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R$ 50 MILHÕES

Vai custar mais. E você vai pagar

Fifa cobra mudanças em estruturas do Mineirão a caminho da Copa e gasto extra pode chegar a R$ 50 milhões. Estado arcará com a verba, que o Ministério Público questiona

postado em 22/01/2014 12:28 / atualizado em 22/01/2014 15:48

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

O Mineirão entrou ontem na fase final de preparativos para a Copa do Mundo’2014 com prenúncio de mais despesas públicas para se readequar. Comitiva de 50 representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) esteve no Gigante da Pampulha para realizar a última inspeção operacional no estádio que receberá seis partidas e definir novos projetos que podem custar aos cofres públicos em torno de 30% a mais do que o valor aplicado na Copa das Confederações – o custo chegaria a cerca de R$ 50 milhões.

No torneio teste para a Copa, ano passado, o governo do estado gastou R$ 38.344.496,65 com instalações temporárias (vilas de hospitalidade, áreas vip, salas técnicas, media center, além de rampas, tendas, passarelas, plataformas, cercas, mobiliário, divisórias, iluminação, assentos temporários, sinalização específica, cabos, preparação de piso, instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado).

O valor foi questionado pelo Ministério Público em outubro. Por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, o MPE propôs Ação Civil Pública contra a Fifa e o COL pedindo o ressarcimento do dinheiro. A promotoria justificou que os recursos não foram destinados ao interesse público, mas ao financiamento de infraestrutura para um negócio privado e patrocinado.

Agora, algumas estruturas serão ampliadas. De acordo com o Portal da Copa, a Copa das Confederações atraiu 3,8 mil jornalistas. Só na capital mineira, o centro de mídia estava apto a receber 400. “A parte operacional é um pouco diferente da Copa das Confederações, cujo centro de mídia comportava 400 jornalistas. Na Copa do Mundo teremos 600. A tribuna de imprensa, por exemplo, vai quadruplicar”, justificou o secretário de estado de Turismo e Esporte (Setes), Tiago Lacerda.

De acordo com Lacerda, não há projeção específica para os gastos. Pelo alcance do evento, porém, estima-se que sejam aplicados quase 30% a mais do que na competição de 2013. “Todo grande evento, esportivo ou não, exige adaptações. Se o Mineirão ficasse pronto para a Copa do Mundo antes da hora, a obra teria custado mais e algumas áreas ficariam ociosas. Não adiantaria ter 1.300 lugares para a imprensa em jogos do Campeonato Mineiro e Brasileiro. É responsabilidade dos estados arcar com os custos para a Copa do Mundo. Os benefícios gerados são muito maiores que os custos complementares”, ponderou.

O fechamento antecipado do estádio para o Mundial, que será de 12 de junho a 13 de julho, está previsto para 22 de maio. Mas para preservar o gramado o chefe de operações do COL, Chris Unger, não descartou a possibilidade de transferir para outros locais jogos já agendados. “A CBF e a Fifa vão travar suas discussões a respeito do número de partidas que vão acontecer antes da Copa. O objetivo principal é ter um gramado nas melhores condições possíveis para a Copa do Mundo.”

MOBILIDADE Já o gerente do COL, Tiago Paes, elogiou o funcionamento operacional durante a Copa das Confederações, mas apontou a necessidade de melhorias no sistema de transportes. “O Mineirão funcionou muito bem na Copa das Confederações. O número de jogos nos dá tranquilidade para que o estádio funcione. As operações são muito mais complexas em relação aos veículos de imprensa e convidados e o transporte precisa ser ajustado pelas variações de um evento para o outro.”

De Belo Horizonte a comitiva segue hoje para o Mané Garrincha, em Brasília, com o mesmo objetivo. Em meados de março, a equipe vai iniciar a inspeção nos outros seis estádios que ainda estão em obras, à exceção do Itaquerão, sede da partida de abertura, que só será entregue em 15 de abril.

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