O Atlético goleou o Sport Boys por 5 a 2, resultado que não traduziu o que foi a partida. Recebi centenas de mensagens concordando com minha opinião, pois sabemos que boa parte da imprensa trabalha com a camisa do Galo por baixo da roupa e não mostra ao público a realidade dos fatos. Ganhou, faturou três pontos, mas fez uma péssima partida. Achou um gol na falha do goleiro boliviano, tomou a virada, até que aos 20min do segundo tempo a sorte entrou em ação. Marcou dois gols em lances em que a bola desviou nos zagueiros e sobrou para Fred, por puríssima sorte, se aproveitar da falta de pernas do adversário. Confesso que o Sport Boys me surpreendeu. Time muito bem treinado, com toque de bola – não a rifou em momento algum – e que vai dar trabalho ao alvinegro no jogo de volta, provavelmente em La Paz, já que seu estádio é muito acanhado e não tem condições de receber jogos desse porte na Libertadores.
Meu seguidor no Instagram @jairorpimenta concorda que o Galo não jogou bem e que ainda não engrenou. Porém, me diz que não concorda com o fator sorte, justamente por ter feito cinco gols. Disse também que não vê nenhum time se sobressaindo na Libertadores, e que o nervosismo do primeiro jogo dentro de casa pesou. Ok, meu caro Jairo, respeito sua opinião, mas não concordo. O Atlético não tem organização, não tem um homem que crie jogadas, tem uma defesa fraca e um goleiro inseguro. Roger Machado, até aqui, não mostrou nada de novo e o time me parece mais um bando, resolvendo os jogos contra equipes fracas, como a de quinta-feira, na garra e nos gols de Fred, que realmente está voando e com muita sorte. Vejam que até aqui só fez gols contra equipes de terceira linha do futebol mineiro e do exterior. E olha que sou fã dele.
Vejo até alguns dizendo que o Fred deve voltar para a Seleção, aos 33 anos. Não acredito. Ele foi um fiasco na Copa do Mundo do Brasil. É artilheiro, sabe pôr a bola para dentro, mas seu tempo no time canarinho passou. Quero vê-lo balançando as redes nos grandes jogos desta temporada. Pelo potencial que tem, pelo time que é, pelas conquistas que teve de 2013 para cá, o Atlético está muito aquém do esperado. Estou preocupado e discordo daquela máxima de que se “não é sofrido, não é Galo”. Não gosto disso.
Deveria ter sido uma vitória suave e tranquila, pois o adversário, cá pra nós, era apenas o Sport Boys, da Bolívia, não o Boca Juniors. E olha que o grupo do Galo é dos mais fracos da competição, com Godoy Cruz, Libertad e o próprio Sport Boys. Não sou atleticano, todos sabem, e aprendi na universidade que quando trabalhamos não devemos vestir camisa alguma. A paixão e o amor pelo clube deve ser deixado de lado. É o que faço quando o meu Flamengo joga. Mas há os que gostam de iludir, enganar ou se enganar. Se o torcedor atleticano está satisfeito com o que está vendo, que continue na ilusão, pois o resultado, lá na frente, não será nada bom.
Já disse que repito: Cazares e Otero são dois engôdos. Absolutamente normais, de médios para baixo. Não são e não serão solução para nada. Não criam absolutamente nada, não produzem. São até habilidosos, como são as focas de circo, nada mais. E vai aqui uma sugestão: contratem um zagueiro de qualidade, pois esse Gabriel não dá. Inseguro e frágil. São muitos os problemas do Atlético neste começo de temporada e, felizmente, os jogos estão sendo no caldeirão do Horto. Fosse em outro estádio, eu temeria, pois o futebol não está para Mineirão e sim para um campo mais acanhado.
Estou alertando porque gostaria de ver o Galo praticando futebol de primeira. Já se vão quatro meses do ano e isso que estamos vendo é preocupante. O time pode até ter alma e raça, mas sem futebol de qualidade não se ganha taças. Sei que para a maioria vale mesmo os três pontos e uma possível classificação. Mas é inadmissível em dois jogos o Atlético passar sufoco contra Godoy Cruz e Sport Boys. Não é esse o futebol que estamos acostumados a ver.