Foi em 1961. A dupla de compositores Haroldo Lobo e Milton Oliveira, aproveitando-se dos rumores do que teria ocorrido quando a comitiva de um ex- presidente oferecera um punhado de bugigangas a uma tribo indígena, criou aquela música que faria tanto sucesso no carnaval, seu nome: Índio quer apito. Pois bem, toda vez que vejo uma partida de futebol com erros de arbitragem, me lembro daquela composição. Só acho que hoje a marchinha deveria ter outro nome. Deveria ser: Índio quer apito competente. Digo isso porque estão preparando o tal árbitro de vídeo. Mas pouca coisa irá mudar, porque o apitador central, aquele dentro de campo, continuará tendo a seu favor o direito de interpretar o lance. É aí que a coisa se complica. Porque um empurrão não é punido, o outro é, e quando alguém bota a boca no trombone, vem a resposta de que foi tudo uma questão de “interpretação”. Então, não vamos nos iludir com esse papo tecnológico de que uma câmera irá resolver tudo. Não vai. É preciso investir no ser humano que seguirá com toda pompa soprando o tal apito.
Do Carille
O Corinthians tem se esforçado, tem dado um duro danado. Deve estar treinando dia e noite, deve estar promovendo reuniões, palestras, debates. Sabe-se lá mais o quê. Porque a empreitada deve ser muito difícil, depende de cada jogador, de cada profissional, da comissão técnica. Mas o fato é que, mesmo com tanto empenho, o time não consegue perder a liderança do Brasileirão. Perde gols, erra passes. Mas segue firme na liderança. Que lamentável, tanto esforço para nada. Parece estar condenado a ser o campeão brasileiro de 2017.....
Lambança
O Corinthians perdia o jogo para o Bahia, placar mínimo. Já na prorrogação, pois bem, o time paulista teve uma falta ali pelo lado direito. Uma boa chance de tentar o empate. Foi aí que o Cássio pediu autorização ao treinador para dar uma chegadinha até a área adversária. Teve a permissão e se mandou, partiu para o ataque como quem vai até a esquina da sua rua resolver um probleminha. Falta cobrada. Não deu, a bola nem passou perto do goleiro-atacante. Mas o moço gostou, não voltou para o seu gol, ficou lá na frente como se estivesse disputando a posição com o Jô. O Bahia pegou a bola e, num contra-ataque mais do que previsível, fez o seu segundo gol. Fim de jogo, e o goleiro ainda estava lá na frente esperando um táxi ou coisa assim.
Cuca na cabeça
Ao deixar o Palmeiras, o treinador mexeu com o imaginário de muita gente. Mesmo com o Oswaldo de Oliveira fazendo um bom trabalho, há gente investindo numa bola de cristal que prevê a presença do campeão da Libertadores de 2013 na Cidade do Galo. Mas a coisa não é bem assim. Caso o treinador atual consiga classificar o clube para a Libertadores de 2018, ele deverá permanecer. Mas há quem esteja escalando o Oswaldo como diretor de futebol no futuro. Será que combinaram isso com ele?
Ilusão
Não é pessimismo, mas quando começo a ouvir que um clube foi campeão sub-isso ou sub-aquilo me lembro que isso não garante a revelação de craques. A principal função das categorias inferiores é a de formar boas opções para o time de cima. A torcida não embarca mais nessa história de títulos na base. Há sempre o risco de se revelar foguetes molhados.
Erro
O Palmeiras quer o Mano Menezes. Isso pode dificultar a permanência do treinador no Cruzeiro. Esse é o mercado da bola. E o Verdão segue inflacionando o futebol brasileiro e não aprende. Em 2017, gastou um dinheirão. Buscou quem bem entendeu, mas não se deu bem. Tem sido um fiasco. Não basta contar com um bom suporte financeiro. Tem que montar uma equipe competitiva.
Galo
O jogo contra o Sport não foi lá essas coisas. O Atlético errou demais na saída de bola. Levou um gol porque o Elias não se dispôs a dar um chutão. Deu um totozinho e beneficiou o adversário. Mas esse erro não ocorreu apenas no gol que o Galo tomou. A defesa deu sopa para o azar, as coisas só se acertaram quando o Roger Bernardo entrou. Além do mais, o Atlético segue com um ataque sem velocidade e com um centroavante fora de forma. Fred fez um gol, mas não tem velocidade para superar a defesa adversária.
