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COLUNA DO JAECI

Nem taça, nem os R$ 3 milhões

Resta ao Atlético brigar por vitórias no Brasileirão (...) e os principais jogadores mostrarem um futebol melhor do que esta mediocridade que temos visto

postado em 05/10/2017 15:30

Bruno Cantini/Atlético

O Londrina é o campeão da Primeira Liga. Derrotou o Atlético por 4 a 2, nas penalidades, no Estádio do Café, e deixou sua torcida em êxtase. O jogo foi muito ruim nos 90 minutos, como tem acontecido nas decisões Brasil afora. Mas, nos pênaltis, o time paranaense foi mais competente e faturou a taça. Resta ao Atlético brigar por vitórias no Brasileirão para tentar chegar entre os sete primeiros e garantir uma vaga na Libertadores do ano que vem. Para isso, porém, terá que melhorar muito, da água para o vinho, e os principais jogadores mostrarem um futebol melhor do que esta mediocridade que temos visto.

O primeiro tempo foi do Londrina, com mais posse de bola, mais qualidade, principalmente por parte do baixinho Arthur. O Galo melhorou na etapa final, porém, muito aquém do que se espera de um time com tantas estrelas. Aliás, estrelas apagadas, que ganham fortunas e não correspondem em campo. Os goleiros pouco trabalharam. Uma grande defesa de Victor, no primeiro tempo, num chute de fora da área de Negueba, e nada mais. Uma pena que o futebol brasileiro esteja tão pobre e, com toda essa mediocridade, não poderíamos ter outro fim que não fosse a decisão por pênaltis.

O Londrina começou batendo com Gilmar e fez 1 a 0. Fábio Santos empatou. Édson Silva bateu e fez 2 a 1. Robinho bateu com categoria, 2 a 2. Airton fez 3 a 2. Clayton bateu e perdeu.  Dirceu fez 4 a 2. Rafael Moura bateu e também perdeu. Londrina campeão da Primeira Liga, por merecimento, já que ganhou a taça de forma invicta. Que fase a do Galo. Não consegue ganhar nem de um time que não frequenta a elite há anos. É preciso uma reformulação total no Atlético para 2018. Antes, porém, tem que se garantir da Primeirona.

Bolívia e Europa

Conforme antecipei aqui neste espaço, o Brasil vai enfrentar a Inglaterra em 14 de novembro, em Wembley, e, quatro dias antes, o Japão, em Lille, na França. Em março, será a vez de encarar Rússia, anfitriã da Copa do Mundo, e Alemanha. Testes importantes, antes de estrearmos no Mundial. Gostaria também que a CBF conseguisse um amistoso contra a Itália e outro contra a França. São equipes fortes, que poderão dar trabalho no Mundial. Enquanto isso, o time se prepara para o penúltimo jogo pelas Eliminatórias Sul-americanas, contra a Bolívia, na desumana altitude de La Paz, hoje. Na terça-feira, no Allianz Parque, encerra sua participação contra o Chile. O Brasil já é o primeiro colocado e não pode ser alcançado. Porém, tem algumas coisas me intrigando: jogadores chegando em helicópteros, a volta de Thiago Silva como titular e a confirmação do goleiro Ederson no jogo diante dos chilenos.

Sinceramente, não sei o que Tite deseja com isso. Não bastasse Paulinho, que atuava na China, assim como Renato Augusto, vive chamando Fernandinho e Thiago Silva. Gente, esses caras nos entregaram na Copa de 2014. Thiago Silva vive nos entregando mundo afora e, mesmo não tendo jogado no 7 a 1, tremeu contra o Chile, quando chorou e não quis bater pênaltis. Isso já é o bastante para que não tenha chance na Seleção, mas Tite insiste em recuperá-lo. Diga-me qual torcedor brasileiro vai confiar nesse rapaz num Mundial.? Ele cometeu um pênalti infantil contra o Paraguai, na Copa América do Chile, e disse que não se lembrava. Pelo amor de Deus! Temos outros bons zagueiros por aqui e não precisamos de nenhum tremedor. Além do mais, Marquinhos e Miranda têm feito excelente dupla. Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto são da confiança de Tite. Parece que ele não viu o jogo contra a Alemanha. Se rever o tape, verá que Paulinho, Fernandinho e David Luiz entregaram os sete gols.

Tite não precisa fazer média com ninguém. Basta convocar os melhores. Marcelo e Daniel Alves, por exemplo, são campeoníssimos em seus clubes, mas jamais jogaram na Seleção. Espero que na Copa sejam diferentes e joguem aquilo que conhecemos. Qual é o currículo de Ederson para ser titular da Seleção contra o Chile? Jogar no Manchester City? É nesse ponto que quero me ater. Como pode Taffarel, um dos maiores ídolos do país, não dar uma chance a Fábio, goleiro do Cruzeiro, há 14 anos titular absoluto, há 10 o goleiro mais regular do país? Se Seleção é momento, como prega Tite, por que não levar esse goleiro, experiente e vencedor? Não é porque Tite resgatou a Seleção que a gente tem que dizer amém a tudo o que faz. É um cara honesto, que olha nos olhos, inteligente e sincero, mas, no quesito convocação, discordo das peças citadas acima. Claro que cada treinador tem seus homens de confiança e sei que Paulinho e Renato Augusto foram fundamentais com ele no Corinthians. Mas aqui é Seleção Brasileira, não é clube. Como Tite ganhou oito jogos e empatou um pelas Eliminatórias, e perdeu o amistoso para a Argentina, ninguém questiona nada. Porém, faço um alerta: os que elogiam hoje e não questionam são os mesmos que irão detonar em caso de eliminação na Copa do Mundo.
Eu prefiro criticar agora, embora tenha pedido ao presidente Marco Polo Del Nero, em almoço com ele e Edmundo, ex-jogador, para manter Tite independentemente do resultado na Rússia. E ele já disse que o técnico ficará até 2022, notícia que também dei aqui em primeira mão. Gosto do trabalho de Tite, o time tem jogado bem, inclusive Paulinho. O problema é que jogar contra equipes sul-americanas é uma coisa. Outra, bem diferente, é jogar contra os europeus. Se ele fizer uma grande Copa, levantar o caneco e ganhar de Alemanha, Itália e França, provará que eu estou errado. Caso contrário, vai acumular mais um fracasso, como o de 2014. Eu não acredito em Paulinho, Renato Augusto e Thiago Silva. Quem quiser que os aplauda, pois eu jamais farei isso. Não são jogadores para disputar uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira. E olha que tenho experiência nisso, pois acompanho nosso time há 30 anos nos quatro cantos do mundo, com a bagagem de seis Copas do Mundo, in loco, cinco Olimpíadas, Sete Copas América e sete Copas das Confederações. Alguma bagagem eu tenho.

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