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COLUNA DO JAECI

O 'Sim' vai en­ter­rar de vez pas­sa­do som­brio do Ga­lo

O con­se­lho de­li­be­ra­ti­vo do Atlé­ti­co te­rá, no vo­to aber­to, a chan­ce de fi­car na história. Ca­da um que dis­ser sim à cons­tru­ção do es­tá­dio fi­ca­rá com o no­me eter­ni­za­do

postado em 10/09/2017 11:49 / atualizado em 10/09/2017 11:53



En­quan­to uma meia dú­zia de con­se­lhei­ros ten­ta bre­car a apro­va­ção da cons­tru­ção da Are­na do Ga­lo, o Fla­men­go ten­ta co­piar o mo­de­lo e já fa­la em ter tam­bém a sua ca­sa pró­pria. Já as­si­nou a op­ção de com­pra de um ter­re­no de 160 mil me­tros qua­dra­dos na Ave­ni­da Bra­sil, Rio de Ja­nei­ro, e es­ti­ma o cus­to da obra em R$ 420 mi­lhões. Di­ver­gir é di­rei­to de to­dos, o que não po­de ocor­rer é al­guém, em be­ne­fí­cio pró­prio, que­rer bar­rar uma obra de ta­ma­nha gran­de­za, que vai dar ao Atlé­ti­co sua in­de­pen­dên­cia fi­nan­cei­ra. Es­ta­mos a uma se­ma­na de o con­se­lho de­li­be­ra­ti­vo do al­vi­ne­gro di­zer sim à obra, e al­gu­mas aves de mau agou­ro, tor­cem pa­ra não dar cer­to. An­dei con­ver­san­do aqui e ali e per­ce­bi que a maio­ria es­ma­ga­do­ra dos con­se­lhei­ros apro­va­rá a obra. Pa­ra is­so, po­rém, é pre­ci­so pre­sen­ça ma­ci­ça. A abs­ti­nên­cia, au­sên­cia de con­se­lhei­ros, po­de com­pro­me­ter a vo­ta­ção. Su­gi­ro à di­re­to­ria al­vi­ne­gra que po­nha mo­to­ris­tas e car­ros à dis­po­si­ção dos con­se­lhei­ros, pa­ra que vo­tem a apro­vem a maior obra da his­tó­ria do clu­be. O dia 18 de se­tem­bro po­de fi­car na his­tó­ria, des­de que ha­ja pre­sen­ça da­que­les que amam o clu­be de ver­da­de. E, co­mo o vo­to se­rá aber­to, os tor­ce­do­res sa­be­rão quem vo­tou con­tra ou a fa­vor da cons­tru­ção do es­tá­dio. Na mi­nha vi­são, vo­tar con­tra é vo­tar exa­ta­men­te con­tra o clu­be, que al­guns di­zem que amam. Es­tá mais do que pro­va­do que a obra se­rá a re­den­ção do clu­be. Quem ain­da não se in­tei­rou do as­sun­to tem mais se­te dias pa­ra fa­zê-lo.

O Atlé­ti­co é clu­be de fu­te­bol e não ad­mi­nis­tra­dor de sho­p­ping. E olha que ain­da vai fi­car com 49% do Dia­mond Mall. É mui­to tris­te ver gen­te que per­deu a vi­da in­tei­ra no Ga­lo, que pôs o clu­be no bu­ra­co, que­rer ago­ra me­lar uma ne­go­cia­ção que re­pre­sen­ta­rá a re­den­ção do clu­be. Os tem­pos dos abu­tres, dos ex­plo­ra­do­res do Ga­lo, aca­ba­ram. A his­tó­ria ago­ra é ou­tra, co­man­da­da pe­lo maior pre­si­den­te do clu­be, Ale­xan­dre Ka­lil, que pôs o Atlé­ti­co num pa­ta­mar de con­quis­tas, vi­tó­rias e gran­de­zas. Não há mais es­pa­ço pa­ra der­ro­ca­da, pa­ra cam­pa­nhas pí­fias, pa­ra o ti­me fi­car an­dan­do de mu­ni­cí­pio em mu­ni­cí­pio, pro­cu­ran­do um lu­gar pa­ra trei­nar. Não. O Atlé­ti­co mu­dou, e pa­ra me­lhor. É clu­be de uma gran­de­za ini­ma­gi­ná­vel. E os que que­rem cons­truir o es­tá­dio es­tão pen­san­do jus­ta­men­te em au­men­tar es­sa gran­de­za, em tor­nar o clu­be au­tos­su­fi­cien­te em re­cei­tas, in­de­pen­den­te, com ca­pa­ci­da­de de for­mar ver­da­dei­ros es­qua­drões. O es­tá­dio, a ca­sa pró­pria, vai per­mi­tir is­so.

Se o ne­gó­cio fos­se ruim, o pre­fei­to Ale­xan­dre Ka­lil se­ria o pri­mei­ro a bo­tar a bo­ca no trom­bo­ne. Olhem a ges­tão que ele es­tá fa­zen­do em BH. De pri­mei­ra li­nha, com­pro­me­ti­do com o po­vo po­bre, me­lho­ran­do es­co­las, hos­pi­tais, se­gu­ran­ça. Ka­lil es­tá dan­do um ba­nho nos seus an­te­ces­so­res, mos­tran­do que, pa­ra fa­zer, bas­ta que­rer. En­tão, se ele apoia a cons­tru­ção da are­na, é por­que sa­be que seu clu­be se­rá o gran­de be­ne­fi­cia­do. De­pois do que vi Ka­lil fa­zer no Atlé­ti­co e es­tá fa­zen­do na pre­fei­tu­ra, con­fes­so, pa­ra usar uma me­tá­fo­ra, que se ele me man­dar pu­lar de um pré­dio de 20 an­da­res, eu pu­lo, por­que sei que se­rá bom ne­gó­cio. O ca­ra não er­ra. É com­pro­me­ti­do com a ver­da­de, com a sin­ce­ri­da­de, coe­rên­cia e éti­ca. Se a cons­tru­ção do es­tá­dio fos­se pre­ju­di­cial ao clu­be, ele se­ria o pri­mei­ro a gri­tar e a ser con­tra a obra.

O Atlé­ti­co tem um gru­po éti­co, cor­re­to, tra­ba­lha­dor, que na­da ga­nha do clu­be. Se es­se gru­po diz que a cons­tru­ção da are­na se­rá a re­den­ção do al­vi­ne­gro, não há o que du­vi­dar. E es­tou bem a ca­va­lhei­ro pa­ra dar opi­nião, pois não sou atle­ti­ca­no, e sim ana­lis­ta de fu­te­bol e das coi­sas que ocor­rem no es­por­te bre­tão. Fi­quei fe­liz em sa­ber que o Fla­men­go quer co­piar o mo­de­lo do Ga­lo. Já dis­se que eu não que­ro tí­tu­los ago­ra, que­ro um es­tá­dio. E com ele, aí, sim, o meu Fla­men­go vai ga­nhar mais tí­tu­los ain­da do que os que já tem. O con­se­lho de­li­be­ra­ti­vo do Atlé­ti­co te­rá, no vo­to aber­to, a chan­ce de fi­car na his­tó­ria. Ca­da um que dis­ser sim à cons­tru­ção do es­tá­dio fi­ca­rá com o no­me eter­ni­za­do en­tre os que real­men­te pen­sam e que­rem o bem do clu­be que amam. Os con­trá­rios, com cer­te­za, se­rão os mes­mos que vi­mos no pas­sa­do afun­dan­do o clu­be. Sa­ber que o Atlé­ti­co tem um gru­po sé­rio e ven­ce­dor de­ve cor­roer es­ses atra­sa­dos, que ja­mais ga­nha­ram na­da. Pa­ra eles, quan­to mais a ins­ti­tui­ção es­ti­ver afun­da­da em dí­vi­das, sem ga­nhar na­da, me­lhor. As aves de mau agou­ro sem­pre tor­cem pe­lo pior. Mas não vão ven­cer. O Sim se­rá a pa­la­vra fi­nal dos con­se­lhei­ros que amam o Atlé­ti­co e que sa­bem que a Are­na do Ga­lo co­lo­ca­rá o clu­be no pa­ta­mar das maio­res equi­pes do mun­do. Por­tan­to, ca­ros con­se­lhei­ros, o vo­to é Sim!

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