, a CBV disse nesta terça (31) que "repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade".

 

Após a repercussão, a diretoria do Cruzeiro anunciou o afastamento e a suspensão por tempo indeterminado do jogador na equipe.

Post no Instagram

 

Wallace, que nunca escondeu ser apoiador de Bolsonaro (PL), fez uma série de posts nos Stories do Instagram no clube de tiro Delta, em Belo Horizonte, na segunda-feira (30).

Entre as publicações ele aparece segurando uma arma e, em seguida, publicou a enquete sobre quem daria um tiro na cara de Lula.

 

A atitude de Wallace foi condenada por vários internautas, políticos e ex-atletas como a ex-jogadora de vôlei e ministra do Esporte Ana Moser e a ex-nadadora Joana Maranhão.

 

Nessa terça (31), ele publicou um vídeo no Instagram admitindo que errou e pediu desculpas. "Quem me conhece sabe muito bem que eu jamais incitaria a violência em hipótese alguma, contra qualquer pessoa e principalmente o nosso presidente."

 


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