Porém, no segundo tempo o Galo foi melhor, criando as maiores chances de gols. Pena que as equipes tenham sido muito pobres nos primeiros 45 minutos. O segundo tempo valeu por ter sido mais aberto, pelo fato de as duas equipes procurarem mais o gol. Flamengo e Atlético mostraram o que poderão fazer nesta competição e, pelo que vi, acredito que vão disputar o título.
O Flamengo carece de um substituto para Diego, o grande articulador de jogadas, que fez pequena cirurgia no joelho e só deve voltar em 30 dias. No Galo, Otero e Cazares começam a encontrar espaço. Porém, pelo que vimos ontem, é mesmo um ou outro, e na tarde de ontem Cazares foi melhor ao substituir o venezuelano no segundo tempo.
O Atlético começou marcando bem, porém, sem nenhuma força ofensiva. Guerrero, Matheus Sávio e Berrio se movimentavam muito, tentando furar o bloqueio defensivo. O jogo era muito preso ao meio-campo, e os goleiros praticamente não trabalhavam. E foi lá pelos 25 minutos que Matheus Sávio dominou pela esquerda e cruzou. Guerrero entrou dividindo com Felipe Santana, a bola tocou no solo e Victor falhou. Flamengo 1 a 0.
Em seguida, em seu único chute a gol, Otero cobrou falta, a bola fez uma curva e Muralha defendeu firme. O Galo pouco produzia e começava a dar espaços. O Flamengo foi se aproveitando e criando situações. Na melhor delas, Berrio fez fila, entrou na área e, diante de Victor, em vez de chutar tentou servir Guerrero e a zaga alvinegra cortou. Praticamente o primeiro tempo se resume a isso. Muito pouco para um clássico de tanta tradição e rivalidade. Como escrevo sempre, o futebol brasileiro moderno é isso. Não temos mais Zico e Reinaldo.
Galo melhor
O segundo tempo começou quente. O Galo perdeu dois gols, em lances em que Rafael Vaz salvou o rubro-negro. A entrada de Cazares deu outra vida ao Atlético, mas também expôs mais a defesa. Era outro jogo, muito mais solto, mais emocionante e com muitas chances criadas. E num contra-ataque, a defesa do Flamengo errou, Fred viu uma brecha, tocou para Elias, que chutou forte no ângulo: 1 a 1.
O Atlético já fazia por merecer pelo que fazia na fase final. O Galo era melhor e criava inúmeras situações. O jogo era muito bom e o torcedor ganhava com isso. Zé Ricardo resolveu lançar o garoto de R$ 150 milhões, Vinícius Júnior, de apenas 16 anos, que, segundo a imprensa de Madri, está contratado pelo Real Madrid. No pouco tempo que jogou, nada mostrou.
O jogo era franco e aberto, mas era nítida a melhor performance do Galo, que foi bem superior no segundo tempo. A última grande chance ocorreu com Cazares, que chutou por cima do gol. O empate acabou sendo justo, pelo que cada equipe fez em um tempo do jogo. É apenas o primeiro de 38 jogos até dezembro. Mas, pelo que a gente conhece de futebol, essas duas equipes, a exemplo do ano passado, deverão lutar pela taça até a última rodada. Ontem, o empate foi um resultado justíssimo.
Cruzeiro
Vivendo momento ruim – acho que tem algo errado no grupo ou com o técnico, pois não é possível a equipe cair tanto, como caiu nos últimos três jogos –, o Cruzeiro estreia no Brasileirão hoje, no Mineirão, diante do São Paulo. Uma vitória será fundamental para acalmar os ânimos, pois o torcedor anda ressabiado com o técnico Mano Menezes. Acho que ele faz bom trabalho, mas suas equipes são econômicas nos gols, e ele não é um cara que ganha títulos com frequência.
O Cruzeiro foi buscar no Palmeiras Rafael Marques, como solução para o ataque. Vale lembrar que é um centroavante daqueles paradões, que esperam a bola chegar. Não se movimenta muito. Maike se despediu do clube na negociação e foi para o alviverde. Continuo achando que o Cruzeiro tem excelente grupo, mas precisa engrenar e dar sequência ao bom começo.
Por isso, digo e escrevo que o Campeonato Mineiro e os primeiros jogos da Copa do Brasil só servem para iludir o torcedor. Fazer 6 a 0 no Bambala e Arimateia é fácil. O problema é pôr a bola na casinha nos grandes jogos e atuar bem. Lembro que o campeonato por pontos corridos tem uma decisão a cada jogo, e pontos perdidos no começo são irrecuperáveis, principalmente contra equipes pequenas, o que não é o caso hoje. Que o torcedor vá ao Mineirão, cobre e apoie na mesma medida. Com educação e paz.
