
Rodrigo Santana está buscando seu espaço, mostra-se humilde. Não faz milagre, mas está conseguindo um bom trabalho com o grupo limitado que tem. O mesmo grupo que Levir Culpi tinha em mãos e que fez um estrago gigantesco. Não tenho como avaliar um técnico por 10 jogos. É muito pouco. Porém, se ele está merecendo seu espaço, que o torcedor e a diretoria o apoiem. Só não quero, em caso de mais duas derrotas no Brasileirão, que digam que ele é péssimo, que não deveriam tê-lo mantido. Ou a diretoria aposta no trabalho dele, dando tempo para realizar o trabalho, ou então que busque um técnico no exterior, porque no Brasil existem poucos bons, e os bons estão empregados. Aliás, não cabem numa palma da mão. Tem o Renato Gaúcho, o Sampaoli, o Cuca, o Vanderlei e só.
O futebol brasileiro está muito errado. Paga salários de Europa num país com economia quebrada e estagnada. Tem jogador ganhando R$ 1,5 milhão por mês. Ricardo Goulart, que ganhava R$ 4 milhões por mês na China, foi para o Palmeiras ganhando outra fortuna. Não conseguiu jogar, passou por cirurgia e acabou rescindindo o contrato. Não deu tanta repercussão porque o time paulista está por cima da carne seca, com um patrocinador que ganha dinheiro fácil e joga pela janela da mesma maneira. Como pode um jogador medíocre como Luan ganhar R$ 400 mil mensais? E o torcedor, carente que é, acha que ele é útil ao time. Dá “oitocentos passes para trás, carrinho com a bola saindo pela lateral e outras coisas mais”. O futebol está cheio desses enganadores, ganhando fortunas.
Não vejo um dirigente falar em investir nas divisões de base, contaminadas por empresários inescrupulosos que “compram o passe do menor, ainda em sua própria casa”. Não vejo gente competente trabalhando nas categorias de base dos clubes. Vejo amigos dos dirigentes, que nunca deram um chute na bola e querem holofote e fama. Outros querem mesmo é ganhar dinheiro nas transações obscuras. O futebol brasileiro precisa ser repensado, sob todos os aspectos. Os poucos bons jogadores que surgem são negociados ao exterior por bagatelas. Não criam nem identidade com os torcedores. Os clubes, de pires na mão e reféns das cotas de TV, se sujeitam a jogar sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Além disso, as cotas são diferentes, ao ponto de Flamengo e Corinthians receberem 20 vezes mais que o Avaí, por exemplo. Por que não pegar 50% e dividir em partes iguais entre os 20 clubes, premiando com os outros 50% os melhores? É assim que acontece nos países sérios, onde o futebol é dirigido por empresas, que põe CEOs para comandar as instituições. Deu resultado técnico e financeiro, é mantido. Não deu, é rua. O futebol precisa ser tratado com a seriedade que é tratada uma empresa. Tirando a paixão dos torcedores, que é um amor diferente, o resto é mesmo uma empresa, que tem que dar títulos e lucro!