
Sem tomar conhecimento do adversário, o Atlético se prepara para o primeiro duelo na casa do Cruzeiro, o Mineirão, para provar ao seu torcedor que a boa fase no Brasileirão antes da parada para a Copa América vai continuar. O Galo é uma grata surpresa, na parte de cima da tabela e, embora seja a Copa do Brasil uma competição diferente, em formato mata-mata, o time alvinegro quer avançar, abocanhar mais uma boa quantia em dinheiro e, é claro, chegar à semifinal. Desde o começo do ano eu digo que o Atlético é igual a pelo menos 15 equipes do futebol brasileiro. Pus Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro acima dele. Porém, o time azul em nenhum momento confirma essa expectativa. Ao contrário, está no Z-4 e com problemas graves e sérios para resolver. Pode ter mais time no papel, mas se não põe a bola na casinha, nada feito. Mano Menezes, que é honesto e bom treinador, gosta do futebol praticado no Sul, com retranca e marcação forte. Uma característica que nunca foi a marca do time azul. Como ganhou duas Copas do Brasil, o torcedor tem aceitado, mas nessa temporada reclamado bastante.
O nível da Copa América, vencida pelo Brasil domingo, mostrou que o futebol por estas bandas anda carente e deficiente. Nem mesmo o campeão foi capaz de produzir um futebol que nos encantasse. Somente parte da imprensa “baba-ovo” do Tite achou tudo lindo e mascarou os erros. Uma equipe que empata com Venezuela e Paraguai e que teve dificuldades contra a Bolívia no primeiro tempo não pode ser tachada de grande time. Porém, é o que temos por aqui. Eu não me contento somente com isso. Gosto da arte, do gol. Sei que a juventude acha que o que vale é ganhar, ainda que de forma feia. Minha geração, que se acostumou com os olhos, jamais irá aceitar a remela. Vimos os grandes times e os grandes craques. Sei que o futebol moderno é isso que estamos vendo. A bola rolando 50 minutos, pancadas para todos os lados e uma falta de criatividade que dá dó. Que Atlético e Cruzeiro contrariem tudo isso e que possam, nos dois jogos, dar um espetáculo melhor. A única vantagem é que um dos dois estará representando o estado numa semifinal, com chances de voltarmos a fazer uma final da competição. Que vença aquele que procurar o gol, que jogar bonito, que privilegiar a arte. Em tempos sombrios na política e no futebol, é preciso alguma coisa que nos tire dessa inércia. E desta vez, ao contrário das anteriores, não vou apontar favorito. Não por ser clássico, pois essa frase feita não me pega, e sim porque, com a parada da Copa América, não sei em que estágio as duas equipes voltarão. Bom jogo, torcedor, na paz, por favor. Lembrem-se de que é apenas uma partida de futebol, “a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida”.