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COLUNA DO JAECI

Derrota vergonhosa do Atlético; Cruzeiro inconstante e sem poder de ataque

Atlético volta à zona de rebaixamento e precisa repensar muita coisa. Um técnico que não conseguiu nada até agora; time sem esquema, sem qualidade

postado em 15/06/2017 12:00 / atualizado em 15/06/2017 09:38

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press -  MARCELLO ZAMBRANA/AGIF/ESTADAO CONTEUDO

Foi o primeiro tempo de um time só. O Galo pressionou o Atlético-PR do começo ao último minuto do primeiro tempo, mas não conseguiu marcar. O goleiro Victor foi um espectador privilegiado. Nem sequer sujou o uniforme nessa etapa, pois o time paranaense jogava pelo empate, sem iniciativa no ataque, sem qualquer objetividade. O meio-campo do Galo estava mais criativo com Valdívia. Elias aparecia como aquele homem surpresa e teve duas boas chances para marcar. Robinho também movimentou-se muito e ajudou na criação das jogadas. Perdeu um gol incrível diante do goleiro, chutando por cima. E para melhorar ainda mais o lado atleticano, Lucho Gonzalez foi expulso aos 39 minutos de jogo. Se o time do Paraná não atacava, com um homem a menos recuou ainda mais, deixando espaços para o time mineiro. Por sorte de Eduardo Baptista e seus comandados, a primeira etapa terminou com o 0 a 0, e ele teria tempo para ajustar seu time no vestiário. Roger Machado também tinha uma grande chance de acertar mais a equipe e entrar no segundo tempo com o poder de decisão e a marcação dos gols.

Mas isso não ocorreu. Nem com um homem a mais o Galo foi eficiente. Mostrou futebol medíocre e, para piorar, Roger tirou Valdívia, que jogava bem, para pôr Otero. Aí, acabou a criação de jogadas. O Atlético-PR defendia-se com uma raça incrível e esperava uma bola para tentar a vitória. E essa bola veio quando o fraquíssimo Felipe Santana recuou para Victor, mas no meio do caminho havia Sidcley, que dominou e tocou na saída de Victor para fazer o gol da vitória: 1 a 0. A torcida, revoltada, gritou “vergonha”, chamou Roger Machado de “burro”, e saiu irada. O Atlético volta à zona de rebaixamento e precisa repensar muita coisa. Um técnico que não conseguiu nada até agora, um time sem esquema de jogo, sem qualidade, sem absolutamente nada. Uma vergonha, realmente. Não adianta uma equipe dominar, ter mais posse de bola e não fazer gols. E vai aqui um aviso: nome não ganha jogo, nem salários irreais. O que ganha jogo é técnico de qualidade, jogadores comprometidos com a camisa e com o clube, e qualidade, acima de tudo.


Cruzeiro irregular

O Cruzeiro conheceu sua terceira derrota no Brasileirão, ao ser derrotado pelo Corinthians, no estádio da Vergonha, Itaquerão, mantendo sua irregularidade. O time de Mano Menezes não criou absolutamente nada no primeiro tempo, sofreu o gol de Balbuena, no finzinho dessa fase, e não conseguiu empatar no segundo tempo, embora tenha criado mais situações depois da entrada de Alisson e a saída de um volante, Henrique. O time continua inconstante, sem poder de ataque, sem muita objetividade.

O primeiro tempo foi muito disputado no meio-campo. Os goleiros não trabalharam, pois os chutes a gol eram raros. O Cruzeiro não tinha nenhum poder de criação. Se Thiago Neves foi contratado para isso, até aqui não disse a que veio. O Corinthians, líder do Brasileirão, sentia falta de Rodriguinho e Fagner, que serviram à Seleção Brasileira nos amistosos na Austrália. Por isso mesmo, também não conseguia criar. Ábila lutava sozinho, isolado. Os laterais pouco produziam, e o Cruzeiro não tinha a menor força ofensiva.

Quando tudo indicava que o empate seria o resultado do primeiro tempo, surgiu um escanteio para o Timão. Jádson bateu, Balbuena subiu sozinho na pequena área e, de cabeça, fez 1 a 0, mantendo até aquele momento a liderança e a invencibilidade do time paulista. Veio o segundo tempo e com ele Alisson, uma arma em velocidade e dribles para o Cruzeiro. O Corinthians mantinha sua postura firme. E em pouco tempo o time azul criou mais situações do que criara na etapa inicial. Na melhor delas, escanteio cobrado, Ábila, sozinho, cara a cara com Cássio, chutou para fora, perdendo um gol incrível.

O troco corintiano veio em seguida, com duas cabeçadas de Pablo e duas belíssimas defesas de Fábio. Aliás, parabéns ao presidente Gilvan, que disse que Fábio é inegociável. Ídolo, excelente caráter e um goleiraço. E o Cruzeiro teve mais ritmo, mais jogadas e mais chances, melhorando no segundo tempo. Ábila ainda foi puxado dentro da área por Pablo, mas o árbitro Pedro Vuaden preferiu ignorar. E a última chance esteve nos pés de Sobis, mas Cássio fez uma grande defesa. O resultado mantém o Corinthians invicto e na ponta da competição. O Cruzeiro, se quiser sonhar com o penta, tem de ser mais regular, mais produtivo e, acima de tudo, mais competente.

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